NA VOLTA AOS TRABALHOS, O "ROCK IN RIO 2017" APOSTA NA MISTURA DO ROCK'N'ROLL DE RAIZ COM MPB E POP ROCK NOS DIAS 21 & 22 DE SETEMBRO
Na
última quinta-feira (21 de setembro) o maior festival musical do Brasil retornou
as suas atividades. Este dia foi voltado para o rock, tanto no Palco Mundo como no Sunset.
Seja ele de um passado distante ou de um futuro indeterminado. O mistura
de gêneros é a proposta do Sunset,
mas o que se viu e ouviu foram as variantes do rock’n’roll. Só a paulistana Ana Cañas com o convidado especial, o
mito da soul music brasileira Hyldon
seguiram essa regra.
Acompanhada
do guitar hero igualmente paulistano Edgard
Scandurra. Ela abriu o dia no Palco
Sunset com canções do seu repertorio como “Tô Na Vida” e “Mulher”.
Já com Hyldon ao seu lado no palco, eles mandam “Respeita” e a doce “Na Rua,
Na Chuva, Na Fazenda”. O maior sucesso de Hyldon nos anos 70. A
apresentação teve um tom politico, Ana protestou contra o juiz federal que autorizou psicólogos e psiquiatras a tratarem o homossexualismo como doença. Entoando a
capela “O Bêbado e O Equilibrista” de
João Bosco.
Tyler Bryant e sua banda The Shakedown estreiam no festival, com seu som que mistura
rock’n’roll, blues e country music. Apesar do pouco tempo, deixam seu recado. O
duo indie The Kills traz seu som
calcado no rock cru com uma pitada eletrônica. Destacando o vocal rasgado da
vocalista Alison Mosshart. Conhecida
por seu trabalho com o workaholic Jack White no Dead Weather.
Fechando
as atividades do Palco Sunset, “a
tia” Alice Cooper. Com seu teatro de
horrores, ele sobe ao palco com a clássica “Mr.
Nice Guy”. Um show coeso e impecável, com Cooper mostrando porque é considerado um
dos melhores showmans no ramo. Em “Feed My
Frankenstein” se transforma no monstro do Mary Shelley.
Mas
o melhor estava reservado para o final, com a participação especial do veterano
Arthur Brown. Como Alice, introduziu
a teatralidade ao gênero musical. Usando um capacete em chamas para tocar sua
canção, a clássica “Fire”. E o final
arrasador com “School’s Out”, dividindo o palco com Joe Perry do Aerosmith e Brown.
No
dia 22 (sexta-feira), o Palco Sunset
foi marcado pela brasilidade musical. Tivemos a banda Sinara, formada por filhos e netos do mestre Gilberto Gil, com seu
som calcado no pop rock, reggae e maracatu. Tocaram ao lado do violonista Mateus Aleluia. Seu estilo vem da
influencia afro-indígena barroco do Brasil. Já a Baiana System do vocalista
Russo Passapusso explora a sonoridade carnavalesca do seu estado de origem, a
Bahia. Acompanhados da cantora angola Titica.
Uma
das grandes atrações do Sunset foi o
Grande Encontro entre Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo
Azevedo. Trazendo no repertorio o destaque da regionalidade de cada um. No
caso, o nordeste do Brasil. Contando com a participação especial da lendária Banda de Pífanos Zé do Estado e do Grupo Grial de Dança. “Anunciação”, “Táxi Lunar” e “Chão de Giz”
fazem parte da apresentação.
Encerrando
o dia temos o esguio Ney Matogrosso
e a Nação Zumbi revisitaram as
canções dos seminais Secos & Molhados ganharam uma roupagem manguebeat.
Como “Amor”, “Assim Assado” e “Sangue
Latino” tem um Ney bem à vontade
ao lado da banda. Já da Nação tivemos “Um Sonho”, “Foi de Amor”, “Maracatu
Atômico” e o maior sucesso deles, “Quando a Maré Encher” no final da
apresentação.
Já o
Palco Mundo de quinta-feira, contou
com o brasileiro Scalene na
abertura. Um show cheio de altos e baixos, que pouco entusiasmou os presentes.
Logo em seguida, o punk rock de butique dos Fall Out Boys agradou os fãs da banda. Com seus principais sucessos
como “Sugar, We’re Going Down”, “Dance, Dance” e “Thnks fr th Mmrs”.
A
expectativa era grande pelo show do Def
Leppard. Vindo do hard rock dos anos 80, a banda estava confirmada para a
primeira edição do festival em 1985. Mas devido a um acidente automobilístico
com o baterista Rick Allen, que
perdeu o braço esquerdo no ocorrido. Eles não puderam participar. Mesmo
assim, ele continuou no DL. Foi
desenvolvido um kit de bateria especial para ele. Onde toca com os dois pés e
um braço.
32
anos depois, o Def Leppard vai tocar
na Cidade do Rock finalmente. Celebrando os 30
anos de seu disco mais vendido, “Hysteria (1987)”, eles mandam suas principais
canções “Animal”, “Love Bites”, “Armageddon It”, “Rocket”,
“Pour Some Sugar on Me” e a balada “Hysteria”, esta ultima com direito a
refrão de “Heroes” do camaleão do
rock David Bowie. Foi um show do mais puro rock’n’roll com solo de bateria de Rick e as clássicas “Rock of Ages” e “Photograph” fechando uma excelente apresentação.
O Aerosmith é o encarregado de fechar a
noite no Palco Mundo. Steven Tyler, Joe Perry, Brad Withford, Tom Hamilton
& Joey Kramer provam porque é
uma das melhores bandas que tocam ao vivo no planeta. Tyler, um verdadeiro showman, indo inclusive até a galera e tirar
selfie entre eles. Perry é a
verdadeira personificação de um guitar hero influenciado pelos mestres das seis
cordas Keith “Keef” Richard e Jimmy Page.
“Love In A
Elevator”, “Cryin’”, “Livin’ on the Edge”, “Crazy” e “I Don’t Miss A Thing” fazem a alegria dos presentes. A maior surpresa foram as covers “Oh Well” da fase blues do Fletwood Mac
(esta cantada por Joe e Steven na gaita) e “Come Together” dos Beatles. E o final
perfeito com “Dream On” e “Walk This Way”.
A sexta-feira
do Palco Mundo começa com o swing
pop rock do Jota Quest com as
canções “Na Moral”, “De Volta ao Planeta” e “Do Seu Lado”. Seguidos pelo som pesado
do Alter Bridge em sua primeira vez
no festival. Na noite anterior, tocaram na SP Trip (mini-festival de rock que
aproveitou alguns atrações do Rock In Rio para tocarem na capital paulista).
Repetindo a boa performance em São Paulo, o grupo deixa sua marca com as canções “Addicted To Pain”, “Blackbird”, “Metalingus” e “Open Your Eyes”.
Com o vocalista Myles Kennedy
interagindo bastante com o publico.
Mais
uma vez os anos 80 se fazem presentes na Cidade
do Rock. Agora com a dupla Tears For
Fears. Em uma apresentação enxuta, tocaram seus principais
hits como “Everybody Wants to Rule the
World”, “Sowing The Seeds of Love”,
“Advice for the Young at Heart”, “Mad World”, “Pale Shelter” e “Head Over
Heels”. O destaque
fica para a versão intimista de “Creep”
do Radiohead e com “Shout” fechando o
show.
Bon Jovi fecha os trabalhos com um show que
traz canções do seu vasto catalogo. Indo do mais recente disco “This
House Is Not For Sale (2016)”. Onde a canção-título abre a apresentação seguida
de “You Give Love A Bad Name” e “Born To Be My Baby” dos álbuns “Slippery
When Wet (1986)” e “New Jersey (1988)” respectivamente. Canções mais recentes
como “Lost Highway” e “Because We Can” em meio as mais antigas
como “Runaway” e “Bed of Roses".
Na parte final, uma sequencia matadora com “Wanted Dead or Alive”, “Lay Your Hands on Me”, “Keep The Faith” e “Bad Medicine”. E
finalizando com “Have A Nice Day” e “Livin’ on a Prayer”. Deixando o publico
com “um gostinho de quero mais”. Pois os fãs mais próximos do palco, pediam
pela balada “Always”. E não foram atendidos.
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