Pular para o conteúdo principal

A história real de "OS 7 DE CHICAGO (Netflix)"

Atualmente a terra do Tio Sam tem vivido tempos atribuídos além da pandemia provocada pelo novo coronavírus. É o momento para eleger um novo presidente ao povo norte-americano. A reeleição do tresloucado Donald Trump ou trazer novos ares com o democrata Joe Biden. Como isso dito, vamos relembrar um dos julgamentos que estremeceu a justiça nos EUA. 

Mundialmente conhecido como “Os Sete de Chicago”. Onde os líderes de grupos contrários à Guerra do Vietnã foram protestar durante a convenção do Partido Democrata ocorrido em agosto de 1968, na cidade de Chicago. Devido à grande multidão, houve confusão.Tanto entre os manifestantes e a força policial, juntamente com a Guarda Nacional, deslocadas ao local para proteger o perímetro. O conflito generalizado causou muitos feridos entre os civis. 

Sendo Abbie Hoffman e Jerry Rubin, liderança dos Yuppies, estes são interpretados pelo Borat Sasha Baron Cohen e Jeremy Strong (o Kendall Roy da serie HBO “Sucession, desde 2018”) respectivamente; Tom Hayden e Rennie Davis, feitos pelo Stephen Hawking Eddie Redmayne e Alex Sharp respectivamente, são os líderes do Grupo dos Estudantes pela Democracia Livre; David Dellinger (John Carroll Lynch), voz do Comitê Nacional pelo fim da Guerra do Vietnã; Lee Weiner (Noah Robbins) e John Froines (Daniel Flaherty) são acusados pelo Governo Federal por provocar o tumulto. Sendo levados a julgamento para serem condenados a dez anos de prisão.


Assim temos o início da trama escrita por Aaron Sorkin, renomado roteirista que nos trouxe series como “The West Rings: Nos Bastidores da Casa Branca (1999 a 2006) ” e filmes como “Questão de Honra (1992) ”, “Moneyball: O Homem que Mudou o Jogo (2011) ” e com “A Rede Social (2010) ” levou para casa a estatueta do Oscar para Melhor Roteiro Adaptado daquele ano. Já em 2017 estreou na cadeira de diretor com “A Grande Jogada”. 

Chegando agora com a produção em parceria com o canal das redes sociais Netflix, “Os 7 de Chicago (The Trial of Chicago 7, 2020)”. Onde Sorkin se baseou nos arquivos e nos registros do julgamento para desenvolver sua história. Tentando ser o mais imparcial e verossímil possível, trazendo à tona tudo o que ocorreu dentro do tribunal e os efeitos que isso causou na sociedade da época. Como o grito das pessoas “O Mundo Todo Está Assistindo! ”, ecoa por todo filme. Ela foi realmente dita e ouvida na frente do prédio do tribunal e nas ruas por todo EUA. Juntamente com a excepcional reconstituição de época.

Para defende-los temos os advogados William Kunstler (Mark Ryllance, Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Ponte de Espiões, 2015”) e Leonard Weinglass (Ben Schenkman). O líder dos Panteras Negras Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II, o Dr. Manhattan da serie HBO “Watchmen, 2019”) também está sendo julgado. Justificando um velho ditado: na hora errada, no lugar errado. Ele foi participar da manifestação apenas para fazer um discurso, mesmo assim foi preso.


O lado do governo é representado pelos promotores Richard Schultz (Joseph Gordon-Levitt de “Voo 7500, 2020”) e seu superior imediato, Tom Foran (J.C. MacKenzie). Eles respondem ao Procurador Geral dos EUA John N. Mitchell (John Doman). Que tenta colocar a sujeira deixada pelo seu antecessor Ramsey Park (Michael Keaton, o Abutre de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”, 2017) para debaixo do tapete. Este deixou o cargo em meio às manifestações. O juiz do caso Julius Hoffman é interpretado pelo veterano Frank Langella (“Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”, 2010). 

Este garante os melhores embates durante o julgamento. Já deixando bem claro nos altos do processo que não tem nenhum parentesco com Abbie. Sarcástico, aproveita para tirar uma com o juiz. Usando uma toga em determinado dia e sendo chamado sua atenção, ao tirar estava vestindo um uniforme de policial. Por isso, ele e seu amigo Jerry foram acusados por desacato à autoridade. 

O mesmo vale para Bobby Seale, este tinha um advogado negro. Só que o mesmo está hospitalizado, devido uma cirurgia. Por isso, se nega a ter o auxílio de Kunstler. É onde temos a impactante cena em que Bobby discursa e é visível seu desconforto em estar presente de um júri totalmente formado por pessoas brancas. Bem como a maior parte das pessoas que estão dentro da corte. Seus gestos, modos de falar e olhar exemplificam isso. Por causa disso, o juiz Julius ordenou que ele fosse amordaçado e preso com algemas e correntes na cadeira.

Ponto para o trabalho de edição feita por Alan Baumgarten, que trabalhou com Sorkin em “A Grande Jogada”. Dinâmica e pontual ao exibir as feições de Bobby juntamente daqueles que estão acompanhando sua fala cheia de emoção e raiva. É aí que vemos a visão de Aaron que soube colocar na tela exatamente tudo o que escreveu. Planos abertos e closes exibidos no momento certo. O trabalho do elenco é de encher os olhos. Sasha está ótimo ao representar o deboche e o engajamento político de seu personagem. 

O mesmo vale para Strong, apesar de abestalhado e visivelmente drogado, consegue colocar seu ponto de vista. Langella está perfeito como o juiz impaciente, que erra constantemente o nome das pessoas. E representa uma ala preconceituosa e ultrapassada da sociedade norte-americana. Totalmente avesso a inovações e um modo de pensar mais liberal. Rylance exibe a competência habitual como o advogado que faz de tudo para libertar seus clientes. 

Nem que seja para corrigir o juiz Julius, quando este se expressa erroneamente. "Os 7 de Chicago" confirma aquele velho ditado: " A justiça tarda, mas não falha". Onde é visível que o Governo dos EUA buscam por culpados para justificar os próprios erros. O ato final com o depoimento de Ramsey exemplifica isso. Sorkin acerta mais uma vez, ao transcrever todo o julgamento em seus mínimos detalhes.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Zendaya & Os "RIVAIS"

Ao contrário do que se pode imaginar, o drama “ Rivais ( Challengers , 2024) ” não é um filme sobre tênis. Apesar do foi visto nos trailers e os vídeos promocionais, o filme discute a relação entre Tashi Duncan e os amigos de infância Art Donaldson e Patrick Zweig. Eles são interpretados pela musa Zendaya , Mike Faist (da refilmagem “ Amor Sublime Amor , 2021”) e Josh O’Connor (o Príncipe Charles da série Netflix “ The Crown ”, 2016 a 2023) respectivamente. Dirigido por Luca Guadagnino de “ Me Chame Pelo Meu Nome (2017)” a partir do roteiro escrito por Justin Kuritzkes . Zendaya é a jovem tenista com futuro promissor. Já os personagens de Mike e Josh almejam ser grandes tenistas.  A princípio, o conto se mostra simples, só que não é.  Tashi é uma mulher ambiciosa, que deseja aproveitar ao máximo seu talento para o esporte. Art e Patrick, tem interesses próprios. O primeiro quer conquistar todos os torneios que participar, já o segundo deseja fama e fortuna. Embora Patrick mostra

Visita a "CASA WARNER"

Aberta desde 01 de setembro, a exposição que celebra os 100 anos dos estúdios Warner Bros. , chamada “ Casa Warner ”. Localizada no estacionamento do Shopping Eldorado (Zona Oeste) na cidade de São Paulo. Ela nos traz seus personagens clássicos dos desenhos animados Looney Tunes como Pernalonga, Patolino, Frajola e Piu-Piu. Em especial, “ Space Jam (1996)” e “ Space Jam : Um Novo Legado (2021)”, ambos com as estrelas do basquete Michael Jordan e LeBron James respectivamente. Além da dupla Tom & Jerry. Filmes que marcaram a história da Warner também estão lá. Como a reprodução do cenário do clássico " Casablanca (1942)" estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Somado aos heróis do Universo Estendido DC que já estão na entrada da exposição. A  Liga da Justiça surge em tamanho natural como estatuas de cera. O Cavaleiro das Trevas está representado pelo seu Batmóvel do antológico seriado estrelado por Adam West e ao seu lado o furgão Máquina do Mistério da turma do

"VOCÊ NÃO SABE QUEM EU SOU": documentário conta a vida louca vida de NASI

Está ocorrendo na cidade de São Paulo desde o dia 06 de junho, o festival In-Edit . Em sua décima edição, ele traz as melhores produções sobre a música mundial. Sendo no formato de documentário ou filme biográfico. Passando por gêneros como música clássica, eletrônica, world music e chegando até o bom e velho rock’n’roll. Na ultima segunda-feira (11 de junho de 2018) tivemos a estréia do documentário sobre um dos ícones mais controversos do rock brasileiro dos anos 80, o vocalista da banda paulistana Ira! , Marcos Valadão Ridolfi. Mais popularmente conhecido como Nasi . Com o título de “ Você Não Sabe Quem Eu Sou ”, conhecemos um pouco da sua personalidade forte. Dirigido pelo jornalista Alexandre Petillo (que escreveu a biografia de Nasi , “ A Ira de Nasi ” ao lado de Mauro Betting) e contou com a colaboração dos também jornalistas Rodrigo Cardoso e Rogério Corrêa . A estréia ocorreu no Cinesesc com a presença dos envolvidos e sua equipe da produtora Kurundu Filmes. Eles c