Como diz a canção do mestre do Blues Muddy Waters, “O Blues teve um Bebê e ele ganhou o nome de Rock’n’Roll (The Blues Had A Baby and They Named It Rock’n’Roll)”. Este gênero musical ganhou as telas em formato de cinebiografia e mais recentemente tivemos “Bohemian Rhapsody: A História de Freddie Mercury (2018)”, “The Dirt: Confissões do Motley Crue (2019)” e “RocketMan (2019)”.
Já o Blues foi tema da serie “The Blues” do mestre do cinema Martin Scorsese em 2003. Desde então foi sendo aproveitado em documentário como “ReMastered: O Diabo na Encruzilhada (2019)” da Netflix. Sobre a lenda do jovem bluesman Robert Johnson que vendeu sua alma ao diabo para obter sucesso. A partir dai temos “A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom, 2020)”, ambas produções do canal das redes sociais Netflix.
“A Voz Suprema do Blues” é baseado na peça teatral de autoria de August Wilson (27.04.1945 – 02.10.2005), que agora ganha sua versão para o cinema tendo como um dos produtores Denzel Washington. Que em 2016, dirigiu e atuou em “Um Limite Entre Nós”, uma das peças de August que ele adaptou para o cinema. E trazendo junto com ele, Viola Davis. Que faz Ma Rainey, considerada como a mãe do Blues. Onde retomam a parceria de sucesso de “Um Limite Entre Nós”, pelo qual levou para casa a estatueta do Oscar como Melhor Atriz Coadjuvante daquele ano. Tendo como diretor George C. Wolfe.
O filme é marcado como ultimo trabalho do eterno Pantera Negra Chadwick Boseman. Este veio a falecer em agosto de 2020 devido a um câncer colorretal. Ele faz o trompetista Levee, que deseja ser tão bem sucedido musicalmente e financeiramente como Ma. Por isso, os conflitos entre os dois são constantes. Retratando uma sessão de gravação na cidade de cidade de Chicago em 1927. O verão está pegando forte e a tensão racial ainda mais quente. Com Ma se dirigindo ao estúdio ao lado do sobrinho Sylvester (Dusan Brown) e a acompanhante Dussie Mae (Taylour Paige).
Já no estúdio sua banda formada por Levee, Cutler (Colman Domingo), o pianista Toledo (Glynn Turman) e o contrabaixista Slow Drag (Michael Potts) ensaiam o repertorio a ser gravado. Junto a eles, o empresário de Ma Irvin (Jeremy Shavos) e o dono do estúdio Sturdyvant (Jonny Coyne). A película exige bem o racismo por parte de Sturdyvant que releva o estrelismo de Ma, por causa da venda dos discos gravados por ela. Desabafando com Irvin, que tenta contornar a situação para o clima não azedar de vez.
Enquanto
isso, a banda ensaia e lá conhecemos a persona de Levee. É aí que vemos o
talento de Chadwick. Carismático,
ele exibe tanta raiva contida em seu personagem. Descrente, já que viu seus
pais serem mortos por homens brancos. A mãe foi estuprada, o pai enforcado e
queimado vivo, quando tentou fazer justiça pela morte da mulher. Viola encarnou muito bem a Diva do
Blues, sua personalidade forte e ciente de seus direitos. Onde lutou contra o
preconceito racial e de gênero. E soltou a voz como Ma, sem contar a
transformação física. Já que acostumamos vê-la como uma femme fatale na serie “How to Get Away With Murder, 2014 a 2020”.
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