Os
britânicos Sting, Andy Summers e Stewart Copeland formaram um dos maiores grupos do rock’n’roll, The Police. Montada em meio ao
movimento punk inglês, os três possuem referencias de outros sons. Enquanto Sex
Pistols e The Clash possuíam sua sonoridade furiosa, apesar da segunda variar
em suas influências musicais, os três vinham do mundo do jazz (Sting), o rock
dos anos 60 (Andy Summers) e o rock progressivo (Stewart Copeland). Mesmo
assim, foram inteligentes a se unir ao que estava ocorrendo, sem se
comprometerem musicalmente. Com isso, lançaram dois álbuns “Outlandos D’Amour (1978)” e “Regatta DeBlanc (1979)”. Apesar de terem
um som mais simples e direto, eles não deixaram de lado suas influências.
O Ska e o reggae se fazem presentes nos hits “Roxanne”, “Can’t Stand Losing You”, Message
in a Bottle” e “Walking on the Moon”.
Salpicadas com o
rock’n’roll da época. Daí foi um pulo para o sucesso na terra da Rainha e
consequentemente o mundo. Ratificando isso com os discos “Zenyatta Mondatta (1980)”, “Ghost
in the Machine (1981)” e “Synchronicity
(1983)”. Público e crítica foram unanimes. Livres do movimento punk, o Police pode ampliar seus conceitos
musicais. Onde cada um deles, pode colocar suas ideias musicais em pratica.
Reza a lenda, que a personalidade forte deles determinou a ascensão e a queda
do Police. Em especial, entre Stewart e Sting. Onde o primeiro foi que formou o trio e se auto intitulava “dono” dele.
Já o
segundo compôs os maiores sucessos do trio e por ser o vocalista também, se
considerava o principal compositor e líder deles. Andy representava a linha tênue entre os dois. Apesar de conseguir
se expressar artisticamente, servia para medir as tensões vividas pelos três.
Até que isso não foi mais possível com o anuncio da saída do próprio Sting para uma bem-sucedida carreira
solo.
Eles
retornaram em 1986 com uma nova versão para “Don’t Stand So Close to Me”, a coletânea “Every Breath You Take: The Singles” e a turnê “Conspiracy of Hope” pela Anistia Internacional, ao lado do U2 e
outros artistas. Mas as antigas picuinhas voltam junto. E mais uma vez, se
separam. E quando menos se imaginava, anunciam uma turnê mundial para 2008. Que
passou em nossa terra brasilis para duas únicas apresentações no Estádio do
Maracanã no Rio de Janeiro. Ao final dela, cada um seguiu seu caminho. Em meio
a isso, Stewart sempre levou a tiracolo sua câmera super 8 para acompanhar a
jornada do trio mundo afora.
E
aproveitando o tempo parado, editou as imagens gravadas e lançou em 2006, o
documentário “Everyone Stares: The Police Inside Out”. Sendo o registro
oficial de como as coisas funcionavam entre os três internamente. Desde o
espanto com o sucesso repentino até os bastidores das turnês e passando por
momentos de pura diversão entre eles participando de entrevistas nas rádios e
TVs locais. As melhores partes são quando estão em estúdio preparando material
para os álbuns. É aí que visualizamos a chamada “tensão” vivida por eles.
É
nítido o sarcasmo entre os três. Sting
e Stewart são os mais extremos a
respeito. Já Andy tenta levar isso
de boa. Ao que parece ser uma briga, na verdade é na visão de Copeland, apenas uma competição
criativa entre os dois. Incluindo registro do momento que se tornou uma “lenda urbana” no trio. O show no Shea
Stadium em 1983, quando Stewart quebrou
uma das costelas de Sting numa
discussão mais quente. Fato que ele desmente veemente.
No ano
passado, Copeland relançou “Everyone Stares” com novas imagens e depoimentos atuais dele, Sting e Andy. Mais uma vez comentou, o que é visto não é a “Terceira Guerra Mundial” como muitos
pensavam: “O que havia era uma 'tensão criativa', mas nossa amizade sempre foi
forte. Gostamos de estar juntos e ainda nos encontramos até hoje. Estamos
vivendo um momento muito bom e não queremos estragar tudo. Temos orgulho do
nosso passado, mas sabemos também que ele foi muito difícil. Sabemos que se ensaiarmos
juntos vai rolar um estresse e agora a gente prefere rir”.
Em
2015, Andy Summers finalmente se
pronunciou a respeito sobre a convivência com Sting e Stewart no
documentário “Can’t Stand Losing You: Surviving the Police”. Dirigido pela
dupla Andy Grieve & Lauren Lazin, eles focam na história de
vida de Summers desde sua infância,
seu início no mundo da música até a escalada de sucesso com o Police. Tendo
como base sua autobiografia, “One Train
Later”, lançada em 2006.
Apesar
do que se imaginava, o foco é na história do próprio Summers. Os primeiros anos como musico de estúdio e os percalços
vividos por ele até conhecer Sting e
Stewart. Não tocando diretamente do
assunto, as histórias desses tempos são lembradas como algo vago. Só afirmando
os conflitos entre eles realmente haviam. E exibindo a paixão dele pela
fotografia. Onde registrou imagens das viagens com o Police e pessoais. Andy chegou a expor seus trabalhos por
aqui em 2015 com a exposição “Del Mondo”
com fotografia em preto e branco datadas entre 1978 e 2014. Lá vimos o
cotidiano de cidades como Tóquio, Los Angeles, Bali e Macau.
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