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O Incansável NEIL YOUNG

O que não pode ser dito sobre o Godfather of Grunge Neil Young é ser um artista inativo. Mesmo com a pandemia da Covid 19 praticamente parando o mundo, ele se manteve ativo. No auge de seus 76 anos de idade, Young continuou abrindo seus arquivos musicais com a série “Arquives” desde 2009. No auge do isolamento social imposto pela Covid, ele aproveitou para revisitar seu passado musical com muito material inédito e finalmente lança-lo para todos ouviremos. Como foi o caso de “Homegrown”, álbum de 1975 que ele realmente engavetar para não achar ser o momento certo para ser lançado. Para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2020/10/homegrown-trabalho-inedito-de-neil.html

Agora ele nos traz o novo disco ao lado do Crazy Horse, “Barn (2021)”. Traduzido para “Celeiro”, onde foi totalmente gravado no local que o nomeia. Neil reativa a velha parceira com Ralph Molina (bateria), Billy Talbot (contrabaixo) e Nils Lofgren (guitarra), este também toca com “The Boss” Bruce Springsteen na E Street Band. E substituindo o guitarrista original Frank ”Poncho” Sampedro, que se aposentou faz algum tempo. Barn” foi gravado no celeiro reformado nas Montanhas Rochosas, atual morada de Young com sua esposa, a atriz e uma das musas do cinema anos 80 Daryl Hannah

Ela foi a sexy e mortal androide de “Blade Runner: Caçador de Androides (1982)” e a sereia de “Splash: Uma Sereia em minha Vida (1984)”. O álbum reúne dez canções com o melhor do repertorio que o “canerican” ao longo da sua carreira. Ele se nomeia assim por causa da recente cidadania americana adquirida. Misturando sua origem canadense e o país que nos trouxe o rock’n’roll. Ao mesmo tempo, é uma continuação de “Colorado (2019)” e sendo a celebração deste momento vivido por Neil. Que gerou o documentário de mesmo nome dirigido por Hannah, que mostra seus bastidores e o repertorio tocado ao vivo.


Songs of the Seasons”, uma doce balada acústica que abre os trabalhos. Ressaltando a gaita tocada por Young. Em “Heading West”, as guitarras se fazem presentes, rock no melhor NY de ser. O blues country “Change Ain’t Never Gonna” faz critica à nova corrida espacial. “Canerican” é pessoal e conta como a história do Canadá e dos EUA estão entrelaçadas. Shape of You”, “They Might Be Lost” e “Tumblin’ Thru The Years”, as baladas country. A veia protestante chega com tudo em “Human Race”. Enxergamos certo pessimismo sob o futuro a nossa frente. “Welcome Back”, puro deleite musical em seus oito minutos. “Don’t Forget Love”, uma declaração de vida sobre tudo o que passou e passa nos dias de hoje.


Revisando seu material guardado a sete chaves, temos “Noise and Flowers (2022)”, álbum ao vivo gravado durante a turnê europeia em junho de 2019 ao lado da banda Promise of the Real. Que é liderada por Lukas Nelson, filho do countryman Willie Nelson. Sendo uma homenagem a Elliot Roberts. Ele foi empresário de Neil e seu amigo pessoal por mais de 50 anos. Ele veio a falecer dois semanas antes do inicio da turnê. Nas suas palavras, “tocar em memoria dele fez como fosse uma das turnês mais especiais da minha carreira”.

Ele se apresentava com uma foto de Elliot ao seu lado do palco. Tocando os clássicos como “Mr. Soul”, “Helpless” e “I’ve Been Waiting For You” ao lado de canções pouco tocadas ao vivo como “Fields of Opportunity” e “On Beach”. Ao lado das perolas dos anos 90, “From Hank to Hendrix” e “Throw Your Hatred Down”, sendo esta do disco “Mirrorball (1995)” gravado com o Pearl Jam.

Mr. Soul

Everybody Knows This is Nowhere

Helpless

Fields of Opportunity

Alabama

Throw Your Hatred Down

Rockin’ in the Free World

Comes A Time

From Hank to Hendrix

On The Beach

Are You Ready For The Country

I’ve Been Waiting For You

Winterlong

Fuckin’ Up

Já “Toast (2022)” tem a mesma simbologia de “Homegrown”. Foi gravado em 2001 e logo colocado na gaveta. Fãs e colecionadores sabiam da sua existência com poucas informações a respeito. Só sendo descoberto agora, 21 anos depois. A desculpa de Neil foi dada em seu diário virtual “The Time Contrarian”. A canção que dá título ao álbum é sobre um relacionamento. E como todo, tem seus altos e baixos. Neste caso está à beira do rompimento, é quando as duas pessoas percebem que não tem mais nada em comum. É o momento de acabar com tudo.

Com três canções inéditas “Standing in the Light of Love”, que discute as nuances do amor em meio às sombras; “Timberline”, rock ao estilo NY; e “Gateway of Love”, uma canção cheia de swingue. Elas exibem o momento difícil passado por Young em 2001, com a posterior separação da então esposa Peggi em 2014. Por isso foi guardado. Completam “Toast”, “Quit” tinha o subtítulo “Don’t Say You Love Me”, uma dolorida balada sobre perda. 

Lançada originalmente em “Are You Passionate (2002)”. Assim como “Goin’ Home”, baseada em uma historia verídica; “Mr. Disappointment” é rebatizada “How Ya Doin’?”, nos toca por sua delicadeza; e “Boom Boom Boom”, antes chamada “She’s A Healer”, Neil abre seu coração dizendo sobre o que pode oferecer a Peggi e não esquece os bons momentos que viveram juntos.


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