Ao contrario do que
parece, não é uma cinebiografia da banda mais ensolarada dos anos 60. Estamos falando
dos seminais, The Beach Boys. Surgidos com sucessos como “I
Get Around”, “Fun Fun Fun”, "Surfin' in the USA" e “In My Room”. A banda formada pelos irmãos Carl, Dennis e
Brian Wilson, o primo deles Mike Love mais os amigos Al Jardine e Bruce Johnston. Sendo um dos grupos de
maior sucesso da época, chegaram a rivalizar com os ingleses Beatles. Onde eles
acusavam a banda britânica de plagia-los no quesito de harmonias vocais. As coisas
mudam para eles quando seu líder e principal compositor Brian ouviu o álbum dos
Beatles, Rubber Soul (1965). Fazendo com ele crie algo superior ao que os
ingleses fizeram naquele momento.

Foi a partir daí, que
sentimos sua genialidade musical. Ao mesmo tempo, isso faz com que perca sua
sanidade. Imaginando harmonias e sons nunca ouvidos antes através de
instrumentos não convencionais na música. Como latidos de cães, som de talheres
e vozes ao fundo (quase sussurrando) no fundo das canções. Temos o nascimento do
subestimado (naquele momento) e mais tarde reconhecido com um dos melhores
discos gravados de todos os tempos, “Pet Sounds (1966)”. Mesmo com o fracasso
comercial de “Pet Sounds”, Brian ainda tem forças para compor o maior hit dos
Beach Boys, “Good Vibrations”. Insatisfeito, Brian decide continuar sua busca
para compor sua obra prima.

Sua obsessão o leva a se isolar de tudo e de todos. Assim se inicia a trama de “The Beach Boys: Uma História de Sucesso (Love & Mercy, 2015)”. Dirigida por Bill Pohad, produtor de filmes como “Doze Anos de Escravidão (2013)” e “Árvore da Vida (2010)”. A produção do filme
teve supervisão direta de Brian Wilson e Melinda Ledbetter. Se conheceram
quando ele estava vivendo sob os cuidados do psicólogo Eugene Landy, que lhe
havia diagnosticado paranoia esquizofrênica, por volta dos anos 80. Vendo e o
estado frágil de Brian, Melinda resolve agir. Percebendo que Landy só que
aproveitar financeiramente de seu paciente, onde o deixa praticamente em estado
catatônico por causa dos remédios. A película é muito bem
dividida nesses momentos, quando jovem temos Paul Dano. Talentoso ator da nova geração, vindo de excelentes
trabalhos em “Pequena Miss Sunshine (2006)” e “Sangro Negro (2007)”.
Onde temos uma ideia de como eram as gravações de Brian com os Beach Boys, em especial no “Pet Sounds”. Ao som de clássicos como “Would it be Nice” e “God Only Knows”. Esta ultima é citada numa
cena em especial. Brian a toca pela primeira vez para o pai Murry (Bill Camp). Empresário demitido da banda pelo próprio filho. Pedindo sua opinião sobre ela, responde que não
uma canção típica dos Beach Boys e sem sentido algum. O filme, em poucas e
determinantes sequencias vemos a relação conflituosa com o pai. Mesmo assim, ele
o amo à sua maneira. Mais velho, temos John Cusack do cult rock “Alta Fidelidade (2000)”.
Aqui ele mostra como Brian estava perdido e fragilizado por
viver com Landy. Que o incapacitava física e psicologicamente. Ele é
interpretado por Paul Giamatti, o
Rhino de “O Espetacular Homem-Aranha 2: Ameaça de Electro (2014)”, ótimo como vilão da vez. Com Melinda
ao seu lado, feita por Elizabeth Banks (a
Effie Trinket da franquia Jogos Vorazes). Com quem mais tarde, se casaria e
formaria a família que sempre sonhou. Banks está muito bem em cena, sendo a força motriz para Brian sair da letargia que lhe foi imposta por Landy.
Paul
e John foram escolhidos a dedo por Brian
e Melinda. O trabalho dos dois é magistral. Dano soube mostrar todo o tormento
vivido pelo seu personagem ao querer transcender musicalmente seja com ou sem
os Beach Boys. . E o consumo exagerado de drogas ajudaram para exacerbar sua
loucura. Sua obra prima seria lançada em 2004, "Smile". Cusack, onde vemos um Brian
Wilson preso em sua própria mente e perturbado pelo medo vivido ao lado do autoritário
Landy.
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