O jogo de intrigas onde as aparências enganam sempre foi grande atrativo dos filmes de espionagem. Exemplos recentes a franquia “Missão Impossível” estrelada pelo galã Tom Cruise e “Sem Remorso (2021)” com Michael B. Jordan. Estes se destacam pela ação frenética em meio às suas tramas. Há outros, onde temos que ficar atentos aos mínimos detalhes na sua história como “O Espião Que Sabia Demais (2011)”. Assim temos o novo filme de Chris Pine, “Um Jantar Entre Espiões (All The Old Knives, 2022)”. Baseado no romance de mesmo titulo de 2015 escrito por Olen Steinhauer. Que inclusive fez sua adaptação para o cinema e é dirigido por Janus Metz Pedersen. Pine, conhecido por ser o novo Capitão James T. Kirk de “Star Trek” e o namorado da heroína DC Mulher-Maravilha Steve Trevor, agora é o espião da CIA Henry Pelham.
É encarregado pelo seu chefe Vick Wallinger, feito pelo eterno Morfeus da saga Matrix Laurence Fishburne, para revisar o atentado ocorrido em 2012 no aeroporto de Viena (Austria). O voo Turkish Alliance 127, avião sequestrado por terroristas vitimou mais de 120 passageiros. Estamos em 2020 e surgiram novas evidencias que comprovam que um informante do escritório deles em Viena, estava ajudando os sequestradores. E sendo o contato com o líder deles, Ilyas Shishani (Orli Shuka). Este era informante de Henry, quando trabalhava no escritório da CIA na Rússia. Assim parte ao encontro de sua ex-parceira de trabalho e noiva, Celia Harrison (Thandiwe Newton, a androide Maeve Millay da serie HBO “Westworld, desde 2016”).
Agora ela vive na Califórnia, é casada e tem duas filhas pequenas. Eles marcam um encontro num restaurante local para colocar a conversa em dia. Ao mesmo tempo, Henry a questiona sobre sua lealdade à Companhia e de seu ex-chefe Bill Compton (Jonathan Pryce, o Papa Francisco no filme Netflix “Dois Papas, 2019”). De inicio, fica incomodada com a insinuação. Mesmo assim, diz que sua saída após o atentado, se mantem fiel ao seu antigo trabalho. As memorias dos dois se entrelaçam com o que houve em 2012 e o acerto pessoal entre eles, depois de oito anos. Henry cresceu dentro da CIA como agente de campo, já Celia abriu mão da vida no serviço secreto para ser uma pessoa comum como outra qualquer. Assim temos o mote cheio de nuances de “Um Jantar Entre Espiões”.
O que de inicio pode parecer algo monótono à primeira vista, é na verdade um jogo de gato e rato. Conforme o tempo vai passando e descobrimos mais o que houve no sequestro. Vai ficando mais claro, a posição de Henry e de Celia dentro dos eventos. Ele indo atrás de seus contatos no submundo de Viena, em busca de informações. Já ela descobrindo internamente, que seu chefe pode ou não ter ligações com os terroristas. Usando a esposa Sally como uma desculpa para sair do escritório para resolver assuntos pessoais. Ao mesmo tempo, vai percebendo que Henry esconde mais do que aparenta e demonstra sobre o que está acontecendo. A sintonia de Chris e Thandiwe está perfeita, como bons profissionais sabem esconder suas emoções. Mesmo que se sintam pressionados ao máximo. O que garante o excelente suspense no tenso ato final, onde a verdade dos fatos finalmente vem a tona.
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