A pandemia da Covid 19 literalmente parou o mundo e junto a isso, com número estimado de morte pela doença em mais de seis milhões de pessoas ao redor do globo. A dor da família e amigos próximos pela perda, atingiu um dos maiores talentos da comedia em nossa terra brasilis, o saudoso Paulo Gustavo. Que veio a falecer em 04 de maio de 2021 aos 43 anos, em decorrência da doença. Deixando o esposo Thales Bretas e os filhos Romeu e Gael. Conhecido nacionalmente pelo seu personagem, como a mãe protetora e desbocada, dona Hermínia da franquia “Minha Mãe É Uma Peça”.
Totalmente inspirada pela própria mãe dele, Déa Lúcia Amaral. Que inclusive foi cantora profissional, justificando o ditado que o talento vem de berço. Pouco antes de adoecer, Paulo fechou um contrato com o canal Amazon Prime Video para gravar uma serie de quadros humorísticos. Mas veio a epidemia e infelizmente o seriado não se concretizou. Porem antes, ele já estava gravando algo e somado a material de seus arquivos pessoais temos o documentário “Filho da Mãe: Um Reencontro com Paulo Gustavo (2022)”. Produzido pelo Amazon Prime, com roteiro e direção da melhor amiga de Paulo, Suzana Garcia.
Além de retratar a cumplicidade e o amor incondicional pela mãe Déa, discute sua importância para a cena LGBTQAI+ no Brasil. Destacando seu casamento com o dermatologista Thales e o cotidiano deles com os filhos. O documentário tem como base, o espetáculo homônimo de Paulo ao lado da mãe de 2019. Um show que mesclava talk show com stand up. Discutiam o relacionamento deles e com a família, ao final soltavam a voz literalmente. Assim ganhando um novo contorno, se torna uma retrospectiva da sua vida e carreira. Desde a infância com os altos e baixos do início de carreira até ser reconhecido.
A ótima edição traz imagens dos bastidores do show com Déa e da cerimônia do casamento com Thales em 2015, a partir de vídeos caseiros. Vemos um lado pouco conhecido de Paulo. Seu dia a dia fora dos holofotes ao lado do esposo e as crianças, uma pessoa com você e eu. Humilde, vulnerável e inseguro. Mas que é imediatamente identificado pela sua sagacidade e humor ácido quando conversava com amigos próximos como a atriz Monica Martinelli. Esta se emociona quando fala sobre Paulo. Os dois trabalharam juntos em “Os Homens São de Marte E É Pra Lá Que Eu Vou (2014)” e “Minha Vida em Marte (2018)”. Ao mesmo tempo, vemos seu espanto com o sucesso alcançado.
Em especial com “Minha Mãe É Uma Peça 3 (2019)” que levou mais de 11,5 milhões de pessoas ao cinema. Vemos a origem da sua frase que marcou os atribulados tempos que estamos vivendo, politicamente falando, “Rir é um ato de resistência”. Gravada em sua última participação na TV, ela mantém sua relevância e traz uma nova ótica para o que está por vir. Sua importância para a sociedade como um todo. O artista indo além da arte. “Filho da Mãe” é um acalanto para os fãs e exibe seu talento para aqueles que não o acompanhavam. Como diz Suzana, “Um abraço de uma terapia em grupo”. Superar a dor da perda e enaltecer a pessoa que Paulo Gustavo foi e que seu legado é eterno.
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