Casos
sobre sequestros de crianças e jovens, que depois são mantidas como
prisioneiras por seus raptores, não é um tema muito comum no cinema. Apesar de
vermos muitos casos do tipo na Europa e em especial nos Estados Unidos. Com
isso dito, baseado no best seller escrito pela autora irlandesa Emma Donoghue, “O Quarto” em 2010. Temos
a história do garoto Jack, que acaba de completar cinco anos. Ele vive com a
mãe em um pequeno quarto e só consegue enxergar seu exterior através de uma
claraboia no teto.
Para ele, o mundo se resume ao quarto. Cumprimentando a cama, o abajur, a pia, o guarda-roupa e por aí vai. A mãe tenta suavizar a situação do melhor modo possível. Ela está aprisionada a mais de sete anos. Foi raptada aos 17 e submetida aos abusos sexuais de seu sequestrador. Daí nasceu Jack. Vendo que o filho está crescendo, diz que o mundo em que vivem é muito maior do que imagina. Jack se choca com a revelação e a contradiz que mentiu o tempo todo.
Mais
calmo, começa a indagar sobre como são as coisas lá fora. Fala também seu nome
para o filho, Joy. Assim, ela arquiteta um plano para a fuga deles. Jack deve
fingir que morreu devido ao frio da estação. Pois o quarto em que moram, ficou
sem aquecimento. Joy o enrola num tapete e diz o que fazer quando estiver fora
dele (“Furgão. Saia. Salte. Corra. Alguém”).
Paralisado por estar fora do quarto e ver o céu azul, sem ser pela claraboia.
Consegue escapar e encontrar uma pessoa que pode ajuda-lo. O sequestrador foge e Jack com o auxilio da polícia vai até casa onde sua mãe está sendo mantida como prisioneira. Juntos novamente. Eles são levados para o hospital da cidade e passam por exames. Até que Joy reencontra com os pais e os apresenta para o neto. Como nunca saiu do “quarto”, Jack está, ao mesmo tempo, assustado e curioso sobre o mundo. Este é a trama básica de “O Quarto de Jack (The Room, 2015)”. Adaptado pela própria Donoghue e com direção de Lenny Abrahamson (do cult movie “Frank, 2014”).
Dai
temos o retrato do isolamento sofrido por Joy e Jack. Muito bem personificado
por Brie Larson e o pequeno Jacob Tremblay respectivamente. Larson, vinda do mundo das series de TV
como “The United States of Tara (2009
a 2011)” e atuando em filmes como “Scott
Pilgrim contra o Mundo (2010)” e “Anjos
da Lei (2012)”. Aos 26 anos, vemos uma atuação que exibe bem o sentimento
de uma menina que perdeu sua juventude, em cativeiro contra a vontade. Quando
finalmente livre e com um filho ao seu lado, percebendo que agora é mãe. Também
não se adaptando bem ao ambiente que vivera antes. Onde o desespero e a
esperança se misturam.
Já Jabob, é quem dá ritmo à película.
Pelos seus olhos vemos como era viver no “quarto”
junto ao fascínio e o medo por estar fora dele mais tarde. Uma inocência que
dificilmente vemos nos dias de hoje na tela grande do cinema. Como os pais de
Joy, Nancy e Robert, temos Joan Allen
(a Pamela Landy da franquia Bourne) e
William H. Macy (da serie televisiva “Shameless”
desde 2011) respectivamente.
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