Após três anos, com a pandemia da Covid-19 sendo melhor administrada ao redor do globo terrestre, a rotina vem sendo retomada com novos hábitos de higiene pessoal. Eventos culturais e shows estão sendo retomados com novos protocolos que garantem a sua saúde de pessoas que participam dos mesmos. Daí a volta do festival “Samsung: Best of Blues (and Rock)”. Evento gratuito ocorrido no último domingo (17 de julho de 2022) no Parque do Ibirapuera na cidade de São Paulo. Em 2020, foi cancelado por motivos óbvios. Sua última edição até então foi em 2019 com o guitar hero Zakk Wylde e o bluesman Kenny Wayne Shepperd. Para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2019/10/a-4-edicao-do-samsung-best-of-blues-2019.html
Para este ano, tivemos a percussionista Lan Lanh, o jovem guitarrista Yohan Kisser e a principal atração do festival, mr. “The One and Only” Joe “Fucking” Perry do Aerosmith. Com as atividades de seu grupo interrompidas com a nova internação (voluntária) do tresloucado vocalista Steven Tyler em uma clínica de reabilitação, Joe aproveitou o momento para retomar sua carreira solo. Para abrir o festival, uma animada Lan Lanh trouxe seu som cheio de swingue embalado com batuques de seu atabaque com pitadas de música latina. Prestou homenagem a Cassia Eller, com quem tocou nos anos 90, em uma versão semi-instrumental da flamenca “Nós”. Sucesso na voz de Cássia e agora com o multi-instrumento Guto Menezes a acompanhando.
Logo
em seguida, foi a vez de Yohan Kisser.
Filho do guitarrista Andreas Kisser do Sepultura. Ele se tornou conhecido através
da banda formada com o pai, Kisser Clan, onde tocam clássicos do rock. Agora se
firmando sozinho, além da guitarra, exibe sua técnica ao piano e o violão flamenco.
Mesclando música clássica como na abertura executando “Assim Falou Zarathustra” de Richard Strauss e canções autorais como
“Tadpole”, Em meio a isso, tocou “YYZ” do Rush e “Peaches en Regalia” de Frank Zappa. Conversando bastante com o
público, falou seu amor pela cidade já que é paulistano de nascença, a
dificuldade de montar uma apresentação totalmente instrumental e que o show é dedicado
à mãe Patrícia, que veio a falecer aos 52 anos no último dia 03 de julho.
Por volta das oito e meia da noite, as luzes do palco se apagam e de fundo ouvimos “Rumble in the Jungle”, é a introdução perfeita para a entrada da The Joe Perry Project. Formada por Buck Johnson nos teclados, este toca com Joe tanto no Aerosmith quanto no Hollywood Vampires; Chris Wyse (contrabaixo); Jason Sutter (bateria); o cantor Gary Cherome (Sim. Ele mesmo! Extreme e ex-Van Halen) e por fim, o guitar hero Joe Perry. Já chegam com tudo em “Let The Music Do The Taking” e pega todos de surpresa com a vibrante “Toys in the Attic” seguida de “Walking the Dog” de Rickie Nelson. Joe assume o microfone no blues “Stop Messin’ Around”. E como estamos num festival de blues, nas palavras de Perry, que iria tocar algo do gênero.
Junto a isso, tivemos “Quake” e “Fortunate One” de seus mais recentes trabalhos solos “Sweetzerland Manifesto (2018)” e “Sweetzerland Manifesto MKII”, este último a ser lançado ainda este ano. Destaque para Gary nas duas canções, puro rock’n’roll. “My Fist Your Face” e “Chip Away The Stone” para a alegria dos fãs do Aerosmith, já que não fazem parte do repertorio oficial nos shows do grupo. Sem seu inseparável parceiro, Steven Tyler, Joe aproveita para soltar toda sua maestria nas seis cordas da sua guitarra. As instrumentais “Spanish Sushi” e “Wooden Ships” comprovam isso. Quando ele pega o talk box é a deixa para pulsante “Walk This Way”. Mezzo instrumental Mezzo cantada pelo público, é o momento que Gary retorna ao palco e entoa “Whole Lotta Love” do Led Zeppelin.
“Same Old Song and Dance” e “Sweet Emotion” fecham a primeira parte da apresentação. Destaque para o batera Jason Sutter que literalmente senta “a mão’ nas peles da sua bateria. Para o bis temos a clássica “The Train Kept A-Rollin’” de Tiny Bradshaw e popularizado pelos Yarbirds de Jimmy Page & Jeff Beck nos anos 60. Ela é tocada normalmente por Joe com o Aerosmith nos encerramentos de seus shows. Enquanto sua banda está parada no momento, ele vai deixando um gostinho de “quero mais” por onde passa. Foi um show do mais puro rock’n’roll de essência.
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