O mundo da musica nos últimos anos tem ganhado espaço no cinema. Cinebiografias contam a história de vida de seus artistas. Como o Rei do Rock Elvis Presley em 2022, o Rocket Man Elton John em 2019 e o inigualável Freddie Mercury em 2018 com “Bohemian Rhapsody: A História de Freddie Mercury”. O roteirista deste último, Anthony McCarten, foi encarregado para escrever a história da maior cantora da sua geração, a imortal Whitney Houston. Surgido nos anos 80, a cantora deixou sua marca e sendo chamada “A Voz”. Devido ao alcance de suas cordas vocais e também por ter superado o recorde dos Beatles e de Elvis nas paradas de sucesso na terra do tio Sam.
Sua vida pessoal repercutiu na carreira. O conturbado casamento com o rapper Bobby Brown e o vicio em drogas, encerraram sua jornada em 2012. Encontrada morta numa banheira de um hotel. Devido a um afogamento causado aparente de uma cardiopatia e vestígio de uso de cocaína. Com essa premissa McCarten teve o argumento necessário para escrever “I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston (I Wanna Dance With Somebody, 2022)”. Autorizado pela família e tendo ao seu lado, a diretora Kasi Lemmons. Para juntos nos trazem a história da cantora e tendo no papel Naomi Ackie (a Jannah de “Star Wars: A Ascensão Skywalker, 2019”).
Já diz a que veio na sequência de abertura, no coral de igreja. Como a voz principal, é olhada de perto pela mãe, Cissy Houston, feita pela veterana Tamara Tunie. Esta fez muito sucesso nos anos 70 como cantora soul e gospel. A filha quer seguir a carreira e por isso, fica em cima dela para que aprenda a usar sua voz do modo correto. Sem excessos como agudos prolongados. Ao mesmo tempo engata uma romance com Robyn Crawford (Nafessa Williams). Desaprovado por Cissy e o pai John Houston (Clark Peters). Num show da mãe, Whitney precisa substitui-la na abertura. Na plateia, a presença do produtor e executivo da Arista Records Clive Davis, interpretado por Stanley Tucci.
Cissy e amigos próximos cientes do talento dela. Levaram Clive à apresentação para comprovar isso, com a potente “Greatest Love of All”. Tocado, diz que a jovem será a “maior voz de sua geração”. Fecham contrato e pede para todos saírem da sala para conversar com sua recém-contratada. Diz que cuidará dela de modo profissional, não será sua babá. O que se revela no decorrer do filme, uma relação de cumplicidade e de muito respeito. O sucesso surge ao lado da primeira crise na relação com Robyn. Após o dueto com Jermaine Jackson em “Take Good Care of my Heart”, gravada no seu primeiro álbum. Eles dormiram juntos. Whitney deseja ter uma família, mas isso só será possível se casar com um homem. E quer Robyn sempre ao seu lado como sua melhor amiga.
O sucesso chega com tudo, Whitney se torna o que sonhou. Uma artista de reconhecido pelo seu talento e por isso sofre certo preconceito. Por aqueles que dizem sua musica não ser negra o suficiente. Vemos sua forte personalidade. Se referindo a isso, diz apenas que quer cantar sua musica, não importando se ela é branca e/ou negra. Posteriormente seu encontro com Bobby Brown (Ashton Sanders, o RZA da série “Wu-Tang: Uma Saga Americana, desde 2019”). Somada a investida na carreira como atriz no thriller “O Guarda-Costas (1992)”. Whitney fica bastante animada porque vai atuar ao lado de Kevin Costner.
Durante as filmagens, sofre o aborto natural de seu primeiro filho com Bobby e no hospital, confessa que está exausta. Mesmo assim, segue em frente. No set de filmagem, recebe a visita de Clive e lhe sugere ouvir uma canção recomendada por Kevin para Whitney cantar como tema principal do filme. Ela simplesmente se encanta e dai temos a romântica “I Will Always Love You”. Composta e gravada originalmente pela cantora country Dolly Parton em 1974. E um dos momentos mais marcantes da sua carreira, cantar o hino norte-americano na final do Super Bowl XXV em 1991. Ao contrario do que imaginava, Whitney se apresenta de forma despojada ao invés de um vestido de galã. Aqui ela é enfática, como queria ser vista por todos. Uma pessoa como você e eu.
Assim temos a trama de “I Wanna Dance With Somebody”. Com Naomi encarnando perfeitamente a personagem. Sua perseverança, sua força de vontade e personalidade própria para conseguir ser quem foi e a tentativa em criar uma família, ao contrario do que teve ao lado dos pais. Que acabou se confundindo com o casamento com Bobby. As brigas chegaram a estampar as manchetes da mídia até o divorcio. A película também toca num assunto pouco comentado na época. A bissexualidade de Whitney, que é exibida de modo natural sem grandes alardes. A música não poderia ficar de fora. Seja no estúdio com Clive a acompanhando de perto. Como prometeu, no dia em que assinaram contrato.
Ou a remontagem
dos vídeos mais marcantes da carreira como “How Will I Know” e “I Will Always
Love You”. E quando ouviu a demo de um dos seus maiores sucessos e que dá
nome à película, “I Wanna Dance With
Somebody”. De inicio, não gosta dela. Com o passar do tempo e por insistência
de Clive, acaba pegando gosto e a desenvolvendo como ouvimos sua versão final. Para muitos, seu melhor momento da carreira, a apresentação no American Music
Awards em 1994. Que interpretou um medley com as canções “I Love You Porgy / And I
Telling You I’m Not Going / I Have
Nothing”, comprovando porque ela era chamada “A Voz”. Que encerra perfeitamente o filme, deixando um ar de
nostalgia de uma das maiores artistas de todos os tempos e a mais talentosa de
sua geração.
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