Pular para o conteúdo principal

O Documentário "PHIL TIPPETT: DELÍRIOS & MONSTROS"


Os efeitos visuais ganharam um novo status atualmente. Antes tidos como um aspecto técnico que poderia ser melhor desenvolvido e utilizado em uma película. Para se tornar uma arte que foi se aprimorando com o passar do tempo. Hoje são essenciais para filmes como os que fazem parte do Universo Cinematográfico Marvel passando pelo filme de guerra “Dunkirk (2017)” e o drama “A Invenção de Hugo Cabret (2011)”. Isso foi iniciado com clássicos do cinema como “O Mundo Perdido (1925)” e “King Kong (1933)”, este ultimo inspirou Phil Tippett, escultor e especialista em stop-motion que trabalhou na trilogia clássica da saga Star Wars, com o mago Steven Spielberg em “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993)” e nos filmes do policial do futuro “Robocop” em 1987 e em 1990.

Com isso em mente os documentaristas Gilles Penso & Alexandre Poncet resolveram contar um pouco sobre a vida e a obra de Tippett em “Phil Tippett: Delírios e Monstros (Phil Tippett: Mad Dreams and Monsters, 2019)”.  Ele teve sua exibição na 43ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Phil se encantou com o que viu em “King Kong” e resolveu criar seus próprios monstros e filmes. Desenvolvendo sua técnica, vendo os trabalhos de seu mentor Ray Harryhausen, “The 7th Voyage of  Sinbad  (1958)” e “Jasão & Os Argonautas (1963)”, por exemplo.


Tippett fala apaixonadamente e como quis aprender mais sobre stop motion. Se tornando referencia na categoria e completou que não espera ser lembrado pelo legado deixado. Caso seja esquecido ou citado em um livro, tem a consciência tranquila que não vai levar para o tumulo qualquer tipo de ressentimento a respeito. Relembrou seu inicio profissional como um dos técnicos em efeitos especiais para a empresa recém-criada na época, a Industrial Light and Magic (ILM), pelo criador George Lucas. Sendo responsável ao lado de Jon Berg de uma das sequencias mais marcantes de “Star Wars: Uma Nova Esperança (1977)” o jogo de xadrez com hologramas de monstros entre o wookie Chewbacca e o droid C3PO na Millennium Falcon.  Que ficou conhecido como “Holochess”.


Comenta com riqueza de detalhes como foi difícil criar essa parte do filme. Já que foram montados pequenos monstros e seus movimentos filmados quadro a quadro, para depois vermos seus movimentos em cena. Completou que ficou emocionado com o convite de Lucas para trabalhar em “Star Wars: O Império Contra-Ataca (1980)”, onde foi incumbido de criar a montaria do jovem jedi Luke Skywalker no gélido planeta Hoth. No caso, o Tautaun. 

E ajudou no desenvolvimento dos Imperial Walkers, chamados de “At-At”. Diz sobre sua dificuldade com o formato de robôs e admite preferir criar criaturas de carne e osso. Isso é bem exemplificado em “Robocop: O Policial do Futuro (1987)” quando trabalhou com Paul Verhoeven, onde chamou Craig Hayes para ajudar no design de Robocop e o charmoso droid de combate ED209. Onde foi montado um modelo em tamanho real para determinada cena do filme. Voltando a Star Wars, ficou feliz ao trabalhar em “O Retorno de Jedi (1983)”, onde ficou conhecido como “chefe de criação dos monstros”.


Diz sobre a dificuldade em montar o gangster espacial Jabba The Hutt, já que nenhuma de suas ideias agradava Lucas. Até que perguntou sobre como queria o personagem, ele lhe respondeu simplesmente: “Sydney Greenstreet (conhecido como Signor Ferrari do clássico “Casablanca, 1946”)”. Em meio a isso, temos sua esposa Jules Roman. Eles se conheceram quando trabalharam em “Star Wars: Uma Nova Esperança”. Ela o pediu em casamento quando foram jantar na casa de Dennis Muren, especialista em efeitos visuais da ILM.

Jules se diz agradecida a Lucas, pelo o que ganharam financeiramente com “Star Wars”. Graças a isso, fundaram a Tippett Studio. Onde trabalharam com Joe Dante e o produtor Jon Davison no terror cult “Piranha (1978)”. Dai temos histórias engraçadas sobre sua produção. Como Tippett sendo uma das vitimas dos mortais peixes carnívoros. E a precariedade dos sets de filmagem. Voltando a trabalhar com Davison em “Robocop” e Verhoeven em “Tropas Estrelares (1997)”. Este último Phil, Paul e Jon juntam forças para sua produção.


Baseado no conto scifi escrito por Robert A. Heinlein, onde a raça humana enfrenta alienígenas em forma de aranha que são chamados de “bugs (tradução: insetos)”. Mais um trabalho excepcional de Tippett. Que mais tarde assumiria a cadeira de diretor na continuação feita para a televisão “Starship Troopers 2: Hero of the Federation (2004)”.

E o momento de virada em sua carreira, quando trabalhou com Spielberg em “Jurassic Park”. Com o surgimento dos animatronics e o CGI (computer grafic image), Tippett viu sua arte ser substituída. Bastante triste com isso, se afastou da produção do filme até o momento que entendeu, sendo necessário evoluir como os dinossauros. Com o Tippett Studio trabalhou nas franquias “Crepúsculo” e “Ted”, “Hellboy (2004)”, “Constantine (2005)” e “Cloverfield: Monstro (2008)”. 


Phil é consultor técnico em “Jurassic World: Mundo dos Dinossauros (2015)” e “Jurassic World: Reino Ameaçado (2018)".Junto a isso, uma volta às origens com o curta “Mad God (2013)”. Descrito por Jules como a mente de Phil trabalha, sendo o próprio "Deus Louco". E seu retorno ao universo Star Wars em “O Despertar da Força (2015)”, onde reproduz o holochess a pedido de J.J. Abrams, onde a presidente da Lucasfilm Kathleen Kennedy lhe fez o convite. Isso ocorreu novamente em “Han Solo: Uma História Star Wars (2018)”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Zendaya & Os "RIVAIS"

Ao contrário do que se pode imaginar, o drama “ Rivais ( Challengers , 2024) ” não é um filme sobre tênis. Apesar do foi visto nos trailers e os vídeos promocionais, o filme discute a relação entre Tashi Duncan e os amigos de infância Art Donaldson e Patrick Zweig. Eles são interpretados pela musa Zendaya , Mike Faist (da refilmagem “ Amor Sublime Amor , 2021”) e Josh O’Connor (o Príncipe Charles da série Netflix “ The Crown ”, 2016 a 2023) respectivamente. Dirigido por Luca Guadagnino de “ Me Chame Pelo Meu Nome (2017)” a partir do roteiro escrito por Justin Kuritzkes . Zendaya é a jovem tenista com futuro promissor. Já os personagens de Mike e Josh almejam ser grandes tenistas.  A princípio, o conto se mostra simples, só que não é.  Tashi é uma mulher ambiciosa, que deseja aproveitar ao máximo seu talento para o esporte. Art e Patrick, tem interesses próprios. O primeiro quer conquistar todos os torneios que participar, já o segundo deseja fama e fortuna. Embora Patrick mostra

Visita a "CASA WARNER"

Aberta desde 01 de setembro, a exposição que celebra os 100 anos dos estúdios Warner Bros. , chamada “ Casa Warner ”. Localizada no estacionamento do Shopping Eldorado (Zona Oeste) na cidade de São Paulo. Ela nos traz seus personagens clássicos dos desenhos animados Looney Tunes como Pernalonga, Patolino, Frajola e Piu-Piu. Em especial, “ Space Jam (1996)” e “ Space Jam : Um Novo Legado (2021)”, ambos com as estrelas do basquete Michael Jordan e LeBron James respectivamente. Além da dupla Tom & Jerry. Filmes que marcaram a história da Warner também estão lá. Como a reprodução do cenário do clássico " Casablanca (1942)" estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Somado aos heróis do Universo Estendido DC que já estão na entrada da exposição. A  Liga da Justiça surge em tamanho natural como estatuas de cera. O Cavaleiro das Trevas está representado pelo seu Batmóvel do antológico seriado estrelado por Adam West e ao seu lado o furgão Máquina do Mistério da turma do

"VOCÊ NÃO SABE QUEM EU SOU": documentário conta a vida louca vida de NASI

Está ocorrendo na cidade de São Paulo desde o dia 06 de junho, o festival In-Edit . Em sua décima edição, ele traz as melhores produções sobre a música mundial. Sendo no formato de documentário ou filme biográfico. Passando por gêneros como música clássica, eletrônica, world music e chegando até o bom e velho rock’n’roll. Na ultima segunda-feira (11 de junho de 2018) tivemos a estréia do documentário sobre um dos ícones mais controversos do rock brasileiro dos anos 80, o vocalista da banda paulistana Ira! , Marcos Valadão Ridolfi. Mais popularmente conhecido como Nasi . Com o título de “ Você Não Sabe Quem Eu Sou ”, conhecemos um pouco da sua personalidade forte. Dirigido pelo jornalista Alexandre Petillo (que escreveu a biografia de Nasi , “ A Ira de Nasi ” ao lado de Mauro Betting) e contou com a colaboração dos também jornalistas Rodrigo Cardoso e Rogério Corrêa . A estréia ocorreu no Cinesesc com a presença dos envolvidos e sua equipe da produtora Kurundu Filmes. Eles c