Quando
Dave Gibbons (desenhista) e Alan Moore (história) se uniram para
lançar a HQ “Watchmen” em 1986, não imaginavam o impacto que ela causaria no
mundo dos quadrinhos. Trazendo uma realidade onde os super-heróis coexistem no
cotidiano de pessoas comuns como você e eu. Juntamente com um governo utópico,
no caso os Estados Unidos, de Richard Nixon prestes a declarar a terceira
guerra mundial contra a União Soviética. A Guerria Fria finalmente se tornaria
uma realidade para a humanidade. Deixando assim de ser uma ameaça constante.
Dividida
em doze exemplares, a serie chamou atenção pelo tema abordado. Quem viveu os
anos 80 este que vos escreve, vivenciou isso. Introduzindo heróis como o
psicopata Comediante, o semideus Dr. Manhattan, o boa praça Coruja, o neurótico
Rorschach, a sensual Espectral e o homem mais inteligente do mundo Ozymandias. Gibbons e Moore trazem momentos históricos como a Guerra do Vietnã. Aqui
vencida pelos EUA graças ao Dr. Manhattan e o Comediante liderando o exército
norte-americano. E Nixon se proclamando como líder da paz mundial e da terra do
Tio Sam por tempo indeterminado.
Mais
tarde a presença dos heróis começa a ser questionado. Com isso, é sancionada
uma lei que os proíbe de agirem como tal e revelarem suas identidades secretas.
Se não fizerem isso, sofreram as consequências. A maioria se aposentou, sem se
declarar a respeito. Como Dr. Manhattan que foi morar em Marte. Por seu
realismo fantástico, o conto encantou público e crítica. Muito se esperou sua
adaptação para a tela grande do cinema. Mas sua complexa história que contém
várias subtramas, acreditavam que isso seria impossível. Até que Zack Snyder
aceitou o desafio em 2009 com “Watchmen: O Filme”. Dividiu os fãs,
apesar ser uma adaptação bem fiel à HQ.
Em
2019, coube a Damon Lindelof, um dos
criadores do cultuado seriado televisivo “Lost
(2004 a 2010)”, em parceria com a HBO dar continuidade ao conto de Gibbons
& Moore. Assim temos a série “Watchmen”. Que traz o pós dos
eventos vistos na icônica história em quadrinhos. Uma lula gigante vinda de
outra dimensão que cai sobre a cidade de Nova York. Este ataque foi orquestrado
por Ozymandias, para evitar que os EUA e a então União Soviética iniciassem o
holocausto nuclear. Isso ocorreu em 1985 e passados 34 anos, aqui temos uma
nova realidade.
Os
heróis só podem agir agora com permissão do governo dos EUA. Que tem como
Presidente, o veterano ator Robert Redford. Possuem uma unidade ligada a ele,
com Judd Crawford (Don Johnson) a
frente deles. Tendo a seu lado os detetives Angela Abar (Regina King) e Wade Tilman (Tim
Blake Nelson). Que se tornam os vigilantes Sister Night e Looking Glass
respectivamente. Dr. Manhattan, vivido por Yahya
Abdul-Mateen II (o Arraia Negra de “Aquaman,
2018”), continua vivendo em Marte.
Agora
eles enfrentam uma nova ameaça em solo norte-americano, a Sétima Kavalaria.
Onde exigem a supremacia branca sobre o país. Encapuçados como Rorschach, são
conhecidos pelo ataque chamado “White Night”. Quando na noite de
natal em 2016, assassinaram 40 oficiais de policiais, ao invadirem suas casas.
Os únicos sobreviventes foram Crawford e Abar. Desde então todos os policiais
usam máscaras amarelas para caracteriza-lo. Mas que escondem suas verdadeiras
identidades.
A ação
é situada em Tulsa (Oklahoma), local marcado pelo massacre cometido pelo Klu
Klux Klan em 1921. Sendo recriado e primordial para o desenrolar de “Watchmen”,
dividida em nove episódios. Em meio as ameaças da Sétima Kavalaria, Crawford é
vítima delas. Acendendo em Angela, uma sede por justiça pela morte prematura do
amigo e mentor. Durante a investigação, ela descobre mais do que imaginava. Em meio
a isso, seu passado vem à tona e se interligando com o conto clássico de Gibbons & Moore.
Sua trama
se escorra nos flashbacks de Angela e revendo que sua história está diretamente
ligada ao surgimento dos heróis em nosso dia a dia. Antes dos Watchmen, tivemos
os Minutemen. Mais exatamente na figura do Justiça Encapuzada. O primeiro super-herói
afro-americano. Interpretado com idade avançada por Louis Gossett Jr.. Juntamente como o narcisista Ozymandias, vivido
por Jeremy Irons, está complacente
em um paraíso criado pelo Dr. Manhattan e por opção própria aceitou sua
proposta de morar lá. Com o passar do tempo, se entedia com sua rotina e busca
modos de escapar.
Temos também
a heroína Espectral mais velha, como a agente da CIA Laurie Blake. Esta é feita
pela veterana Jean Smart. Conhecida por
ter participado de series de TV como “24
Horas” e “Hawaii 5-0”. Ela deixou
a vida de vigilante para fazer parte da força tarefa “Anti-Vigilante”. De início, suspeita das intenções de Angela e
Judd. Até que descobre que o verdadeiro vilão está mais próximo do que imagina.
Como na HQ, Lindelof mescla o
passado e o presente dos novos personagens com a história original. Encabeçados
por Angela que serve como força motriz para o desenrolar da série.
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