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"VELVET GOLDMINE (1998)" - Uma Homenagem ao Glam Rock & Um Discreto Tributo a David Bowie


Aproveitando a ultima postagem sobre estrelas em ascensão e decadentes do mundo da musica, vamos relembrar um dos gêneros que agitou o rock’n’roll. Estamos falando do Glam Rock. Ele ganhou esse nome porque seus interpretes se maquiavam, usavam roupas cintilantes bem coloridas, faziam penteados mirabolantes e tocando rock em sua essência. Um dos seus principais representantes, se não for aquele que iniciou o movimento, o camaleão do rock David Bowie. Outros que seguiram seu exemplo foi o Roxy Music de Bryan Ferry, o iguana Iggy Pop e Marc Bolan com o T-Rex. 

Com isso dito, o cineasta Todd Haynes se inspirou para dar seu ponto de vista sobre o Glam Rock em “Velvet Goldmine (1998)”. Em seu inicio de carreira, mais tarde faria os elogiadíssimos dramas “Longe do Paraíso (2002)” e “Carol (2015)” e a cultuada cinebiografia sobre icônico Bob Dylan, “Não Estou Lá (2007)”. Porem, o intuito de Haynes era contar o surgimento do movimento e como Bowie se tornou o rock star que bem conhecemos. 


Mas ele esbarrou nas negativas de Bowie sobre esse período de sua vida. Que não liberou inclusive o uso de suas canções no filme. Fazendo com que Todd crie a persona de Brian Slade com influência direta de David. Pesquisando a respeito com base nas lendas criadas em cima do mito. 

Ele é interpretado por Jonathan Rhys Meyers (o Rei Henrique VIII do seriado televisivo “The Tudors, 2007 a 2010”). Que em determinado momento da sua carreira, simula o próprio assassinato durante uma apresentação em 1974. Desde então seu paradeiro é desconhecido. Passado dez anos, o repórter Arthur Stuart (o Cavaleiro das Trevas Christian Bale) é chamado por um jornal inglês para descobrir o que aconteceu com Slade. O passado e o presente se confundem. 


Em sua investigação, Arthur revive sua juventude. Ao entrevistar a esposa de Brian, Mandy (Toni Colette do terror “Hereditário, 2018”) e seu parceiro musical, Curt Wild (o cavaleiro jedi Ewan McGregor). Ele sempre foi um grande fã da figura de Slade. Conhecendo sua história e indo mais fundo, descobre que a relação dele com Wild era muito mais que musical. Indo para um relacionamento amoroso e bastante conflituoso devido a forte personalidade de ambos.

Ao mesmo tempo, Arthur se descobre como pessoa.  A contínua e efervescente cena musical britânica, que após a Beatlemania e os Stones, se mostrava cada vez mais forte. Enquanto os Estados Unidos viviam o Flower Power e o efeito deixado pelo festival Woodstock (1969), os ingleses tinham David Bowie, o T-Rex, o Sweet, o Slade e junto a eles, o iguana Iggy Pop e o nova-iorquino Lou Reed. Ciente disso, Haynes nos traz o retrato de uma época.


Com o personagem de Bale, sendo o fio condutor da história. O Glam Rock o libertou sexualmente. Esse é uma das características do movimento. Onde o homem encontrava sua feminilidade com a maquiagem, o vestuário e a musica. Slade é a caracterização perfeita de Bowie. Citando indiretamente as suas fases. O vestido visto na capa de “The Man Who Sold The World (1972)”, quando Slade toca em um festival. Ziggy Stardust se tornou Maxwell Demon.  E o Thin White Duke, é representado na fase final e decadente de Brian.

As lendas e as referencias musicais estão lá para o espectador mais atento. Por exemplo, a relação de Bowie com Iggy e Lou ia muito além da música. A primeira esposa de Bowie, Angie é muito bem representada por Colette. Ciente da ambiguidade do marido, ela deixava as coisas rolarem naturalmente. Mesmo que isso a machucasse emocionamente. Credito para Sandy Powell que reproduziu com exatidão o vestuário glam que lhe rendeu uma indicação ao Oscar na categoria Melhor Figurino e o Bafta daquele ano 


Seus interpretes dão um show a parte. Meyers estudou bem os trejeitos de David e o representou com respeito. McGregor literalmente solta à voz e personificando bem Curt Wild (um misto de Iggy & Lou). Bale sendo o símbolo de um tempo que a liberdade de expressão e cultural estava acima de tudo. Ao mesmo tempo, ele descobre onde e como está seu ídolo de adolescência. 
Como não poderia ser diferente, a trilha musical chama atenção. 

Para ser a Spiders From Mars temos The Venus in Furs (o nome de uma canção do Velvet Underground) é formada por Bernard Butler (Suede) na guitarra, Clune (bateria), o saxofonista do Roxy Music Andy McKay e os Radioheads Thom Yorke (vocais) e Johnny Greenwood (guitarra). E Iggy & The Stooges se transforma em Wylde Rattz com Mike Watt (contrabaixo); Mark Arm, vocal do Mudhoney; Ron Asheton, guitarrista dos Stooges; Don Fleming (produtor e guitarra); Jim Dunbar e os Sonic Youth Thurston Moore (vocal) e Steve Shelley (bateria). Contando ainda com a participação especial do Placebo numa versão arrasadora do clássico T-Rex, “20th Century Boy”.

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