Quem não se lembra do programa de TV “Cosmos” nos anos 80, criado e apresentado pelo astrônomo e cientista Carl Sagan? Onde seu fascínio pelo espaço infinito trouxe uma gama de apaixonados pelo assunto. Seus livros, palestras e participações nas mídias sociais deixaram bem claro, seu entusiasmo pela busca de vida inteligente na galáxia.
Tanto
que chegou a escrever um roteiro para cinema. Em 1979, teve a ideia de relatar
o encontro entre humanos e extraterrestres, com um ponto de vista cientifico e
cosmológico. Se diferenciando das versões sci fi da tela grande do cinema, que
tendiam para o confronto armado, como os clássicos “O Dia em que A Terra Parou
(1951)” e “Guerra dos Mundos (1953)”. Ganhando o nome de “Contato (Contact)”, ele o escreveu ao lado de Ann Druyan (sua
última esposa. Carl foi casado três vezes), o finalizando em novembro de 1980.
Em seu percurso, o roteiro acabou de transformando em um romance lançado em
1985.
O filme finalmente foi produzido em 1997, com direção de Robert Zemeckis da saga De Volta para o Futuro e do premiadíssimo "Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994)". Sagan não chegou a ver a película ficar pronta, pois faleceu em dezembro de 1996. Participando diretamente da produção até então, escolhendo Jodie Foster (Oscar de Melhor Atriz por “Os Acusados, 1988” e “O Silêncio dos Inocentes, 1991”) para ser a personagem principal, a dra. Eleanor “Ellie” Arroway. Em especial, pela imagem ética que ela transmite.
Ao
lado de Foster, um elenco formado
pelo galã em formação Matthew
McConaughey (Oscar de Melhor Ator por “Clube de Compras Dallas, 2013”), James Wood (o astuto advogado Shark do
seriado homônimo, 2008 a 2015), Tom Skerritt
(“Top Gun: Ases Indomáveis, 1986”), David
Morse (“À Espera de um Milagre, 1999”), Jena Malone (a Johana Mason da franquia Jogos Vorazes), John Hurt (o prof. Trevor Broom da
franquia Hellboy), William Fichtner (o
agente Alexander Mahone da serie “Prison Break, 2005 a 2009”) e a Tina Turner
do cinema Angela Bassett.
A história gira em torno da perseverança e da determinação de Ellie em provar que existe vida inteligente fora da Terra. Desde a infância (Malone), era incentivada pelo pai Ted (Morse). Ela o perde muito cedo. Já adulta, trabalha no SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence). Indo até Arecibo (Porto Rico), onde está localizada uma das maiores antenas de recepção em direção ao espaço. Utilizando o equipamento de lá, Ellie em sua busca tem o auxilio do cientista Kent (Fichtner). Deficiente visual tem seus outros sentidos (audição em especial, tato, paladar e olfato) aguçados.
Lá reencontra
seu ex-professor, dr. David Drumlim (Skerritt).
Um velho desafeto, que pode colocar em risco sua estada em Arecisbo. Ao mesmo
tempo, conhece Palmer Joss (McConaughey),
um teólogo que tem uma opinião diferente sobre a vida fora da Terra. Junto a um
conceito mais religioso sobre o assunto. A sintonia entre os dois é imediata. Porem,
Ellie está focando no seu trabalho. E dispensa um relacionamento com Palmer.
Mais
tarde, descobre que Drumlim cancelou o financiamento para sua pesquisa. Fazendo
com que ele e Kent mais a equipe busquem por outros patrocinadores. Ela marca uma
reunião nas Indústrias Hadden. De inicio, seus executivos não veem com bons
olhos sua proposta. Até que recebem uma
ligação do próprio dono, sr. S.R. Hadden (Hurt),
fazendo com que aprovem o financiamento para a pesquisa de Ellie.
Passados
alguns anos, Ellie e equipe estão instalados no observatório Very Large Array
(VLA) no Novo México. Quando descobre que o governo norte-americano não vai
renovar a locação do VLA, Ellie se desespera. Buscando de todas as formas que
possa imaginar, de conseguir comprovar sua tese. Até que em uma noite, Ellie encontra
o que tanto procura. De inicio, fraco. Vai crescendo aos poucos, um som
constante. Ela e seu pessoal na estação descobrem que o pisco do sinal vem da
estrela Vega. Vinda da constelação Lira e à 25 anos luz do nosso Sol.
Depois de averiguarem em outras estações como VLA, comprovam que o sinal é autêntico. Assim avisam todos os meios de comunicação (televisão em especial) e o governo dos EUA. O assessor do governo e diretor da Agencia de Segurança Nacional Michael Kitz (Woods) e Drumlim correm até lá. Juntos, percebem que o sinal traz uma mensagem subliminar que representará o primeiro canal de comunicação entre a raça humana e os extraterrestres.
Assim
temos a trama básica de “Contato”. Com
um elenco afiado, destacando a atuação primorosa de Jodie que mescla a fragilidade e a obstinação da sua personagem
como sua força motriz. Zemeckis, um
aprendiz do mago Steven Spielberg, como poucos sabe fazer uso dos efeitos
visuais ao adaptar o conto de Sagan. Em “Forrest Gump” inovou ao colocar Tom
Hanks ao lado de personalidades como os Presidentes Kennedy e Nixon. Aqui faz o
mesmo, desta vez com o então Presidente Bill Clinton.
E no ato final, quando Ellie finalmente faz o “contato” com os alienígenas. O filme discute as relações humanas, bem como um certo ceticismo em relação ao tema por parte das pessoas. A religiosidade representada por Joss, quando vê a falta de fé em Deus por parte de Ellie. Junto a isso, sua busca por respostas, querendo entender porque a morte leva os entes queridos embora. No caso, seus pais.
Somada
à frase de Sagan no livro que marca toda a película: “Se somos os únicos no Universo? Isso seria um tremendo desperdício de
espaço!”.
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