A indústria do cinema e a dos brinquedos tem formado uma parceria de sucesso. Exemplificado com a franquia Transformers, que faz da linha da Hasbro. Quando na verdade ocorre o contrario. Sagas como Star Wars, Harry Potter e o Universo Cinematográfico Marvel tem vendido uma linha de brinquedos única e significativa entre os fãs. Agora a Mattel quer aproveitar o momento com sua boneca mais conhecida mundialmente. Estamos falando da Barbie. Criada por Ruth Handler para ser o modelo da mulher moderna dos anos 60. Bem como uma homenagem à filha Barbara, por isso, o nome “Barbie”. Um símbolo de beleza, independência e representatividade em um mundo dominado pelo homem.
Em desenvolvimento desde 2019, o filme foi desenvolvido por Greta Gerwig e seu marido Noah Baumbach. Ela realizou o indie “Lady Bird: A Hora de Voar (2018)” e a nova versão para o clássico literário, “Adoráveis Mulheres (2019)”. Já Noah é conhecido por “A Lula e A Baleia (2005)” e “Histórias de um Casamento (2019)”. Juntos desde 2011, eles aproveitaram a imagem icônica de Barbie para criar uma película que toca fundo no imaginário dos fãs e seus detratores. Para ser a personagem temos a nova musa do cinema Margot Robbie. Ela é a imagem perfeita da boneca. Linda, loira e transparecendo alegria e atitude.
Greta aproveita seu talento para a comedia e experiência pessoal como vimos em “Lady Bird”, para nos trazer uma história recheada de contexto social e uma critica ao consumismo desenfreado. Por isso, estamos na Barbieland com a protagonista, a Barbie Estereotipada, vivendo perfeitamente em sua casa. Tendo como vizinhas outras versões como ela. A Barbie escritora (a jovem mutante Tempestade Alexandra Shipp), a Barbie Médica (Hari Nef), a Barbie Psiquiatra (Emma McKey), a Barbie Jornalista (Ritu Arya) e a Barbie Advogada (Sharon Rooney). Sua rotina é ir à praia e se encontrar com seu melhor amigo Ken. Este é feito pelo galã Ryan Gosling (“La La Land: Cantando Estações, 2016”). Ele disputa sua atenção com Ken nº2 (Simu Liu, o Shang-Chi do UCM).
Na praia, temos a Barbie Sereia com a cantora pop Dua Lipa no papel. Na festa em sua casa com a presença da Barbie Presidente (Issa Era), ela diz em voz alta se todos pensam como seria morrer. O silencio se faz parte com o espanto de todos. Desconversando, todos voltam a se divertir. No dia seguinte, sente que algo está diferente. Já não consegue calçar seus saltos como antes e seus pés alcançam o chão. Isso é o caos para uma Barbie. Recorrendo a Barbie Esquisita (Kate McKinnon do humorístico Saturday Night Live). É aconselhada a procurar pela sua dona no Mundo Real e conseguir recuperar seu status em Barbieland.
Partindo para nosso mundo, com Ken a tiracolo. No encalço, executivos da Mattel liderados pelo seu CEO Will Ferrell. Eles querem evitar um incidente do passado com outra boneca da linha. Em meio a isso, encontra a jovem Sasha (Ariana Greenblatt) e a mãe dela, Gloria (America Ferrara, a Ugly Betty da serie norte-americana dos anos 2000). Ela é secretaria executiva da Mattel e as três descobrem o passado em comum. Gloria brincava com ela quando a filha era pequena. E criando novas roupas e personalidades. Daí o mote inicial para “Barbie” e tendo Helen Mirren (Oscar de Melhor Atriz por “A Rainha, 2006”) como narradora. Gerwig aproveitando para deixar seu recado e descontruir a personagem que marcou gerações. Um mundo dominado por homens, que subjugavam as mulheres. Fazendo com que pensassem estar abaixo deles.
Ken é a representação perfeita disso. No Mundo Real, aprendeu sobre o patriarcado e o leva até a Barbieland para influenciar os outros Ken. Uma mensagem que a luta da mulher pelos mesmos direitos de um homem é contínua. Elas são tão ou mais competentes do que nós. Também caindo por terra, os mitos do “macho alfa” e da “mulher objeto”, muito bem simbolizados na atuação de Ryan. Quase sempre de peito nu sarado e sendo apenas secundário para Barbie. Margot está ótima no papel. Saindo da ingenuidade e compreendendo no decorrer da película sua importância para a indústria e a representatividade para a mulher dos dias de hoje. Com sua pegada cômica, Greta faz menção à “Liga da Justiça de Zack Snyder (2021)” e a cultura pop atual.
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