Poucos imaginavam que a saga Star Wars do seu Criador George Lucas pudesse ir tão longe quanto neste momento. O próprio foi pego de surpresa com o sucesso arrebatador do primeiro filme “Guerra Nas Estrelas: A Nova Esperança”, quando estreou em 25 de maio de 1977. Que gerou a antológica trilogia formada por “O Império Contra-Ataca (1980)” e “Retorno de Jedi (1983)”. O resto é história. No aniversário pelos 20 anos de “Uma Nova Esperança”, Lucas resolveu remasterizar sua “Opera Espacial (como ele gosta de chama-la)”, já que os frames originais estavam se deteriorando com o tempo. Imagem e som ganharam nova roupagem e daí tivemos as “Edições Especiais”.
Junto a isso, a inserção de novas cenas e a reedição de sequencias. A desculpa de George, é que na época, não tinha disponível a tecnologia que possuía em 1997. O que causou certo tremor na Força, já que algumas alterações irritam os fãs xiitas da saga. Mesmo assim, “Star Wars” voltava a ficar em evidencia. Uma das preocupações de Lucas, já que ela estava ficando perdida entre o tempo e o espaço. Foi o momento perfeito para ele anunciar a Prelogia, onde temos a origem de Darth Vader contada. Antes dele ser o Lord Negro da Força, era o jovem jedi Anakin Skywalker em “A Ameaça Fantasma (1999)”, “O Ataque dos Clones (2002)” e “A Vingança dos Sith (2005)”. Somada a animação “The Clone Wars (2008 a 2014)”. Quando tudo parecia em ordem, uma surpresa para todos.
George comunica a venda de sua produtora, a Lucasfilm, para a companhia de Walt Disney em 2012. Junto ao anuncio de uma nova trilogia contando o pós dos eventos vistos em “Retorno de Jedi” em “O Despertar da Força (2015)”, “Os Últimos Jedi (2017)” e “A Ascensão Skywalker (2019)”. Em meio a isso, tivemos as animações “Rebels (2014 a 2018)”, a conclusão de “The Clone Wars” em 2020 e mais recentemente “The Bad Batch (2021)”. Com isso dito, agora a Disney lançou em sua plataforma streaming Disney+, “Star Wars Visions (2021)”. Contando com nove episódios, onde ampliou o conceito da saga e traz uma das principais referências para George Lucas. A cultura japonesa e os filmes de Akira Kurosawa. Poucos sabem que os droids mais amados da galáxia, C3PO & R2D2, são baseados em dois personagens do filme “A Fortaleza Escondida” de 1958. Bem como seu característico corte entre cenas.
A Qubic Pictures ao lado de sete produtoras japonesas, entre elas a Science SARU de “Keep Your Hand Off Eizouken!” e a Production I.G. que tem no seu currículo, a clássica “Ghost in the Shell”, nos brindam com uma nova óptica à Star Wars. Bem como entendemos a inspiração de George Lucas para cria-la. Kurosawa possuía uma visão única e seus filmes dialogam isso. Compreendemos como “Sete Samurais (1954)”, “Yojimbo (1961)” e o citado anteriormente foram uma grande influência para Lucas. “O Duelo” e “O Ancião” traduzem essa linguagem. “O Duelo” é em preto & branco, o único momento que há cores é quando os sabres de luz são acionados.
Onde temos uma tropa de stormtroopers liderados por uma lorde sith saqueando um vilarejo. DETALHE: o sabre dela se abre como se fosse um guarda-chuva, e de seu oponente é tradicional. Como a espada de um samurai. Neste caso, ronin. Na cultura dele, é um samurai que perdeu sua honra. Ambos são da cor vermelha. Apesar dos dois se mostrarem da mesma raça, o ronin defende os aldeões. Ao derrota-la, pega o kyber cristal de seu sabre. Ao abrir seu manto, se vê outros que foram derrotados por ele. Mas o cede para a líder da aldeia.
Já em “O Ancião” estamos na era de ouro dos Jedi. Com a queda de Darth Bane e os sith praticamente erradicados da galáxia, o mestre jedi Tajin e seu padawan Dan vão investigar na fronteira da Orla Exterior, o que pode ser um remanescente dos sith. Aqui temos a essência do bem e do mal. Em “Tatooine Rhapsody”, o jovem padawan Jay para fugir da Ordem 66 do Imperador Palpatine se torna o líder de uma banda de rock, a Star Waver. Com seu amigo Gee, the Hutt. Este é perseguido por Boba Fett e levantado até Jabba The Hutt para quitar sua dívida.
Para salvar Gee, Jay faz um acordo com Jabba e ainda consegue se apresentar com o grupo. “The Twins”, como o próprio título diz temos os gêmeos Karre e Am, gerados com a tecnologia clone vista em “Ataque dos Clones”. Onde debatem sobre a arma de destruição em massa criada por eles para trazer paz e prosperidade à galáxia de Palpatine. Em seu poderoso Star Destroyer, os dois exibem toda Força que há dentro deles. O embate é épico, como os vistos em “A Vingança dos Sith” e “A Ascensão Skywalker”. Em “T0-B1” temos um droid que deseja se tornar um jedi. Este faz referência ao clássico anime “Astro Boy”.
“Lop & Ochõ” temos duas irmãs de criação lutando entre si. Lop é um alien com rosto de coelho e é adotada por Ochõ e seu pai Yasaburo. Eles vivem no planeta Tau e é subjugado pelo Império Galáctico. Aqui temos o Japão Feudal e o conflito entre o novo e a tradição. Representado pelas irmãs. “The Village Bride”, a filha do líder de uma colônia num planeta localizado na Orla Exterior é levada como oferenda para piratas espaciais, um sinal de paz. Um dos seus habitantes, Valco, chama a jedi F. Exilada após o expurgo visto em “A Vingança dos Sith”. Ele necessita do auxílio dela para acabar com o domínio dos piratas. Já que estes reconstruíram os velhos battle droids da Federação do Comércio. “The Ninth Jedi” estamos na era em que os sith dominavam a galáxia e os poucos jedi ficavam escondidos para se protegerem. Até que surge Margrave Juro que deseja restabelecer a Ordem Jedi para acabar com o domínio sith sobre eles.
Para encerrar a temporada, “Akakiri”. Com o jedi Tsubaki atormentado por uma visão do futuro. Onde atinge uma pessoa com seu sabre. Mas não consegue identificar quem é. Ao mesmo tempo, reencontra seu amor da juventude, a princesa Misa. Para ajudá-la a derrotar a tia dela, Masago. Já que esta assumiu o controle do planeta ao assassinar o pai de Misa. As consequências deste embate é um bom exemplo de como uma pessoa boa pode sucumbir ao lado sombrio da Força. “Visions” consegue ficar de fora do que já visto anteriormente. Ao mesmo tempo, está próximo da visão de George sobre a saga. Presta um tributo à Terra do Sol Nascente e à Kurosawa. Enaltecendo sua história e riqueza cultural. Abrindo o leque para novas possibilidades. Como bem vimos nas duas temporadas de “The Mandalorian”.
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