Como os velhos mestres do blues, no caso, Muddy Waters e Willie Dixon, o guitar hero Buddy Guy se mostra cada vez mais parecido com eles. Junto a sua técnica apurada nas seis cordas, a genialidade de compor canções que se tornam clássicos do gênero como “Dawn Right I’ve Got the Blues” e “She’s A Superstar”. E regravar standards do soul e do blues como se fossem seus, por exemplo, “Mustang Sally (Wilson Pickett)”, “Some Kind of Wonderful (John Ellison)” e “I Put A Spell on You (Screamin’ Jay Hawkins)”.
Agora ele solta “Born To Play Guitar”. Mesclando canções
próprias compostas ao lado do parceiro musical, o baterista Tom Hambridge, e outras como “Too Late”
de Willie Dixon e “(Baby) You Got What it Takes”, clássico soul anos 60 nas
vozes de Dinah Washington & Brook Benton. Ele dá uma lição de como se fazer
um disco do puro blues como num passeio pelos pântanos do velho Mississipi com
pitadas de rock’n’roll, soul e até country music.
BORN TO PLAY GUITAR: Canção com tom de autobiografia e refrão marcante: “Born to play guitar, everyboy knows my name”. Um blues na sua essência. Para ouvir tomando uma boa dose de uísque.
WEAR
YOU OUT: Blues rock agressivo
ao lado do ZZTop Billy Gibbons,
dividem vocais e guitarras como poucos. Uma grande parceria.
BACK
UP MAMA: Puro blues
para ser ouvido num canto de bar, tomando aquela cerveja bem gelada.
TOO
LATE: Com a harmônica
de Kim Wilson, parece estamos em uma
locomotiva. Um blues acelerado.
WHISKEY, BEER & WINE: Canção mais swingada, com uma pitada de blues rock. Bem sugestiva. Buddy nos dá um bom exemplo para esquecer os problemas e se dividir com uísque, cerveja e vinho. Mas não necessariamente nesta ordem.
KISS
ME QUICK: Mais uma
vez a harmônica de Kim Wilson se faz
presente, mais o timbre potente da guitarra de Buddy, nos leva em uma viagem no
tempo. Como se estivéssemos na estrada e chegando à encruzilhada da rota 66.
CRYING
OUT OF ONE EYE: A
soul music nas caixas de som. Buddy num momento Otis Redding.
(BABY) YOU GOT WHAT IT TAKES: Conjunto de metais e cordas mais a voz da soul diva da nova geração Joss Stone, neste clássico do rhythm’n’soul.
TURN
ME WILD: Blues rock
com ares de biografia. Diz em determinado momento na canção “Que era um bom garoto,
mas que o blues o levou para outra direção”.
CRAZY
WORLD: O Blues com
consciência social. Buddy aqui canta
como é difícil vivermos nos dias de hoje neste mundo insano.
SMARTER
THAN I WAS: Blues
característico de Buddy. Vocal
gritado e distorcido junto aos riffs marcantes de sua guitarra mais um solo
fenomenal.
THICK
LIKE MISSISSIPPI MUD:
O soul e o blues se juntam nesta canção vibrante.
FLESH & BONE: Homenagem ao mestre BB King (falecido em maio de 2015). Composta antes da sua morte. Momento de reflexão com Buddy dividindo os vocais com o irlandês “Van the Man” Van Morrison. Clima gospel no ar.
COMEBACK
MUDDY: Tributo a
lenda do blues Muddy Waters (falecido em 1983). Ele foi o padrinho de Buddy no
mundo do Blues. A canção fala sobre a falta que ele faz na vida do bluesman.
O saldo final é extremamente
positivo, com Buddy Guy exibindo a
vitalidade de um adolescente no auge de seus 79 anos. Como não seria diferente
de outros guitar heroes, Buddy
possui uma vasta coleção de guitarras e cada uma delas é usada em determinada
canção do álbum. Por exemplo: Fender Stratocaster 1957 em “Born To Play Guitar” e Gibson Gold
ES-335 em “Whiskey, Beer & Wine”.
PREÇO SUGERIDO: A partir de R$ 24,90
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