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O Cult "TAXI DRIVER (1976)" de Martin Scorsese com Robert De Niro





O cult “Taxi Driver (1976)” do mestre do cinema Martin Scorsese surgiu a partir de um momento pessoal do seu roteirista Paul Schrader. Nas palavras do próprio: “Na época que escrevi ‘Taxi Driver’, eu estava em um momento difícil. Tinha terminado com minha esposa, tinha terminado com a mulher pela qual deixei minha esposa, tinha quebrado com o American Film Institute… eu estava falido”. Morando no próprio carro e vagando pelas ruas de Nova York. Passou mal e foi encaminhado para um hospital.

Ao descrever o que estava passando, comentou: “Quando estava conversando com a enfermeira, percebi que não tinha falado com ninguém durante semanas, foi aí que a metáfora do táxi apareceu em minha mente. Percebi que esse cara era eu, um homem dentro de uma lata de metal vagando pelas ruas aparentemente sozinho”. Assim surgiu o personagem Travis Brikle. Um veterano da guerra do Vietnã em busca de emprego e algo a mais para dar um significado para sua vida. Ele é interpretado por um Robert De Niro em início de carreira. Assim como Scorsese, um cineasta buscando deixar sua marca na sétima arte. Os dois já haviam trabalhado juntos anteriormente em “Caminhos Perigosos (1973)”.


Martin já havia chamado atenção com o road movie “Sexy & Marginal (1972)” e o drama familiar “Alice Não Mora Mais Aqui (1974)”. Poucos sabem disso, mas Schrader teve como primeira opção, Brian De Palma. E imaginou Dustin Hoffman como Travis. Até ser dissuadido pelo próprio De Palma, após ler o roteiro, indicou Scorsese para filma-lo. Por ser mais o estilo deste. Tudo certo quanto a cadeira de diretor, ele chama De Niro para ser seu ator principal, e parceiro em filmes como “O Touro Indomável (1980)” e “Os Bons Companheiros (1990)”. Que serão discutidos futuramente.

Travis é um veterano do Vietnã que sofre de insônia, por isso decide se tornar um motorista de taxi em Nova York, pegando sempre os plantões noturnos. Durante dia percorre a cidade a pé até esbarrar com a bela Betsy (Cybil Shepherd, do seriado anos 80 “A Gata & O Rato”). Ela trabalha no comitê eleitoral do senador Palantine (Leonard Harris), que está concorrendo à Presidência dos EUA. Atraído por ela, a convida para tomar um café e jogar conversa afora para se conhecerem melhor. Daí parte o convite de Travis para irem ao cinema juntos. Betsy aceita.



De volta ao seu cotidiano noturno, testemunha a sujeira das ruas, crimes em geral e prostituição. Até que conhece a jovem Easy / Iris, interpretada por Jodie Foster (Oscar de Melhor Atriz por “Acusados, 1988”) com 13 anos na época. Que fugiu de casa e está se prostituindo, tem como cafetão Matthew / Sport (Harvey Keitel). Fica indignado com a situação da adolescente, sai com ela, imagina um modo de salva-la disso. É aí que a sanidade de Travis é colocada a prova.

Como todo ex-combatente, seu psicológico está bem fragilizado. Visto como um assassino e tenta conviver com isso. Conhecendo pessoas e explorando o dia a dia de Nova York para se ajustar a esta nova realidade de vida. O ponto de virada em sua personalidade, é o último encontro com Betsy. Ao irem ao cinema vão ver um filme pornô. Incomodada com a situação, ela o abandona antes do filme começar. Obcecado por ela, vai ao seu trabalho para se desculpar. Chegando a ser expulso por um assessor de lá.



Daí um passo para a antológica cena em que Travis está com uma arma em punho e de frente para espelho diz a celebre frase: “Você está falando comigo?”. Surge o moicano e ele andando com seu táxi pelas ruas de Nova York em busca de justiça.  Assim temos o mote inicial para Taxi Driver”. Scorsese inteligentemente usa a cenografia da cidade para ditar a jornada que leva Travis para loucura dentro dele pronta para explodir. Fora seu cotidiano violento e estressante contribuíram para isso também. Juntamente com a trilha musical composto por Bernard Herrmann traz o clima tenso e assustador vivido por Travis.

De Niro exibiu todo seu talento ao encarnar uma pessoa transtornada e perdida em sua loucura interna. Onde literalmente perdendo os limites da razão para justificar suas ações no ato final da película, quase morto. Na última cena, surge recuperado de seus ferimentos e sendo enaltecido como herói local pela imprensa. De volta ao taxi, pega uma passsageira inesperada.É Betsy. Trocam olhares pelo retrovisor do taxi e conversam. Só que preste atenção. Isso é real ou um devaneio antes dele morrer?


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