Voltando a falar sobre a sétima arte, temos entrando em cartaz nas melhores salas de cinema de sua cidade, o mais novo filme do herói Marvel Thor Chris Hemsworth, “No Coração do Mar (In The Heart of the Sea, 2015)”. Com direção de Ron Howard, Oscar de Melhor Diretor por “Uma Mente Brilhante (2001)”. Aqui repete a parceria com Hemsworth, iniciada em “Rush: No Limite da Emoção (2013)”. Temos a história verídica que originou o romance “Moby Dick” de Herman Melville. O naufrágio do Essex, destruído por causa do ataque de uma baleia cachalote em 1820.
Logo em sua abertura temos um apressado Melville (Ben Whishaw, o novo Q da franquia 007) chegando a estalagem dirigida por Thomas Nickerson (Brendan Gleeson, o Alastor “Mad Eye” Moody da saga Harry Potter) e sua esposa (Michelle Fairley, a Catelyn Stark da serie de TV “Game of Thrones” desde 2011) na cidade de Nantucket. Nickerson, um dos poucos sobreviventes vivos da tragédia, conta sua versão dos eventos ocorridos. Muito a contragosto e precisando de dinheiro, resolve falar sobre o assunto a Melville. Que já trabalhou em um navio baleeiro. Quando jovem, Nickerson se tornou tripulante do Essex. Neste momento, ele é interpretado por Tom Holland, o novo Homem-Aranha. Mas já o vimos anteriormente no filme catástrofe “O Impossível (2012)”.
Aqui temos o conflito entre os comandantes do navio. O capitão George Pollard Jr. (Benjamin Walker, o “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, 2012”) e seu primeiro imediato, Owen Chase (Hemsworth). A companhia náutica em que trabalham, tinha prometido a Chase o comando de um navio na próxima viagem em busca de óleo de baleia. Necessário para iluminação de casas e ruas.
O que não acontece. Naqueles tempos, o nome de uma pessoa tinha mais pesado do que sua competência. O nome Pollard tinha uma grande influência na companhia. Sendo inclusive um dos sócios. Assim, o inexperiente George foi colocado no comando do Essex por imposição do pai. E precisando da experiência de Chase, este entra em acordo (por escrito) com os donos e aceita o trabalho, mediante que da próxima vez, tenha o comando de um navio.
Como dito por Nickerson, é a história de dois homens. Como num casamento arranjado. Eles não se entendem. O embate é visto por todos na embarcação. E ele chega ao limite, quando o capitão George pede que todas as velas do navio sejam baixadas para aproveitar o vento vindo de uma tempestade. O Essex está em rota de colisão com ela. Em uma sequência empolgante, o Essex quase afunda se não fosse o pensamento rápido e agilidade de Chase junto ao seu segundo imediato e amigo de infância Matthew Joy (Cillian Murphy, o Espantalho da saga do Cavaleiro das Trevas).
Assim em alto mar, começam sua caçada às baleias. Daí temos a primeira experiência de Nickerson com elas. Sendo o membro mais baixo da tripulação, entra no interior de uma baleia para obter o tão estimado óleo. O Essex passa quase um ano, sem grande sucesso. Rumam para o ponto mais distante da Terra. Após atracarem em um porto, ouvem a história sobre um local que as baleias estão em abundância. Mas que são protegidas por uma enorme baleia branca. Mesmo assim, a tripulação do Essex vai até lá e descobrem que a história é verdadeira. O navio é destruído e seus sobreviventes passam o inferno por mais de 90 dias em alto mar.
Onde a loucura, a fome, o medo e o canibalismo fazem parte de seu cotidiano até conseguirem serem salvos de sua sina. Esta é a trama básica de “No Coração do Mar”. Muito bem descrita na conversa entre Nickerson e Melvile. Onde ele mostra toda sua dor ao relatar o que houve, em especial quando estavam perdidos no oceano. E Melville dizendo a ele tem dúvidas sobre seu talento. Mesmo sendo um autor de sucesso, se questiona se será um escritor tão relevante quanto o colega de escrita Nathaniel Hawthorne. Nickerson disse a ele que prefere Hawthorne.
O
carisma de Hemsworth nos dá a
dinâmica do filme. A promessa para a mulher que voltará vivo da viagem, o
entusiasmo ao trabalhar no mar, as diferenças com o capitão George e por não se
deixar a abater pela situação. Mostra perseverança aos seus comandados. Em
especial, Nickerson. Seu comprometimento no papel é exemplar. A partir do momento que os tripulantes sobreviventes do Essex, perdidos em meio à vastidão do mar, entrou num dieta e nem de longe lembra a virilidade do Deus do Trovão do Universo Cinematográfico Marvel.
Com Howard exemplificando bem a eterna
batalha entre o homem e a natureza. Onde não devemos brincar ou tentar
domina-la. Os momentos com a grande baleia branca demonstram isso. Desde a excepcional sequencia da caça e posteriormente, com os sobreviventes do Essex tentando voltar para casa nos botes salva-vidas bem avariados. Agora o jogo virou, ela está no encalço deles. Para complicar estão sem mantimentos e água potável. Mas sim, trabalhar junto a ela para termos um equilíbrio no ambiente
em que ambos vivemos. “No Coração do Mar” foi baseado no
livro escrito de mesmo nome por Nathaniel
Philbrick.
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