Sherlock Holmes é um dos personagens da literatura mais adaptados, tanto no cinema quanto na televisão. O mítico ator Peter Cushing imortalizou o personagem e mais tarde o Homem de Ferro Robert Downey Jr. assumiu o cachimbo e o violino nos filmes “Sherlock Holmes (2009)” e “Sherlock Holmes: Jogo de Sombras (2011)”. Junto a ele, antes de se tornar o mago Doutor Estranho do UCM, Benedict Cumberbatch interpretou Holmes na serie britânica “Sherlock (2010 a 2017)”.
Inclusive houve uma versão para os dias de hoje com o seriado “Elementary (2012 a 2019)” com Jonny Lee Miller (o Sick Boy de “Trainspotting: Sem Limites, 1996”) no papel. Agora chegou a vez do Homem de Aço Henry Cavill dar a graça como o detetive mais perspicaz e inteligente do planeta. Só que desta vez ele não é o principal. No caso, sua irmã mais nova Enola. Feita por Millie Bobby Brown, a Eleven da série Netflix “Stranger Things (desde 2016)”. Onde ela retoma a parceria com o canal das redes sociais em “Enola Holmes (2020)”.
Disponibilizado no último dia 23, o filme traz a jovem criada pela mãe Eudoria interpretada por Helena Bonham Carter (a Bellatrix da saga “Harry Potter”) para ser uma mulher independente e com inteligência acima da média. Tudo ocorre bem até o aniversário de 16 anos de Enola, quando Eudoria desaparece sem deixar vestígios ou um bilhete explicando o fato. Apenas o presente para a filha para celebrar a data.
Preocupada, entra em contato com os irmãos Mycroft, com Sam Claflin (do romântico “Como Eu Era Antes de Você, 2016”) e Sherlock (Cavill) para descobrirem o paradeiro da mãe. Mycroft por ser o mais velho, se torna tutor da irmã e ao mesmo tempo, cuida das finanças da família. Já Sherlock trabalha como detetive para o governo britânico. O primeiro preocupado com a educação de Enola quer manda-la para um colégio interno, este administrado pela senhora Harrison (Fiona Shaw).
A jovem não deseja isso, pede ajuda de Sherlock mas este recusa. Já que tem ciência que Mycroft tem o controle da situação. Mesmo assim, resolve fugir de casa para encontrar a mãe com as poucos pistas deixadas pela mesma. Daí o mote para “Enola Holmes”. Adaptada do romance “O Caso do Marquês Desaparecido (2006)”” que faz parte de uma série de livros da escritora Nancy Springer. Dirigido por Harry Bradbeer, vindo do mundo televisivo das series.
Mais especificamente da aclamada “Fleabag (2016 a 2019)”, junto a Jack Thorne (conhecido pelo excelente drama juvenil “Extraordinário, 2017”) que adaptou o conto, para nos trazerem uma trama que remete a emancipação feminina no final do século XIX e como foi difícil para as mulheres que pensavam por si só, conseguirem vencer em um mundo dominado pela visão masculina. Enola (que na verdade é a palavra em “Alone” detrás para frente) é uma representação disso.
Onde Eudoria ensina a filha a encarar todos os desafios de frente sem medo. E principalmente como agir sozinha. Como boa irmã de Sherlock é atenta a tudo que acontece ao seu redor. Tem a sagacidade para interpretar as pistas e aos trancos e baracos para descobrir o porquê do sumiço da mãe.
Millie está muito bem no papel. O enchendo de carisma e ao contrário de Eleven, é alegre e expansiva. dialoga diretamente com câmera, recurso da TV muito bem usado por Bradbeer, aproximando o espectador de Enola. Fazendo com que acompanhe seu passo a passo no desenrolar da história. Cavill dá a ferocidade necessária ao papel. Claflin é o rabugento da vez. Ambos estão bem nos respectivos personagens, mas são poucos aproveitados.
Enola é a bola da vez que ganha até um parceiro de cena e possível interesse romântico, o jovem Tewkesbury (Louis Partridge). Assim a película é uma aventura leve e divertida com uma excepcional reconstituição de época com destaque para o figuro criado por Consolata Boyle (“Victoria & Abdul: O Confidente da Rainha, 2017”) que interage com as peripécias de Enola.
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