Nós, seres humanos, somos complicados por natureza. Sejam pessoas boas, sejam pessoas ruins. Infelizmente a humanidade causa mais mal ao seu próximo, que as vezes é algo inimaginável. Como no caso de tráfico de pessoas, em especial nos países subdesenvolvidos. Famílias que buscam uma vida melhor, são enganadas e praticamente se tornam uma mão de obra escrava. Isso piora no caso de crianças. Que se tornam alvos fáceis de predadores sexuais. Com isso dito, temos o filme que vem chamando atenção do grande público e da crítica, “Som da Liberdade (Sound of Freedom, 2023)”.
Baseada na história verídica de Tim Ballard, que deixou o departamento de investigação e detenção de pedófilos, para cumprir a promessa feita a uma criança que resgatou numa missão. Antes disso, se orgulhava por ter prendido mais de 300 pedófilos. Foi questionado por um colega, quantas crianças salvou no mesmo período. Ele ficou embaraçado, percebendo que seu trabalho estava apenas começando. E que é um assunto mais complexo do que imaginava. Ao investigar mais a fundo sua última prisão, encontra o pequeno Miguel. Menino colombiano de 8 anos que atravessava a fronteira entre os EUA e o México. Resgatando o mesmo, este lhe disse que tem uma irmã, Rocío. Eles foram separados. Se tornando a missão de Tim, sendo o mote inicial de “Som da Liberdade”.
Como Ballard, temos Jim Caviezel, o Jesus Cristo de “Paixão de Cristo (2004)” do mad Mel Gibson. Que inclusive é o produtor da película. Escrita por Rod Barr e Alejandro Monteverde, este último é o diretor da empreitada. Eles trazem a longa e a árdua jornada de Tim, para conseguir resgatar Rocio (Cristal Aparicio) e cumprir a promessa feita a Miguel (Lucás Ávila). Eles trazem à tona um assunto que a maioria das pessoas preferem não comentar a respeito. O rapto de crianças e a venda de suas vidas pelo melhor preço. Aproveitando para mostrar a rede intrínseca do tráfico, vemos como a dark web é mais profunda e suja do que pensamos. Mesmo assim, Jim é perseverante.
Fazendo de tudo e mais um pouco, para encontrar Rocio. A imagem do típico herói da terra do tio Sam, praticamente indestrutível e incorruptível está presente. Jim a exibe com perfeição e ainda aproveita a impactante atuação como o filho de Deus para deixar o papel ainda mais emotivo. Chegando a chorar nos momentos mais sensíveis de “Som da Liberdade” e mostrando ótima desenvoltura física nos confrontos contra os traficantes. Com sequencias bem filmadas e editadas com ótima fotografia. Um tema contemporâneo, que pode incomodar o espectador mais desatento. Monteverde opta por não ir mais a fundo sobre a violência cometida contra as crianças. Neste caso, abuso infantil.
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