Filmes sobre mercado financeiro nos Estados Unidos não são uma grande novidade. Como a saga do magnata Gordon Gekko em “Wall Street: Poder & Cobiça (1987)” e “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (2010)”; “Margin Call: O Dia Antes do Fim (2011)”, que explorava o começo da crise econômica da terra do Tio Sam e mais recentemente o excepcional “O Lobo de Wall Street (2013)”, cinebiografia do enlouquecido corretor da bolsa Jordan Belfort.
Agora
chegou a vez de “A Grande Aposta (The Big
Short, 2015)”. Adaptação do livro “A
Jogada do Século”, escrita por Michael Lewis. Que relatou uma bolha de
créditos no mercado imobiliário norte-americano e que gerou a crise de 2008. O
roteiro foi escrito por Charles Randolph
& Adam McKay, este último está na cadeira de diretor. É parceiro do
comediante Will Ferrell em filmes como “O
Âncora: A Lenda de Ron Burgudy (2004)” e “Tudo por um Furo (2013)”.
Com um
elenco formado por estrelas do cinema atual como o Cavaleiro das Trevas Christian Bale, o malvado favorito Steve Carell, o galã Ryan Gosling (“Caça aos Gangsteres, 2013”), Marisa
Tomei (“Meu Primo Vinny, 1992”) e
Brad Pitt (“À Beira Mar, 2015”). Sendo Pitt, um dos produtores do filme. Com o
personagem de Gosling, o executivo do
Deutsche Bank Jared Vennett , sendo o fio condutor da película. Onde este fala
diretamente para a câmera e introduzindo ao espectador como o mercado
financeiro e imobiliário norte-americano foi crescendo com o passar dos anos.
Daí temos o matemático Michael Burry (Bale),
com um perfil peculiar, que previu a bolha. Enclausurado em seu escritório,
tocando bateria nas horas vagas e ouve heavy metal no talo. Avisou a todos
sobre ela e mesmo assim não lhe deram a devido atenção.
Do
outro lado, vemos o agente financeiro Mark Baum (Carell). Que enxerga na crise um modo de enriquecer
facilmente. E o investidor ermitão Ben
Rickert (Pitt), cheio de manias
inusitadas, é chamado por dois jovens corretores que percebem também uma chance
de aproveitar a bolha no mercado de imóveis. A veia cômica de McKay ajudou na excelente trama criada.
Contada de forma ágil e atores afiados, “A Grande Aposta” se mostra um filme
que diverte e ao mesmo tempo, nos colocando a par sobre os bastidores do mundo
das finanças. E como vemos, o enriquecimento ilícito dos bancos não deixa pedra
sobre pedra. Onde as pessoas trabalhadoras perderam tudo (casa e emprego,
especialmente). E aqueles que estão nos altos escalões destas instituições
estão livres e não sofreram nenhum tipo de processo ou foram presos.
Ao
final da película, só temos um bode expiatório que foi levado a prisão.
Qualquer semelhança, com o país em que vivemos não é mera semelhança ou
coincidência. "A Grande Aposta" é um filme dos atores. Em especial, Christian Bale e Steve Carell. Bale com a
competência de sempre. Mostra as excentricidades de seu personagem. Quando
tenso e vendo as ações da empresa em que trabalha caírem, Ouve Metallica ou
Slipknot no mais alto volume em pleno escritório. Para poder pensar na melhor
solução. Já Carell, consegue juntar
a sua veia cômica com a dramaticidade que o papel pede. Sua atuação mostra bem
o tormento que Mark Blaum está passando ao acompanhar o passo a passo em que os
bancos aproveitam "a bolha"
para enriquecimento próprio e seus investidores cada vez mais pobres. Junto à
um drama pessoal.
No seu decorrer, algumas sequências do filme são bem especificas. São dados que falam diretamente sobre o mercado financeiro. Se tornando pouco claras para o espectador mais desavisado. Mas eles são intercalados por passagens de celebridades como a eterna teen Selena Gomez, a nova musa do cinema Margot Robbie e o chef Anthony Bourdain que nos explicam melhor sobre estes termos.
Isto
pode confundir aqueles que não entendem nada sobre o assunto (como este que vos
escreve). Apesar da boa explanação e deles falarem direto para a câmera, são
dados precisos sobre como é seu funcionamento interno. Para quem trabalha com
isso, entenderá facilmente. Já aqueles que não lidam com isso diretamente, pode
atrapalhar no entendimento da trama de "A Grande Aposta".
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