O mundo do heavy metal sempre dá voltas. A briga e a rixa entre os membros de uma banda são constantes e a separação é inevitável. Um dos maiores exemplos é o Iron Maiden. A clara rixa entre seu carismático vocalista Bruce Dickinson e o fundador Steve Harris, onde saiu do grupo em 1993 e retornou em 1999, após uma conversa para colocar a animosidade de outrora para escanteio. Hoje ele pilota o avião que os leva para as longas e lotadas turnês ao redor do globo terrestre. Mais recentemente tivemos mais um exemplo.
No caso, a banda alemã Helloween, um dos principais expoentes do Heavy Metal dos anos 80. Onde Kai Hansei (vocais e guitarra) e Michael Kiske (líder vocal) abandonaram o barco por desavenças com Michael Weikath (guitarra). Sendo que Kansei foi fundador do grupo, saindo em 1989, e Kiske entrou para gravar o mítico “Keeper of the Seven Keys Part I” em 1987. Com sua saída após “Chameleon” em 1993, ele é substituído por Andi Deris. Já Kai foi difícil efetivar alguém para seu lugar. Hoje temos Sasha Gerstner desde 2002. Nas baquetas também houveram dificuldades após o falecimento de Ingo Schwichtenberg. Quem assumiu a posição atualmente é Dani Loble desde 2004.
Como muitos filósofos dizem, “O Tempo é o Melhor Remédio”. Em 2017 foi anunciada a “Pumpkin United”, turnê comemorativa pelos 30 anos de vida do Helloween. Para celebrar o momento temos o retorno de Kai e Michael para shows nos quatro cantos do mundo. Com direito a passagem em nossa terra brasilis numa única apresentação na terra da garoa com ingressos esgotados. E uma nova vinda na edição 2019 do Rock in Rio e em São Paulo. Quando se imaginava que ao seu final, cada um para seu canto. Ledo engano. O anuncio de um novo álbum do grupo com as participações de Hansei e Kiske.
Lançado em junho, intitulado “Helloween”. Composto de doze canções inéditas, temos o clássico metal que bem conhecemos da fase anos 80 aliada ao Power Metal da fase com Deris. Abrindo os trabalhos com a poderosa “Out of the Glory”. “Fear of the Fallen”, apesar do suave dedilhado o que vem a seguir é paulada pura. Melodia e peso se juntam perfeitamente. Os vocais divididos por Andi e Michael são um deleite. “Best Time” possui um ar mais comercial e refrão que fica na mente. Em “Mass Polution”, o contrabaixo pulsante de Markus Grosskopf se faz presente. O único membro que está no grupo desde o início.
“Angels”, uma linda balada composta por Sasha, no melhor estilo Helloween de ser. “Rise Without Chains”, climática. “Indestructable”, power metal que destaca o confronto nas seis cordas de Kai, Sasha & Michael. “Robot King”, com Hansei, Kiske & Deris, onde literalmente rasgam suas vozes. “Cyanide” canção power metal no melhor estilo de ser. E encerrado os trabalhos com a trinca épica formada por “Down in the Dumps”, “Orbit” e “Skyfall”. A primeira é melódica; a segunda é uma introdução instrumental para a terceira.
Sendo destruidora, com Kai, Michael & Andi se dividindo perfeitamente nos vocais e com direito à solo de Grosskopf. O saldo final é extremamente positivo. “Helloween” traz o melhor de todas as fases do grupo desde sua formação até hoje. Onde o momento clássico nos anos 80 e com a entrada de Andi, em que se aventuraram em novos gêneros dentro do Heavy Metal, encaixam perfeitamente na sua sonoridade. E se tornando o principal nome do Power e Speed Metal da atualidade, com um dos melhores albuns do gênero deste ano.
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