Quando a Disney se propôs a produzir versões live-action de suas antológicas animações, o resultado causou certa apreensão entre os fãs. Uma aposta incerta que vem trazendo bons resultados para a casa do Mickey e de seu empreendedor Walt Disney. Como exemplos recentes temos “Dumbo (2019)”, “O Rei Leão (2019)” e “Mulan (2020)”. E outros controversos como “Malévola (2014)” e sua continuação “Malévola: A Dona do Mal (2019)”.
Com este último em mente, a Disney seguiu com uma nova linha de filmes. Trazendo a origem de seus vilões mais marcantes de seu universo. Neste caso temos Cruella De Vil, imortalizada no clássico “101 Dálmatas (1961)”. Em 1996, ganhou sua versão live-action com a carismática Glenn Close encarnando o papel. A empreitada deu certo e gerou a continuação “102 Dálmatas” em 2000.
Agora chegou sua vez de ter sua história contada em “Cruella (2021)”. Agora assumindo o papel temos a doce Emma Stone (Oscar de Melhor Atriz por “La La Land: Cantando Estações, 2016”). Saindo dos papeis que estamos acostumados a vê-la como a frágil com atitude Gwen Stacy da franquia “Espetacular Homem-Aranha”. Emma é geniosa Cruella, com traços de psicopata e que possui um talento como estilista e designer de moda. Seus primeiros desenhos surgem na infância e pré-adolescência, onde é encarnada por Tipper Seifert-Cleveland. Aqui já é visto sua personalidade forte, agressiva e avessa às normas que regem nossa sociedade. A jovem é um talento para se ficar de olho. Aqui ela se divide em duas personalidades, Estella e Cruella.
Estella é uma menina normal que tenta se ajustar. Já Cruella é o oposto. É constantemente agredida na escola e por isso, se vinga de seus agressores com requintes de crueldade. Antes que seja expulsa, sua mãe Catherine (Emily Beecham) a tira da escola e saem da cidade em que vivem, para irem a Londres. Durante o percurso, fazem uma parada numa suntuosa mansão. Ela pertence à Baronesa, interpretada pela Nanny McPhee Emma Thompson. Estella se encanta com o vestuário usado pelas pessoas que estão indo para lá, pois está ocorrendo uma festa de gala. Resolve sair do carro e indo em direção a ela. Acaba de se metendo em uma confusão, sendo determinante para sua vida.
Catherine está conversando com a Baronesa no balcão próximo à um precipício. Os cães da Baronesa, dálmatas, correm em direção de Estella que consegue fugir deles. Porem atingem sua mãe que cai do balcão. Assim, a jovem sente a dor da perda e se culpa pelo ocorrido. Precisando encontrar um modo para escapar de lá o mais rápido possível. Sobe em um caminhão de lixo para chegar em Londres. Lá conhece Jasper (Ziggy Gardner) e Horácio (Joseph MacDonald), como ela agora, órfãos. Criando um vínculo e se tornam cumplices, para formarem uma família improvável. A tiracolo os cães Buddy e Wink, este tem apenas um olho.
Passados
dez anos, Estella (Stone) se tornou
uma hábil ladra e desenvolveu seu talento como estilista. Criando e costurando
os melhores disfarces para ela, Jasper (Joel
Fry) e Horace (Paul Walter Hauser,
“O Caso de Richard Jewell, 2019”)
para aplicarem seus golpes. Assim conseguem o próprio sustento. Jasper é um grande falsificador e obtem para Estella, uma vaga para ela trabalhar na loja de departamentos Liberty. Para ela realizar seu sonho. Porém, percebe que será mais difícil do que imaginava para
concretiza-lo.
No dia que ficou até mais tarde, limpando a loja. Pega a chave da vitrine e resolve melhora-la do seu jeito. Passa a noite em claro e acaba dormindo nela. É despertada por Jasper e Horacio que batem no vidro. Sendo repreendida pelo gerente da loja, mas o inesperado acontece. A Baronesa, a estilista do momento, chega para uma visita. Ela repara na vitrine e se impressiona com o excelente trabalho de Estella. Por isso, é contratada na hora. Finalmente vivendo seu sonho. Descobrindo mais do que imaginava sobre si e como seu passado está ligado ao da Baronesa. Dai a mote inicial para “Cruella”.
Dirigido
por Craig Gillespie, que realizou o
drama “Eu, Tonya (2017)”. Aproveitou
bem a trama para nos traz uma película que mescla perfeitamente drama e comedia
com a atmosfera Disney que bem conhecemos. Indo além das origens de Cruella,
exibindo como ela se tornou a personagem marcante dos desenhos Disney. A
Baronesa de Emma Thompson é
determinante para que isso ocorra. Frieza, ganancia, pura maldade em seu
coração e um pouco de insanidade são suas principais características. Percebe-se
a semelhança entre as duas.
Emma Stone está perfeita no papel. Exibindo a dualidade necessária para encarar Cruella e Estella. Até o ponto de partida, ela assume a persona que conhecemos. Como bem diz narrando a própria história, ser um pouco doida para atingir seus objetivos. E ser realmente quem é. Um dos grandes acertos é sua linha do tempo, ambientada entre o fim dos anos 60 e inicio dos 70, a cultura dessa época bem explorada. Musicalmente com The Doors (“Five To One”), Nina Simone (“Feeling Good”), Ike & Tina Turner (“Come Together”), Queen (“Stone Cold Crazy”) e Iggy Pop & The Stooges (“I Wanna Be Your Dog”).
Para acompanhar a jornada de Cruella. Esta ultima é cantada por Artie, feito por John McCrea. Dono de um brechó e um hábil costureiro que a auxilia no enfrentamento contra Baronesa. Junto ao trabalho excepcional da figurinista Jenny Beavan no vestuário criada por Cruella e para todo elenco. Ela possui dez indicações ao Oscar e duas estatuetas na categoria Melhor Figurino por “Uma Janela para o Amor (1985)” e “Mad Max: Estrada da Fúria (2015)”. Mesclado o novo e o velho de acordo com os conceitos de moda. No melhor estilo do Universo Cinematográfico Marvel, há uma cena pós credito. Que se conecta diretamente com a mítica animação dos anos 60 para alegria de seus fãs.
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