O sistema carcerário dos Estados Unidos rendeu bons filmes como o eletrizante “Fuga de Alcatraz (1979)”, os dramas “Um Sonho de Liberdade (1994)” e “À Espera de um Milagre (1999)” ambas baseados em livros do mestre do terror Stephen King e contos verídicos como “O Expresso da Meia-Noite (1978)”, “Em nome do Pai (1993)” e “Luta Por Justiça (2019)”. Todos mencionados acima, tem um ponto de vista em comum, são ambientados dentro de uma prisão, como os presos se relacionam. É um clima tenso, pois o ser humano é imprevisível. Tanto para o bem e/ou o mal para com seu próximo.
Agora temos
uma nova visão em “Imperdoável (The Unforgivable,
2021)”. Produzido pelo canal das redes sociais Netflix e com direção da alemã
Nora Fingscheidt e com Sandra Bullock à frente do elenco como
a recém-saída da prisão Ruth Slater. Ela acaba de cumprir uma pena de 20 anos
por ter matado o xerife de sua cidade natal. Seu único elo familiar é a irmã
mais nova Katherine, feita por Aisling
Franciosi, hoje adulta. Quando foi presa, perdeu sua guarda. Na época tinha
cinco anos e ela ficou sob a tutela de Michael (Richard Thomas) e Rachel (Linda
Emond). Durante o período, Katherine esqueceu Ruth, aparentemente. E atualmente
está se graduando como pianista clássica, contando com o apoio dos pais
adotivos e da irmã Emily (Emma Nelson).
Ruth, já fora da prisão, é conduzida pelo seu agente da condicional Vincent Cross (Rob Morgan) para um prédio que abriga mulheres como ela e buscam se readaptar à vida fora das quatro grades de uma cela. Na prisão, se tornou uma carpinteira, tenta achar algo e não é aceita por causa do seu status. No caso, uma ex-presidiaria que matou um policial. Assim aceita a indicação de Cross, indo trabalhar em uma peixaria. Lá conhece Blake (o Justiceiro Jon Bernthal), este tenta se fazer amizade com ela.
Porem seu foco está em rever a irmã. Vai até sua antiga casa que foi reformada pelo casal John (o Rei do Crime Vincent D’Onofrio) e Liz Ingram (Viola Davis, a Amanda Waller de “O Esquadrão Suicida, 2021”) e relembrar seu passado tortuoso. Lhes conta parte de sua história, comove John, este se oferece para rever seu caso. Já que judicialmente Ruth está proibida de ver Katherine. Caso isso ocorra, ela é presa novamente. Daí o mote para “Imperdoável”. Baseado na minissérie britânica “Unforgiven” de 2009, onde seus três episódios foram condensados em 114 minutos, é o tempo para Sandra e Nora mostrarem como a reabilitação de pessoas que saem do sistema prisional não é fácil.
Além de voltar ao convívio com a sociedade, é preciso encarar o preconceito pela sua condição. Uma pessoa que ficou presa por ter cometido um crime hediondo e foi solta após cumprir sua pena. Ao mesmo tempo, lidar com o peso da culpa pelos seus atos para si, a família (Katherine) e os filhos do xerife. Bullock deixa de lado, o glamour visto em “Um Sonho Possível (2009)”, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz daquele ano, e a perseverança na scifi “Gravidade (2013)”, para nos trazer uma personagem nua e crua, bastante machucada pela separação da irmã e as causas do ocorrido. Bem como em busca de meios para encontrá-la e sua paz de espirito para dar continuidade à própria vida.
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