Um
conto real sobre os percalços de uma pessoa, quando bem explorados, se tornam a
história perfeita a ser vista na tela grande do cinema. Assim conhecemos o
cotidiano do pequeno Saroo ao lado do irmão mais velho Gudu, o auxiliando nos
mais diversos trabalhos para sustentar a mãe e a irmã. Desde roubar carvão de
um trem em movimento (na sequencia de abertura) ou indo com Guddu para
trabalharem à noite numa estação de trem.
Neste
momento, temos uma virada. Por ter apenas cinco anos de idade, não consegue
acompanhar o irmão. Ele lhe pede para ficar descansando em um banco da estação,
enquanto vai em busca de novos trabalhos. No meio da madrugada, Saroo acorda e
fica preocupado porque Guddu ainda não voltou. Anda pela estação até um vagão.
O percorre e adormece em um dos assentos.
Quando
acorda, ele está em movimento. Para seu desespero, não há ninguém para
ajuda-lo. O trem para em Calcutá, mais de 1600 km do seu lar. Em meio ao caos
da cidade, testemunha a pobreza do local. Ao mesmo tempo, vive nas ruas.
Através do seu olhar inocente, vemos as atrocidades que ocorrem durante o dia e
à noite.
Em
determinado tempo, ele é acolhido por uma mulher. Dá banho e o alimenta, quando
na verdade, quer vende-lo para famílias estrangeiras. Ele percebe e foge. De
voltas às ruas, Saroo brinca com um rapaz que está comendo em um restaurante. O
mesmo lhe alimenta e o leva para uma delegacia. Tentam de todos os modos
ajuda-lo, mas devido a idade, não se lembra muito da sua casa e nem do nome da
mãe.
É
levado para um orfanato local. Sua diretora pretende encontrar um lar para ele.
O apresenta ao casal John e Sue Brierley, que o adotam imediatamente. Eles
moram na Austrália. De inicio, estranha a situação. Chegando à casa dos
Brierley, começa a se sentir mais a vontade. E já os chama de pai e mãe. Entusiasmados,
seus pais adotam outro garoto que estava na mesma instituição que Saroo,
chamado Mantoch. Ele o conheceu, mas ele sofre problemas psicológicos. Devidos
aos abusos físicos sofridos por lá.
Passados
vinte anos, Saroo está cursando a faculdade de hotelaria. Lá faz amizade com
Lucy, que mais tarde se torna sua namorada. Em meio a um jantar organizado por
seus colegas de classe, uma memoria do passado vem à tona. Era um jantar
temático baseada na culinária indiana. Quando pequeno, andava no mercado de sua
cidade com Guddu e ficava lhe pedindo as especiarias. Mas não tinham dinheiro
para compra-las.
No
encontro, fala mais sobre sua infância. Que tem poucas lembranças a respeito,
um dos colegas lhe indica o Google Earth. Um programa que ajuda a localizar
pontos a ir ou que podem ser usados como referencia. Fazendo com que Saroo
fique obcecado pela ideia de encontrar sua família. Assim temos a trama de “Lion: Uma Jornada para Casa (Lion, 2016)” baseada na
história verdadeira de Saroo Brierley. Dirigido pelo estreante Garth Davis. Que a dividiu em dois atos.
O
primeiro com Sunny Pawar, em uma
atuação excepcional ao mostrar o personagem com todo espanto, medo e força de
vontade para superar o que está vivendo. Sem conseguir se comunicar direito e
corretamente em Calcutá, por exemplo.
E já
adulto com Dev Patel (o atrapalhado
Sonny Kapoor da franquia “O Exótico Hotel Marigold”) exibe a agonia sentida por
ele, ao se colocar no lugar do irmão e da mãe, desesperados com seu
desaparecimento. David Wenham (o
Faramir da saga do Anel) e Nicole Kidman (Oscar de Melhor Atriz por "As Horas, 2003") fazem os pais adotivos.
Patel e Kidman dão a
carga dramática dos seus papeis na medida certa. Justificando suas indicações
ao Oscar deste ano para Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante
respectivamente. Rooney Mara, a
Lisbeth Salander de “Millenium: Os Homens que não Amavam as Mulheres (2011)”
faz uma participação pontual como a namorada de Saroo, Lucy.
A trilha sonora também é outro destaque. Composta por Hauschka e Dustin O’Halloran, a música orquestra de forma brilhante essa inesquecível história de coragem, resiliência e determinação, que vai te fazer sair transformado do cinema. É interessante ver um filme que está baseado em fatos reais, acho que são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção. Também gostei muito do filme Dunkirk um dos melhoresfilmes ação 2017, não conhecia a história e realmente gostei. Parece surpreendente que esta história tenha sido real, considero que outro fator que fez deste um grande filme foi a atuação do ator Tom Hardy, seu talento é impressionante.
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