Nos
dias de hoje, é muito difícil ver um método de trabalho como visto no último
filme de Richard Linklater,
responsável pela saga romântica do casal Jesse & Celine em “Antes do Amanhacer (1995)”, “Antes do Por do Sol (2004)” e “Antes da Meia-Noite (2013)”. Sem
esquecer o cultuado “Escola do Rock
(2003)” com Jack Black. Agora ele nos traz a história do jovem Mason.
Acompanhando desde seus seis anos de idade até atingir os dezoito e entrar na
faculdade. Ele é interpretado pelo estreante Ellar Coltrane. Como seus pais, o parceiro de Linklater Ethan Hawke e Patricia Arquette, Mason sênior e Olivia respectivamente. E sua
filha Lorelei Linklater como a irmã
do jovem Mason, Samantha.
Ele
foi rodado num espaço de 12 anos, onde Linklater
reunia seu elenco e equipe de filmagem nos intervalos de seus outros filmes e
de acordo com a agenda de todos os envolvidos. Assim vemos o crescimento de
Mason quando começa sua vida escolar ao som de “Yellow” do Coldplay e ao mesmo tempo, seus questionamentos sobre os
estudos e a vida em família. Contando a isso, a influência da cultura pop
passando por games, livros e filmes. Até o momento de ir para a faculdade e
tendo como tema musical “Get Lucky”
do Daft Punk.
Percebe-se que há uma marcação cronológica dos eventos vividos por Mason, de acordo com a excelente trilha sonora montada por Linklater. Com a visão de seu personagem sobre suas dúvidas, a convivência com a família e como ela vai se complicando com o passar do tempo. O relacionamento com amigos e meninas que mais se tornam suas namoradas ou são somente paixões platônicas. Em determinado momento, o desenrolar das cenas se sucedem de modo tão natural que parece estarmos vendo um documentário. Isso se deve ao excelente trabalho de Linklater nos diálogos de seus atores. Sendo o destaque principal, o elenco sintonizado com as mudanças vividas por Mason.
Especialmente Patricia Arquette, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante deste ano. Seu trabalho foi reverenciado por todos e merecedora de todos prêmios que recebeu por uma atuação que beira a perfeição como a mãe de Mason. Onde transpareceu toda a carga emocional do papel. Isso se deve também aos seus parceiros de cena Hawke, Lolerei e Ellar.
“Boyhood”
cativa pela sua simplicidade ao contar a história de um menino que cresce sem
grandes reviravoltas ou ser apelativo ao retratar suas emoções seja nos bons e
maus momentos vividos. Mesclando seu cotidiano com os eventos externos (O
ataque das Torres Gêmeas e a candidatura de Barack Obama, por exemplo) que
acontecem à sua volta e qual será seu significado no decorrer de sua vida (determinante
ou apenas uma lembrança).
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