A máfia italiana, também conhecida Cosa Nostra, é algo que sempre trouxe certo fascínio para aqueles que não estão envolvidos diretamente com ela. Sua influencia nos altos escalões do poder de uma cidade até mesmo de um país, chega a surpreender. Fora o forte vinculo familiar, onde pais, filhos e netos juram lealdade eterna. Isso inspirou o autor ítalo-americano Mario Puzo a escrever seu romance mais conhecido, “O Poderoso Chefão”, lançado em 1969.
Por suas origens italianas, nascido na cidade de Nova York e residente do bairro Hell’s Kitchen. Viu de perto o cotidiano da Cosa Nostra. Assim como o cineasta Francis Ford Coppola, de descendência italiana, que na época estava em ascensão. Assumiu sua adaptação para a tela grande do cinema, já que a Paramount Pictures adquiriu seus direitos de filmagens. Ao lado de Puzo, trouxeram a o conto sobre o Don Vito Corleone com sua ascensão e sua queda em “O Poderoso Chefão”, lançado em 1972. Para ser Don Vito temos a lenda do cinema Marlon Brando.
Como seus filhos temos James Caan é o temperamental “Sonny” Corleone; John Cazale como “Fredo” Corleone; Talia Shire (irmã de Francis) é Connie Corleone e Al Pacino, o mais novo, Michael. Robert Duvall faz o advogado da família (consigliere) Tom Hagen e Diane Keaton é a noiva de Michael, “Kay”. Don Vito fez seu nome nos anos 40 e 50 com negócios ilegais e com conflitos com os outros descendentes como ele pelo poder na cidade.
Em meio a reuniões, Don Vito decide como as contas de seus devedores devem ser pagas. Seja financeiramente e no ultimo caso, com a vida dos mesmos. Ou prestando serviços que necessitam sua interferência. Em uma delas, discute com Sollozzo, representante da família Tattaglia, pois deseja sua proteção para os negócios dela relacionados ao trafico de heroína. Don Vito se recusa a fazê-la e assim inicia um confronto contra Sollozzo e os Tattaglia. Junto a isso, Connie está celebrando seu casamento e Michael retorna da marinha. Assim temos a trama básica de “O Poderoso Chefão”. Sua linha do tempo é de 1945 a 1955.
Sua produção foi envolta de muitos altos e baixos. Coppola nunca foi a primeira opção do estúdio, sendo “dispensado” diversas vezes no seu decorrer. Mesmo suas indicações para Brando ser Don Vito e Pacino para viver Michael não eram bem vistos pelo estúdio. Para ele, Al era “O Rosto Perfeito”. Quanto a Marlon, foi mais fácil. Convencendo a todos que ficaria de olho nele, já que tinha fama de atrasado e encrenqueiro.
Poucos
sabem foi de Brando, a ideia para usar as próteses nas bochechas para mudar sua
aparência e ter a voz arrastada. Avesso à violência, Coppola para não ser substituído por outro. Criou sequencias que
ficaram marcadas na história do cinema como o atentado a vida de Don Vito alvejado
com cinco tiros e a emboscada que vitimou Sonny. Apesar dos percalços e estouro
no orçamento, a película foi um sucesso, houve 11 indicações do Oscar daquele
ano e levou para casa as estatuetas de Melhor Filme, Melhor Ator (Brando) e Melhor Roteiro Adaptado (Coppola & Puzo). Assim garantindo a
Parte II, lançada em 1974.
“O Poderoso Chefão Parte II (The Godfather Part II)” tem dois focos em sua história. A chegada de Vito na América como jovem imigrante, pois sua família foi assassinada pela máfia da Sicília. Seu sobrenome é Andolini, se apresenta como Corleone (nome da sua cidade natal), e vemos como se tornou influente no bairro italiano de Manhattan, Little Italy. Aqui ele é feito por Robert De Niro. Ao mesmo tempo, Michael ascende como “O Padrinho”. Enquanto vemos Vito fortalecendo sua presença por toda cidade. Michael amplia os negócios da família para fora dela (cassinos em Las Vegas) e indo até Cuba inclusive.
A cada negociação exibe toda sua ambição e aos poucos vai se afastando de Kay e dos filhos, Anthony e Mary. Pois tem que lutar pela supremacia da família Corleone, seguindo a risca a frase dita pelo pai, “Fique próximo de seus amigos. E mais próximo ainda de seus inimigos”. Descobre que aliados como Hyman Roth (Lee Strasberg) querem sua morte. Precisando literalmente colocar um olho atrás da cabeça para ficar a frente deles. Em especial o irmão Fredo, que trai sua confiança de forma implacável. Sendo necessário que Michael tome uma atitude extrema a respeito. A linha do tempo são tres anos depois do que foi visto na primeira parte.
Passados 16 anos, Coppola retorna ao mundo dos Corleone em “O Poderoso Chefão Parte III (The Godfather Parte III, 1990)”. Para fechar este arco do conto de Mario Puzo, onde Michael quer legalizar todos seus negócios e deixar de lado a imagem de “mafioso sem escrúpulos”. Ao mesmo tempo, tentar reatar relações com Kay e os filhos. O mais velho Anthony é o mais arredio. Já ciente quem é o pai. Mary volta a aproximar dele. Aqui ela é interpretada pela filha de Francis, Sofia Coppola. Estamos em 1979.
Michael é apresentado a Vincent "Vinnie" Mancini, feito por Andy Garcia (“Os Intocáveis, 1987”). Ele é o filho bastardo de seu falecido irmão mais velho, Sonny. Trazido por Connie, que vislumbra nele um sucessor para Michael. Já que Anthony não se interessa pelos negócios da família. Pois realizou seu sonho em ser cantor lírico. O inesperado acontece. Mary e Vincent se apaixonam, contra a vontade de Michael. Ciente que isso trará graves consequências para a vida de ambos.
A saga dos Corleone se encerra com
uma sequencia épica em meio a Opera “Cavalleria
Rusticana” de Pietro Mascagni, onde Anthony é o personagem principal. Cada peça do tabuleiro de xadrez jogado por Michael, ratifica seu poder frente a todos. Juntamente
com o marcante tema musical composto por Nino Rota, onde vemos o pior pesadelo
de Michael se tornando uma realidade. E terminando sua jornada onde tudo começou.
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