A ESTAÇÃO EGÍPCIA DE PAUL McCARTNEY

O eterno beatle, sir Paul McCartney, é uma alma inquieta. Em constante turnê, anunciou para este ano um novo trabalho autoral. Lançado em sete de setembro com direito a um show transmitido ao vivo no canal Youtube, ele traz a viagem musical “Egypt Station (2018)”. Seu último disco foi o vibrante “New” de 2013.

Seu currículo musical fala por si só. Além do trabalho ao lado do quarteto de Liverpool, ele formou o Wings com a finada esposa Linda nos anos 70 e além disso, uma carreira solo primorosa. Com “Egypt Station”, o bom e velho Macca resolve reunir todo seu aprendizado musical. Acrescentando novas sonoridades ao lado de Greg Kurstin, que produziu “25 (2016)” de Adele e “Concrete and Gold (2017)” do Foo Fighters, como seu escudeiro na empreitada. Inspirado pelas suas turnês, cada canção representa um país visitado por McCartney. 

Em suas 16 canções, Paul as executa com a maestria que lhe é peculiar. “Opening Station” já nos introduz a musicalidade do álbum com coros, vozes ao fundo e sons de trem em movimento. Relembrando os tempos como Beatle, em especial os discos "Rubber Soul (1966)" e "Sgt. Peppers (1967)". Seguindo com a melancólica balada “I Don’t Know” e a pulsante “Come On To Me”. “Happy With You”, canção  acústica que evoca a doce "Put It There" do disco "Flowers in the Dirt" de 1989. Já “Who Cares” é um blues rock para ser ouvido na estrada.

“Fuh You”, composta ao lado de Ryan Tedder (do One Republic), que trabalhou com o U2 em “Songs of Innocence (2014)” e em “Songs of Experience (2017)”, a única que não recebeu tratamento de Kurstin. Tedder & McCartney nos trazem um pop rock com ares de hit para as rádios. “Confidante”, ótima balada acústica romântica. “People Want Peace”, McCartney discutindo o tema da paz mundial. “Hand in Hand”, balada com Paul ao piano e cordas ao fundo com direito a solo de flauta. Remetendo ao casamento com Nancy Shevell. 

“Dominoes”, a excelência de Paul ao compor uma canção no violão, harmonia e backing vocais se destacam. “Back in Brazil”, sua homenagem à nossa terra brasilis. Misto do rock característico McCartney com ares de soul bossa nova. “Do It Now” nos faz lembrar os melhores momentos de Paul ao lado de John, George & Ringo. Uma balada poderosa.

“Caesar Rock”, blues rock com swing. “Despite Repeated Warnings” é canção épica do disco. Sua estrutura musical lembra os clássicos “Band on the Run” e em especial “Live and Let Die”. “Station II” é a introdução perfeita para o medley arrasa-quarteirão “Hunt You Down / Naked / C-link”. Lembrando o antológico medley final de “Abbey Road (1968)”, nos mostra como Paul não parou no tempo. O passado, o presente e o futuro se unem de tal maneira, que é impossível não se render a sua qualidade musical.

Usando toda experiência adquirida com o tempo. Sua sensibilidade para harmonização e ao mesmo tempo compor no mais puro sentido da palavra: Rock'n'Roll!!!. Paul em seus 75 anos exibe sua excelência como musico e compositor,  influenciando assim gerações. E se adaptando aos novos tempos como na parceria com o rapper Kanye West e a cantora r'nb Rhianna na canção "FourFiveSeconds".