O mundo dos tribunais de justiça na terra do tio Sam, sempre ótimos gerou filmes como os “Doze Homens & Uma Sentença (1957)”, “Testemunha de Acusação (1957)”e “O Sol É Para Todos (1962)” por exemplo. Além de autores de sucesso como John Grisham que teve seus principais romances adaptados para o cinema como “O Dossiê Pelicano (1993)”, “A Firma (1993)” e “O Júri (2003)”. Seguindo essa linha, tivemos mais recentemente, “Luta por Justiça (2019)” e “Os Sete de Chicago (2020)”. Já em 2017 foi a vez do roteirista Dan Gilroy se aventurar no gênero. Conhecido por trabalhos como “Gigantes de Aço (2011)” e “O Legado Bourne (2012)”. Estreando na cadeira de diretor em “O Abutre (2014)”.
Em seu segundo filme como cineasta, temos “Roman J. Israel, Esq (2017)” e ao seu lado o polivante Denzel Washington como o idealista advogado que dá título à película. Ele trabalha numa firma que auxilia pessoas de baixa renda em seus casos na justiça. Há mais de 20 anos é consultor dos advogados de lá e por isso, pouco pisou em um tribunal. Inteligente e perspicaz conhece cada caso do escritório nos mínimos detalhes. Uma pessoa excêntrica com suas manias e temperamento forte, mas sempre disposta a ajudar seus colegas.
A
situação muda quando seu melhor amigo e sócio, William Jackson, na firma sofre
um ataque cardíaco. É hospitalizado e fica entre a vida e a morte. Pois este
era o rosto da empresa diante do público, já que Roman não possuía a empatia de
seu colega. Assim, o escritório é incorporado ao do principal advogado da
cidade, George Pierce. Este é feito pelo garoto enxaqueca Colin Farrell. Fazendo com que Roman saia da sua zona de conforto e
retorne para linha de frente no mundo judiciário. Assim conhece novas histórias
e pessoas do meio que confrontam com sua vida profissional. Ocorrendo um grande
debate e desacordo entre as partes.
O acaso faz com que Roman aja de modo impulsivo. Além de seu rígido código moral, que é colocado à prova ao se encontrar um potencial cliente, o jovem Derrell Ellerbee (DeRon Horton), preso por assassinato. Sendo assim julgado para prisão perpetua. Isso deve ocorrer após o depoimento de Carter “CJ” Johnson (Amari Chearton). Há uma recompensa de 100.000 dólares pelo seu paradeiro. Para se ajudar e ao seu cliente, Israel faz a denuncia anonimamente. Conhecendo as brechas do sistema legal, acredita que não saberão que foi ele que fez a ligação. Assim temos o mote para “Roman J Israel”. Onde temos a desconstrução de um personagem.
Denzel faz um trabalho excepcional, como uma pessoa inteligentíssima, integra à sua ideologia e código moral, pode se corromper e ao mesmo tempo se questionar a respeito. Por isso é intransigente com aquele que discorda de suas opiniões. Ouvindo diariamente o que há de melhor do soul e funk dos anos 70 ao longo da película, Roman percebe que tudo aquilo que acredita foi por água abaixo e buscando um meio de corrigir seu erro. Para assim voltar a ser como era em seus princípios, antes de mudar drasticamente seu modo de vida e seus ideais.
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