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O Documentário "COBAIN: MONTAGE OF HECK"

A vida do líder do Nirvana, Kurt Cobain nunca foi um mar de rosas. Com uma personalidade controversa. Conhecido por ser uma pessoa reclusa e não gostar de estar na frente das câmeras dos paparazzis. Estreou no canal por assinatura HBO em maio deste ano e a rede Cinemark no último final de semana fez sua exibição ao grande público, o documentário “Cobain: Montage of Heck (2015)”. Produzido pelo canal e dirigido por Brett Morgen. Este levou oito anos para fazê-lo, pois teve acesso irrestrito aos arquivos da família. Constitui de 200 horas de canções inéditas, áudio e filmes caseiros, material de quando Kurt resolveu ser pintor artístico e mais de 4.000 páginas de seus diários pessoais.





Contendo desenhos e rascunhos de letras. Agora vemos a vida dele contada em detalhes. O sentimento de estar muito próximo a Kurt, vendo sua fragilidade e ao mesmo tempo força de vontade para alcançar seus objetivos. Sem abrir mão de sua integridade. Em formato cronológico, vemos os pais de Kurt, Don Cobain e Wendy O’Connor, falando de sua relação até o casamento e o nascimento do filho. Um garoto hiperativo e que se abateu muito com a separação deles quando jovem. Abalado, ele vai morar com o pai, onde este se casou novamente e constituiu uma nova família. Don e a madrasta Jenny comentam o fato. Não se adaptando a nova rotina, Kurt se muda e vai morar com os avós.

E depois com tios até voltar para a casa da mãe. Já instalado, começa um novo inferno pessoal na escola. Onde não quer estudar e busca refúgio na maconha. De modo criativo, Morgen aproveita o material e utiliza o diário de Kurt junto as suas ilustrações como uma animação. E a narração feita pelo próprio, que gravava tudo o que fazia. Em entrevista, ele disse que se inspirou no filme “Pink Floyd: The Wall (1981)” para fazer esta parte do documentário. Contando com depoimentos de pessoas próximas a Kurt, vemos o crescimento de sua criatividade artística e a rebeldia crescente com o sistema. Em especial, pelo governo Ronald Reagan. Teve acesso ao punk rock através do amigo Buzz Osborne, líder do The Melvins, que lhe gravou uma fita com músicas dos Stooges, por exemplo. 

Daí um pulo para a formação do NirvanaKurt trabalha como zelador e se relaciona com Tracy Malander, seu primeiro grande amor. Ela conta que ia trabalhar e Kurt ficava em casa, compondo ou pintando. Daí vemos o embrião da canção “Been A Son” e outros futuros sucessos da sua carreira. Surgimento da amizade com Krist Novoselic, baixista do Nirvana. Onde este fala sobre a obstinação do parceiro em se tornar um artista de sucesso. Seu empenho contínuo em se aprimorar como musico e compositor. E como se abatia com as críticas negativas sobre o grupo. Ao mesmo tempo, a raiva sentida por isso que era extravasada nas letras de suas canções.O primeiro contrato com uma gravadora, a independente Subpop, o rompimento com Tracy e a nova formação da banda, com Dave Grohl nas baquetas. E mais tarde, o sucesso mundial de público e crítica com o single “Smell Like a Teen Spirit”.


Junto ao disco que mudou a história da música nos anos 90, “Nevermind (1991)”. E o movimento musical que ficou conhecido como “grunge”, com bandas como Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains. A crescente popularidade do Nirvana incomodava e fascinava Kurt. Deslumbrado com as facilidades conseguidas com sucesso e junto a isso, se sentindo pressionado para mantê-lo. Isso é visto nas entrevistas e depoimentos ao longo da película. Até que ele conhece Courtney Love e isso torna tudo mais complicado ainda. Uma figura controversa, Courtney também chama atenção pelo comportamento fora dos padrões. Junkie total é a alma gêmea de Kurt. Os abusos com álcool e drogas foram devidamente documentados e visto pela primeira vez mundialmente. 


E confirmado pela própria Courtney, o boato que estava usando heroína quando engravidou de Kurt. Bem como durante a gestação. Em depoimento, ela fala abertamente sobre isso. O nascimento da filha Frances Bean Cobain e como Kurt se sentia realizado por ser pai. Isso bem ilustrado com uma versão gravada por ele de “And I Love Her” dos Beatles. Uma sequência que vai aflorar o sentimento de saudade. Vemos a passagem do Nirvana em nossa terra brasilis. Quando participaram do finado festival Hollywood Rock em janeiro de 1993. Lá temos dois momentos que ficaram gravados na memória. No show em São Paulo, Kurt aparentemente alterado (drogas e álcool) mudou os arranjos das músicas e tocou covers inusitados como “Rio” do Duran Duran. Já no Rio de Janeiro, ele cuspiu nas câmeras de TV e simulou sexo oral em uma delas.


Até chegarmos ao momento determinante de “Montage of Heck”, a última aparição pública no Acústico MTV. E a overdose de Kurt, quando este estava em turnê com o Nirvana pela Itália. A justificativa para o ato seria uma traição de Courtney Kurt descobriu. Ela diz que realmente aconteceu um flerte, mas que não foi adiante. Que já havia pensado em ficar com outras pessoas, mas que nunca o fez. O respeito ao marido, era fiel a ela. O saldo final é positivo. Morgen não tenta justificar e/ou quebrar o mito criado em cima da persona de Kurt. Relata fatos que podem ajudar a compreendê-la melhor. Um retrato sincero sobre uma pessoa que desejava ser algo mais do que parecia ser.


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