Martin Scorsese já provou que é um dos maiores cineastas de sua geração e de todos os tempos. Filmes como “Taxi Driver (1976)”, “Touro Indomável (1980)”, “Os Bons Companheiros (1990)”, “O Aviador (2004)” e “O Lobo de Wall Street (2013)” estão entre seus melhores trabalhos. Em meio a isso, realizou documentários aos roqueiros de plantão como “The Last Waltz: O Último Concerto de Rock (1978)” sobre o ultimo show da The Band do finado Robbie Robertson (1943 – 2023); “Shine A Light (2008)”, a apresentação dos Rolling Stones que celebra o aniversario do ex-Presidente dos EUA Bill Clinton e dois sobre o poeta Bob Dylan, “No Direction Home (2005)” e “Rolling Thunder Revue (2019)”.
Como isso dito, ele produziu a serie “The Blues” em 2003. Dividido em sete episódios, dirige o primeiro “Feel Like Home” sobre a viagem do musico Corey Harris desde os pântanos do Mississipi (EUA), indo buscar as origens da musica negra e do blues até o Oeste da África. Encontrando artistas que tocam o blues nas mais diversas vertentes. Mesclando com depoimentos de bluesmen como Willie King, Otha Turner e Taj Mahal. Já o segundo “The Soul of a Man” foi realizado pelo alemão Wim Wenders do cult “Paris, Texas (1984)”. Aqui ele traz suas referencias musicais no gênero. Mesclando as origens de Blind Willie Johnson, Skip James e JB Lenoir. Com fotos de época e a ficção através das lentes de sua câmera. O terceiro “The Road to Memphis”, Richard Pearce revisa a história da lenda do blues BB King (1925 – 2015). Ao mesmo tempo, presta um tributo ao local onde tudo começou na cidade de Memphis (Tennessee).
O quarto “Warming by the Devil’s Fire” de Charles Burnett, abre espaço para o imaginário e a realidade dos fatos. No caso, o conto sobre um menino que é introduzido ao blues pelo tio fanfarrão e seu encantamento pelo gênero. Assim Burnett revisa a história do blues com imagens e obras de bluesmen esquecidos pelo tempo. Uma reflexão sobre a própria infância. Marc Levin ao lado do rapper Chuck D e Marshall Chess da mítica gravadora Chess Records, vão até Chicago. Para se reunirem com veteranos do blues para juntos recriarem o gênero com adição do hip hop característico de D em “Godfathers and Sons”. Já o inglês Mike Figgis reúne grandes nomes do jazz e do pop da terra do agora rei Charles, como o blues foi descoberto na Inglaterra em “Red, White and Blues”.
Retornando à terra do tio Sam como o rock’n’ roll que bem conhecemos com os Rolling Stones, The Who e o maior guitar hero de todos os tempos Jimi Hendrix. Jeff Beck (1944 – 2023), Van Morrison, Eric Clapton e Tom Jones se fazem presentes para darem seu testemunho num pub inglês. Onde comentam que o jazz do pós Segunda Guerra e a música folk foram essenciais para seu surgimento. Para encerrar a serie de forma excepcional, temos o mítico cowboy Clint Eastwood com “Piano Blues”. Exibe toda sua paixão pelo boggie woggie e ainda toca o instrumento. Uma característica pouco conhecida de seus fãs mais ardorosos. Ao seu lado grandes pianistas como Pinetop Perkins (1913 – 2011), Jay McShann (1916 – 2006), Dave Brudeck (1920 – 2012) e Marcia Ball.
Comentários
Postar um comentário