O
cineasta canadense Denis Villeneuve
tem se destacado na sétima arte com filmes dos mais variados gêneros. Se
mostrando ser um dos mais versáteis de sua geração. Desde que chamou atenção do
grande publico e da critica com o drama “Incêndios” em 2010. Os ganhando de vez
com o suspense “Os Suspeitos (2013)” estrelado pelo Wolverine Hugh Jackman e o
existencial “O Homem Duplicado (2014)”, baseado no romance de Jose Saramago. E ano
passado nos trouxe o misto de filme de ação, espionagem e politico “Sicario:
Terra de Ninguém (2015)”.
Agora
nos traz “A Chegada (Arrival, 2016)”.
Baseado no conto sci fi de Ted Chiang,
“História da sua Vida (1998)”. Adaptado pelo roteirista Eric Heisserer, aqui temos a história de doze naves alienígenas que
sobrevoam dozes pontos do globo terrestre. As principais potências (China,
União Soviética e Estados Unidos) se unem aos países que estão com as naves
sobre suas cabeças. Cada um escolhe um especialista em línguas e um matemático
para traduzir a linguagem e os sinais deixados pelos extraterrestres.
No
lado dos EUA, temos a dra. Louise Banks (Amy
Adams, a nova Louis Lane do cinema), professora de idiomas e tradutora
contratada pelo governo para trabalhos ocasionais sigilosos, e Ian Donnelly (o
Gavião Arqueiro Jeremy Renner),
especialista em quebrar cálculos matemáticos. Juntos montam uma equipe para
tentar entender as mensagens. Eles têm a supervisão direta do coronel Weber (Forest Whitaker, Oscar de Melhor Ator
por “O Último Rei da Escócia, 2006”).
O mundo
está em pânico. Os lideres mundiais dependem de seus cientistas para descobrir
quais as reais intenções dos alienígenas em nosso planeta. Se vieram para nos
ajudar ou exterminar a raça humana. Banks, nervosa em seu primeiro contato,
percebe que é necessário se aproximar deles de forma mais aberta. E não do modo
defensivo que o coronel Weber deseja.
A partir
daí, Louise escreve palavras em um quadro como quem é “humana” e depois se apresenta,
faz o mesmo por Ian. Daí a conversa começa a fluir. Eles exibem sinais que mais
tarde são traduzidos e descobrem a raça deles, Heptapod. De grande inteligência
e gigantescos. Ao mesmo tempo, Louise relembra momentos com a filha Hannah. Desde
seu nascimento até seu falecimento precoce. Pois era portadora de uma rara
doença degenerativa.
Villeneuve nos mostra um trabalho inteligente e
instigador. Em primeiro momento, quando os extraterrestres chegam ao planeta. A
tensão vivida pelas pessoas através das redes e mídias sociais. E dentro do QG
militar próxima à nave que Louise vai conversar com eles. Weber tem que
justificar os métodos dela para seus superiores. Enquanto isso, temos também Halpern
(Michael Stuhlbarg, “Doutor. Estranho,
2016”), que faz parte da Agencia de Segurança Nacional dos EUA. Que fala
diretamente com o Presidente Norte-Americano e os lideres mundiais.
Envolvida com a ação, Louise usa sua dor pela perda da filha para seguir
adiante. Para descobrir como os alienígenas se comunicam e o que querem
conosco. Amy Adams tem aqui seu
grande momento na telona. A motivação e a dor se misturam, daí vem a força da
personagem. Numa atuação de poucas palavras e cheia de gestos. Onde cada palavra
mal interpretada (de ambos os lados) pode gerar o conflito imediato entre eles.
Assim temos a mensagem deixada por “A Chegada”.
Apesar de estarmos conectados 24 horas. Seja via celular, smartphones, tablets
e computadores caseiros, nós não estamos nos “comunicando” de verdade. Isso é
bem visto, na sequencia onde as doze nações envolvidas resolvem se desconectar
e cada uma agir independentemente com relação ao fato. No ato final, percebe-se
isso será determinante para o destino da Terra.
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