A História Real, "AIR: A HISTÓRIA POR TRÁS DO LOGO"

Parceria são comuns na sétima arte. Como exemplo recente, temos Martin Scorsese e Leonardo Di Caprio em “O Lobo de Wall Street (2013)”. Ela rende mais ainda quando há uma amizade de longa data como a de Ben Affleck & Matt Damon. Ambos ganharam notoriedade no drama “Gênio Indomável” em 1997. Dirigido por Gus Van Sant e com roteiro escrito pela dupla. Eles ganharam o Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante para o saudoso Robin Williams. Damon e Affleck estrelaram o filme, isso deslanchou a carreira de ambos. O primeiro é um dos grandes atores da sua geração e o segundo vem marcando seu nome como um grande cineasta. Exemplificado como o thriller “Atração Perigosa (2010)” e o drama baseado em fatos reais, “Argo (2013)”.

Assim chegamos a “Air: A História Por Trás do Logo (Air, 2023)”. Ben volta à cadeira de diretor na história que conta sobre uma das maiores lendas do basquete da terra do tio Sam, Michael Jordan. Na verdade, sobre o tênis usado por ele, o Air Jordan. Antes mesmo de ser o que ele é hoje. O conto sobre a criação do calçado esportivo pela Nike e o logo fez história, o “jumpman”. O CEO da Nike Phil Knight, feito por Affleck, contrata Sonny Vaccaro (Damon) para alavancar as vendas dos tênis da empresa. Estes vinculados ao basquete e elas não ocorrem como esperado. Muitas baixas, Sonny busca por alternativas.

Entre elas, contratar estrelas do esporte. Porém não possui a popularidade dos dias de hoje, sem os contratos milionários das suas principais estrelas e canais esportivos. Fazendo com que Sonny vá até as ligas universitárias do esporte para encontrar uma solução. É aí que entra Michael Jordan. Após ver uma fita de vídeo com jogadas dele, tem um vislumbre. É uma aposta alta, já que é um novato que nunca pisou numa quadra da NBA como jogador profissional, até então. Ele tem o apoio de Howard White (Chris Tucker), que o auxilia no departamento.

Antes tem uma conversa com o amigo George Raveling (Marlon Wayans), que o treinou na triagem para as Olimpíadas de 1984. Logo em seguida, vai até sua casa na Carolina do Norte para conhece os pais de Michael, James R. Jordan Sr. (Julius Tennon, marido de Viola na vida real) e Deloris Jordan, interpretada pela Mulher-Rei Viola Davis. Ele tenta convencê-los que a Nike é a melhor opção para o filho, ao invés das concorrentes Adidas e Converse. Estas com ofertas melhores para patrocinar Michael.  Em meio a isso, Sonny recebe a ligação do empresário do jovem atleta David Falk (Chris Messina). Numa conversa nada amistosa, Falk o ameaça. Já que ele optou em negociar diretamente com a família do jogador. 

No caso, Deloris. Isso faz com que Sonny corra contra o tempo para criar o maior tênis esportivo que o mundo já viu. Para isso tem o auxilio do publicitário e sócio de Phil, Rob Strasser (Jason Bateman da série Netflix “Ozark, 2017 a 2022”), e o desenhista Peter Moore (Matthew Maher). Além disso, montar a campanha publicitária para o fenômeno comercial que estava por vir na época. Dai a premissa básica de “Air: A História Por Trás do Logo”. Com roteiro do iniciante Alex Convery, Ben aproveita seu know-how como cineasta para trazer as nuances deste conto fora das quadras. Michael é citado continuamente, só que não o vemos. Além de se disputado pela Adidas (empresa esportiva que tem sua preferencia pessoal) e a Converse.

A trama mostra como o jogador não queria assinar com a Nike. Mesmo assim, Sonny insiste e convence Phil a tentar contrata-lo. A conversa com Deloris ajudou, já que foi marcada uma reunião na sede da Nike. São essas idas e vindas de Sonny que acompanhamos. Acreditando que a presença de Michael será benéfica para ambos. O jovem jogador que inspirará outros como ele a seguirem seu exemplo. Já vislumbrando a lenda para o esporte que vimos mais tarde. Onde a Nike o ajudará a fortalecer sua marca, tanto dentro quanto fora das quadras. Muito bem editado e Affleck aproveita para trazer um ar de nostalgia. 

Além das frases de efeito de Phil. Os anos 80 estão em voga. Vide exemplos recentes como a serie Netflix “Stranger Things” e a franquia “It: A Coisa”. O vestuário, as roupas esportivas usadas por Ben exemplificam isso, e a musica ganham destaque como na abertura rolando “Money for Nothing” do Dire Straits, ou ZZ Top com “Legs” e o conhecidíssimo tema musical do tira da pesada Eddie Murphy, “Axel Foley Theme”. Matt está ótimo como o persistente e cativante Sonny. Viola mesmo participando pontualmente, passa seu recado. Deixando bem claro a influencia de Deloris na vida do filho. Justificando o pedido do próprio Michael para quem devia interpretar sua mãe em “Air”.