No inicio
dos anos 2000, as mídias sociais cada vez mais fazem parte do cotidiano do ser
humano. Atualmente tablets, smartphones, notebooks e computadores caseiros deixam
o individuo conectados 24 horas. E praticamente abandonam o convívio social e
vivendo em comunidades fechadas online.
Hoje
em dia, Instagram, Twitter, Whatsapp e Facebook não deixam de ser acessados
pelos mesmos, nem que seja por um segundo. Até a sétima arte se rendeu a eles,
como vimos recentemente em “Nerve: Jogo Sem Regras (2016)”. Para isso, vamos
voltar no tempo. Mais exatamente em 2010, quando o cineasta David Fincher de “Seven: Os Sete
Pecados Capitais (1995)” e “O Curioso Caso de Benjamin Button (2008)” junto ao
roteirista e produtor Aaron Sorkin
adaptaram o romance “Bilionários por
Acaso” de Ben Mezrich. A película levou o nome de “A Rede Social (The Social Network)”.
O livro
fala sobre a criação do Facebook e como a plataforma se tornou um sucesso
mundial. Bem umas das empresas mais rentáveis dos anos 2000 e seus criadores se
transformaram de recém-formados nos bilionários por acaso. Em especial, sua
mente pensante, Mark Zuckerberg e no seu melhor amigo na época, o brasileiro
Eduardo Saverin. O primeiro se tornou a pessoa mais jovem a ter uma fortuna
estimada em mais de um bilhão de dólares. Na época, ele tinha 23 anos.
Zuckerberg
é interpretado por Jesse Eisenberg
(atualmente o Lex Luthor de “Batman v. Superman: A Origem da Justiça, 2016”) e
Saverin é feito por Andrew Garfield
(que mais se tornaria o amigo da vizinhança na franquia “O Espetacular
Homem-Aranha”). Os dois estão se formando na Universidade de Harvard em
computação. Após
romper com a namorada Erica (Rooney Mara,
que mais tarde a veríamos no filme seguinte de Fincher, “Millennium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, 2011”).
Enfurecido com o fato, ele cria um programa que compara os atributos físicos das
alunas do campus. Entre elas, sua ex. A resposta foi imediata, que derrubou os
servidores da universidade. Por causa dos acessos.
O que
acaba inspirando Zuckerberg a criar um programa de relacionamentos. Que vai
mais a fundo na intimidade do usuário. Além da foto de perfil, ele irá relatar
seu dia a dia, com a inserção de imagens suas e/ou de outros. Para isso,
precisa de um algoritmo. Com o auxilio de Eduardo e seus companheiros de dormitórios,
já tem o embrião do seria o “Facebook”. Enquanto
isso, os irmãos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss (feitos por Armie Hammer de “O Agente da
U.N.C.L.E., 2015”) contratam Mark para a montagem de website de
relacionamentos, após testemunharem o que ele fez. Literalmente, os enrola. Pois
está ocupando com seu próprio empreendimento. Inicialmente chamado de “The
Facebook”.
Os Winklevoss
percebem semelhantes com o que pediram a Mark, e abrem um processo contra ele. Com
a plataforma em ascensão, chama atenção do hacker Sean Parker, criador do
Napster (programa que fazia download gratuito de musica, sem autorização previa
dos artistas). Este é feito por Justin
Timberlake (da animação “Trolls, 2016”). Assim
rola a trama básica de “A Rede Social”.
Conhecemos os bastidores da criação de um dos maiores programas das mídias sociais
e das grandes corporações. Focando principalmente na personalidade
empreendedora e egoísta de Mark. Onde não mede esforços para atingir seus
objetivos pessoais. Mesmo que tenham que passar por cima de pessoas próximas (como
se fosse um rolo compressor).
Fincher como um hábil cineasta que é,
consegue o melhor com o que tem em mãos. Um elenco afiado com Eisenberg sendo a ponte entre o publico
e o filme. Nos brinda com uma performance pontual sobre a persona de Mark. Um
sujeito individualista e introspectivo com uma verborragia impressionante
quando pressionado (nas tensas sequencias dos processos jurídicos). Garfield nos dá a dramaticidade necessária
ao seu personagem. E Hammer
impressiona ao exibir a personalidade dos gêmeos.
Tecnicamente
“A Rede Social” também se destaca. A fotografia em tons pastéis de Jeff Cronenwetth. O trabalho de edição ágil de Kirk Baxter
& Angus Wall. A nervosa trilha sonora musical composta por Trent Reznor (Nine Inch Nails) & Atticus Ross. Os quatro últimos foram
ganhadores do Oscar daquele ano nas respectivas categorias. E Sorkin que levou para a casa a
estatueta por “Melhor Roteiro Adaptado”. O filme foi indicado também para
Melhor Filme, Melhor Diretor (Fincher),
Melhor Ator (Eisenberg), Melhor
Fotografia (Cronenwetth) e Melhor
Mixagem de Som.
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