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"LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES"


Surgindo no horizonte da ensolarada Los Angeles, um dos fortes candidatos ao Oscar deste ano, o musical indie “La La Land: Cantando Estações (La La Land, 2016)”. Na noite de domingo (08 de janeiro de 2017), tivemos uma previa da temporada de premiações para este ano, a premiação do Globo de Ouro. O filme foi indicado em sete categorias e bateu um recorde. Levou as sete (Melhor Filme, Diretor, Ator e Atriz em Comédia ou Musical, Roteiro, Trilha Musical e Canção Original). No próximo dia 24, serão anunciados os indicados ao Oscar 2017. Em meio a isso, o People’s Choice Awards (realizado na noite da ultima quarta-feira), o SAG Awards e o Bafta (Oscar britânico), por exemplo.

La La Land” é o trabalho mais recente do roteirista e diretor Damien Chazelle do elogiadíssimo “Whiplash: Em Busca da Perfeição (2014)”. Pelo o qual levou para casa a estatueta do Oscar nas categorias de Melhor Edição, Mixagem de Som e Ator Coadjuvante para J.K. Simmons (o eterno JJ Jameson da saga Homem-Aranha de Sam Raimi) daquele ano. 


Chazelle volta ao mundo da musica, desta vez, agora trazendo na memoria os antigos musicais da Metro. Onde aqui temos o casal formado por Ryan Gosling (“A Grande Aposta, 2015”) e Emma Stone, a Gwen Stacy da franquia “O Espetacular Homem-Aranha”. Gosling é o pianista de jazz Sebastian. Que toca de bar em bar. Vive frustrado por não ouvir aquele som de antigamente. Sonha em abrir um clube de jazz, já que hoje em dia só tocam samba e tapas (ele enfatiza isso em voz alta).

Emma é Mia, uma aspirante a atriz que trabalha em um café nos estúdios da Warner. Também frustrada por não conseguir se firmar na carreira. Fazendo teste atrás de teste, desde filmes adolescentes até series policiais. Ela tem o sonho de ser como as atrizes que admira desde a infância, por influencia de uma tia. Para isso, largou a faculdade.


Em uma sequencia de abertura de encher os olhos e os ouvidos, onde a câmera passeia pelo trafego parado na principal avenida de LA, com uma jovem começa a cantarolar “Another Day in the Sun” em meio ao som das buzinas. Uma canção que fala sobre os sonhos e as decepções de morar na cidade dos anjos. Aos poucos, cada motorista sai do seu carro e temos uma coreografia vibrante. Lá temos uma referencia multicultural de LA, onde todos dançarinos respondem pelas mais diversas etnias e classes sociais.

Em meio à cena, estão Mia e Sebastian. Estáticos e desanimados. Ainda não se conhecem. Inertes em sua realidade atual. O acaso os une. O que era para ser um encontro casual se torna uma paixão fulminante entre eles. Cada dividindo suas alegrias e tristezas em cada conquista ou derrota quando estão juntos. Ele a incentiva a escrever uma peça sobre ela mesma e tentar o sucesso por si só. Como fizeram Thelonious Monk e Charlie Parker, ídolos de Sebastian.


Já ela fica feliz com a nova empreitada de Sebastian, tocando com o amigo de faculdade Keith (o cantor r’n’b John Legend) em sua banda, The Messengers. Mas ela o questiona a respeito. Pois a sonoridade não tem nada a ver com seu purismo musical sobre o jazz. Assim temos o mote de “La La Land: Cantando Estações”.

Chazelle nos traz um trabalho que consegue mesclar com perfeição o antigo com o novo. Quanto juntos, Sebastian e Mia exibem todo o amor que sentem um pelo outro. Isso é bem exemplificado quando estão em um cinema retrô que está exibindo o clássico “Juventude Transviada (1955)” com o rebelde James Dean. E o filme literalmente queima em uma das suas sequencias mais marcantes, quando o personagem de Dean está passando no Planetário da cidade. 


Eles decidem recriar a cena em um passeio noturno por lá. A interatividade entre Gosling e Stone é força motriz da película. Cantam e dançam, demonstrando todo o amor do casal. “La La Land” é o terceiro trabalho deles. Já atuaram juntos na comedia romântica “Amor A Toda Prova (2011)” e o policial “Caça aos Gangsteres (2013)”. Eles nos trazendo na memória uma dinâmica de casal que não vemos há muito tempo na tela grande do cinema. Por exemplo: Fred Astaire & Ginger Rogers, Gene Kelly & Cyd Charisse.

Chazelle não faz um tributo aqueles tempos da Metro, aproveita o tema e o traz para a realidade dos nossos dias. Onde a relação de Mia e Sebastian é discutida nas quatro estações do ano (Inverno, Primavera, Verão e Outono). Há referencias a clássicos como “Cantando na Chuva (1952)”, “Roda da Fortuna (1953)” e ao francês “Duas Garotas Românticas (1967)” de Jacques Demy. Em especial, no seu ato final.

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