Um encontro marcado por aplicativo nos dias de hoje, já se tornou um habito. De celulares a smartphones, podemos acessa-lo e encontrar alguém online para marcar algo. O que não se poderia imaginar que um passeio a dois se tornaria uma aventura improvável e cheia de reviravoltas. Ainda mais se ocorre na terra do tio Sam. No caso estamos falando do jovem casal formado por Daniel Kaluuya do thriller “Corra (2017)” e a estreante Jodie Turner-Smith. Marcam um jantar no restaurante e trocam confidências. Jodie é uma advogada idealista que perdeu um caso, seu cliente foi condenado.
Já Daniel é um rapaz religioso, bem descolado e ligado ao pai. Ele questiona porque ela aceitou o convite para se encontrarem. Apenas responde que se encantou pela tristeza em seu olhar na foto do perfil no aplicativo. Ficando encabulado por isso, ao mesmo tempo, a irrita. Pois ela se incomoda com o barulho feito pelo jovem ao mastigar a comida. Indagada sobre isso, apenas responde que fica sozinha a maior parte do seu tempo. É hora de voltar para casa, no carro dele discutem como vão terminar a noite.
Brincadeiras a parte, ela diz que não irão dormir juntos. Achando graça, o rapaz apenas ri. Até que são parados por um policial. O carro dele está com problemas nas lanternas. O oficial pede para sair do veiculo para revista-lo. Irritada, ela sai também e indaga ao oficial sobre sua ação. Ao tentar mostrar sua identidade como advogada, o policial atira em sua direção. É impedido pelo rapaz, que pega a arma e atira no policial. Este é morto instantaneamente.
Assim
a situação do casal ganha um novo contorno. Apesar de terem agido em legitima
defesa, onde há claramente o preconceito racial por parte do oficial da polícia,
eles serão perseguidos pelos seus iguais em busca de justiça. Fazendo com que
os dois busquem refugio pelas estradas dos EUA até descobrirem o que farão para
conseguir fugir da situação em que se envolveram. Dai o mote inicial de “Queen
& Slim: Os Perseguidos (Queen
& Slim, 2020)”. Dirigido por Melinda
Matsoukas, conhecida pelos trabalhos com as musas do r’n’b Rhianna no
clip “We Found Love” e Beyoncée no
curta “Formation” do álbum “Lemonade (2016)”. Assim como Jodie, é sua estreia na sétima arte.
As duas
formam ao lado de Daniel a força
motriz da película aliado ao roteiro cheio de engajamento social escrito por Lena Waithe, que aproveita o atual
momento na terra do tio Sam com a tensão racial crescente. Com o julgamento
pelo assassinato de George Floyd ocorrendo em meio à pandemia do Covid 19, “Os
Perseguidos” traz à tona como uma maioria branca tenta sobrepujar a
população negra de seu país. Onde usam a cor da pele para serem superiores a
tudo e a todos. Acompanhando a viagem do casal, que saem de sua cidade natal
Ohio e partem para Nova Orleans até a casa do tio dela, Earl (Bokeem Woodbine)
em busca de refugio e pensar como escapar.
Chegando
lá, precisam mudar sua aparência. Ela tirar os dreadlocks e ele raspar a
cabeça. Para assim não serem reconhecidos. No caminho, as imagens do tiro
ganham as redes sociais e eles se transformam em heróis marginais da comunidade
negra. Tudo pontuado com o que há de melhor do r’n’b dos dias de hoje, junto a
letras que estão conectadas ao movimento Black Lives Matter. Decidem ir para
Cuba e antes disso, passam em Miami. É Lá que a mãe dela está enterrada. Arrepende-se
por ter perdido o contato e seu amor.
Jordie é o destaque do filme. Sua personagem exibe uma grande força interior e exterior. Com rugas do passado que dirigem seu presente e precisam ser apaziguadas para garantir sua paz de espirito. Seja lutando pela sua própria vida quanto ao seu próximo. No caso, Daniel. Inteligente e perspicaz, com certa frieza, direcionando as ações deles. Já ele é mais calmo e demora um pouco para entender no que se envolveu. Aos poucos, vai pegando o espirito da coisa e se une de coração e mente a ela. Conhecem-se mais a fundo e criam uma intimidade que explode junto às manifestações a seu favor em todo EUA. Apenas no ato final da película, somos apresentados ao jovem casal, Queen e Slim.
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