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"OS INTOCÁVEIS (1987)" de Brian De Palma com Kevin Costner, Sean Connery & Robert De Niro


Brian De Palma surgido na mesma geração que nos trouxe o mago Steven Spielberg, o contador de histórias George Lucas e os mestres do cinema Martin Scorsese & Francis Ford Coppola, nunca recebeu o reconhecimento merecido. Um grande cineasta que chegou a ser chamado de “novo mestre do suspense”, já que o genial Alfred Hitchcock não estava mais entre nós. Isso é exemplificado em trabalhos como “Vestida para Matar (1980)” e “Dublê de Corpo (1984)”. Exibindo seu estilo cinematográfico no clássico terror “Carrie: A Estranha (1976)” e no estridente “Scarface (1983)”.

Se aventurou em outros gêneros como o sobrenatural “A Fúria (1978)”, o policial “Blow Out: Um Tiro Na Noite (1981)”, na comedia com ares de suspense “A Síndrome de Cain (1992)” e na primeira aventura do agente que faz o impossível ser  possível em 1996, “Missão Impossível”. Em meio a isso, realizou o que para muitos é seu melhor filme da carreira. No caso estamos falando em “Os Intocáveis (The Untouchables, 1987)”. Baseado nas memorias do agente do Tesouro Elliott Ness em sua caçada ao gangster Al Capone, “The Untouchables (1957)”, escrito por Ness e Oscar Fraley. Sendo adaptada por David Mamet, conhecido dramaturgo no teatro norte-americano.



Para ser Ness temos Kevin Costner. Uma jovem aposta na época. Mais tarde faria o drama familiar “O Campo dos Sonhos (1989)”e o premiadíssimo “Dança com Lobos (1990)”, onde estreou como diretor. Ele acaba de chegar na cidade de Chicago para se valer presente, já que foi declarada a “Lei Seca” nos anos 30. Onde era proibida a comercialização de bebidas alcóolicas por toda terra do tio Sam. Para fura-la o gangster Al Capone, interpretado magistralmente por Robert De Niro, faz de tudo para aumentar sua vasta fortuna e domínio da corrupção local. 

Em sua primeira batida, Elliot tem a informação do transporte ilegal de bebidas no porto da cidade. Ao abrir uma das caixas, é surpreendido. Dentro dela, só haviam guarda-chuvas. Envergonhado, é apelidado de “paladino da justiça”, descobrindo da pior maneira que dentro do ambiente de trabalho, há pessoas que passam informações privilegiadas à Capone. Para lutar contra isso, tem o auxílio de um velho policial, que está na corporação há anos e entende como isso funciona, o irlandês Jim Malone. Interpretado pelo eterno 007 Sean Connery.



Procuram dentro da força policial, pessoas como eles. Incorruptíveis e honestas. Encontram o jovem cadete George Stone (Andy Garcia de “O Poderoso Chefão Parte III, 1990”) e o contador Oscar Wallace (Charles Martin Smith, o “Sapo” de “American Graffiti: Loucuras de Verão, 1973”). Este último veio por indicação de Washington e nunca usou uma arma de fogo. Já o primeiro é um exímio atirador com 100% de acerto em seu alvo. Malone, com seus contatos no submundo, descobre que há uma fábrica de bebidas clandestina no centro de Chicago. Os quatro se dirigem para lá e daí a batida é efetuada com sucesso. Eles celebram e passam a serem chamados de “Intocáveis”.  A luta deles tem alcançado a meta pessoal de Elliot.

Daí a mote para “Os Intocáveis”. Onde Brian nos traz todo seu apuro cinematográfico ao lado da excepcional reconstituição de época. Cenários por William A. Elliott & Hall Gausman e a reprodução fiel do vestuário usado por Capone naqueles tempos. Isso se deve ao ótimo trabalho de Marylin Vance. Que mais tarde deixaria Julia Roberts (mais do que já é) deslumbrante em “Uma Linda Mulher (1990)”. De Palma mostra que é um habilidoso cineasta como na primorosa e empolgante sequência na fronteira do Canadá com os Estados Unidos, aliada com vigoroso tema musical composto por Ennio Morricone


Assim como no tenso ato final que ocorre nas escadarias da estação de trem de Chicago, onde Elliot e George precisam correr contra o tempo para capturar o contador de Capone, pois ele é e têm as provas para incrimina-lo. Poucos sabem disso, mas o gangster não foi preso por seus crimes. Mas sim por ter deixado de pagar seus impostos para a Receita. Esta sequência é uma refilmagem exata do clássico do cinema mudo “O Encouraçado Potemkin (1925)” do russo Sergei Ensentein. “Os Intocáveis” garantiu o primeiro Oscar dado a um interprete do agente com licença para matar. No caso Sean Connery levou para casa a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante daquele ano. 

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