A
empreitada musical do “Boss” Bruce Springsteen continua. Cumprindo uma promessa feita em 2019 de
lançar dois trabalhos, recentemente. No ano passado com “Western Stars” que comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2020/03/as-estrelas-ocidentais-de-bruce-boss.html
. E retomando agora a parceira com sua velha banda, a E Street Band com “Letter To You (2020)”. Gravado em
novembro de 2019 em seu estúdio caseiro, onde pode fazer algo que não fazia desde o antológico
“Born in the U.S.A. (1984)”. Todos
estavam juntos para tocarem as doze canções que fazem parte do repertorio do álbum.
Três delas foram compostas em seu primeiro disco “Greetings from Asbury Park, N.J. (1973)”: “Janey Needs A Shooter”, “If I Was A Priest” e “Song for Orphans”, que ficaram de fora na época e sendo aproveitadas agora. Com os velhos parceiros, Bruce traz um trabalho que remete ao seu passado, aos amigos que vão deixar saudades e vendo um belo futuro para si. Como seu assistente pessoal Terrry Magovern (1940 - 30.07.2007), o tecladista Danny Federici (23.01.1950 - 17.04.2008), o saxofonista Clarence Clemons (11.01.1942 - 18.06.2011) e George Theiss (Setembro 1949 - 13.07.2018), com quem tocou em sua primeira banda The Castilles (o embrião da E Street Band).
Que são lembrados na faixa de abertura, “One Minute You're Here”. Acústica em tom confessional. Já a canção que dá título ao disco, é o exemplo perfeito da química entre Bruce e a E Street Band, rock vigoroso com uma letra que remete a uma carta de amor aos seus fãs. “Burnin’ Train”, pulsante faz se sentir dentro de um trem em movimento. Cairia perfetiamente em "Born to Run (1975)".
“Janey Needs A Shooter”, “If I Was A Priest” e “Song for Orphans” representam a sonoridade do Bruce raiz. Isto é, com a característica influência de Bob Dylan aliada à pegada puro rock’n’roll da E Street Band no começo de carreira. Sobre elas, Springsteen comentou para a Rolling Stone: “Eu as resgatei porque queria cantar com voz adulta as ideias da juventude. Algo um pouco louco”.
“The Last Man Standing”, reflexos
sobre sua vida (o passado, o presente e um futuro incerto). “The
Power of Prayer”, declama seus versos como se estivéssemos dentro
de uma igreja como pastor fervoroso para seu rebanho. Destaque para o saxofone de Jake
Clemons, sobrinho de Clarence.
“Rainmaker”, o tom pessimista toma conta do clima. Com “Ghosts”, como bem diz a canção, os fantasmas do passado assombram a memória de Springsteen, mas enxergando isso como um rito de passagem. O tom de despedida toma conta de “I’ll See You in my Dreams”, onde os sonhos de outrora ganham novos com muito rock’n’roll os embalando.
O saldo final é positivo, como uma ode sobre a vida e a morte. Mesmo por estarmos tristes daqueles que nos deixaram, devemos ver isso como um sinal para seguir em frente. Junto a um sentimento de que como somos frágeis e tirando a sensação de invencibilidade dentro de nós.
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