Jornadas
individuais em busca da chamada “paz de
espírito” e amadurecimento, onde desejam isolamento total da sociedade, não
é exatamente uma novidade no cinema. Um exemplo mais recente é “Na Natureza Selvagem (2007)” de Sean
Penn. Agora é a vez de Reese Witherspoon
(Oscar de Melhor Atriz por “Johnny &
June, 2005”) fazer sua caminhada pessoal para se descobrir e apaziguar os
demônios internos. É isso que vemos na adaptação da autobiografia de Cheryl Strayed,
“Livre: A Jornada de uma Mulher em Busca
do Recomeço (Wild: From Lost to Found
on the Crest Trail, 2012)”. Uma mulher machucada pela vida. Onde era
viciada em droga e álcool, separou do amor de sua vida e nunca superou a morte
da mãe, com quem tinha uma relação muito forte.
Então
decide mudar seu rumo. Fazer uma caminhada pela fronteira do México até chegar
ao Canada pela Pacific Crest Trail, uma das trilhas mais sinuosas nos Estados
Unidos. Whiterspoon faz seu alter
ego e sendo dirigida por Jean-Marc
Vallée de “Clube de Compras Dallas
(2013)”. A película se chama “Livre (Wild, 2014)”. O livro foi adaptado pelo celebrado autor inglês Nick Hornby. O desafio individual de
Cheryl está apenas começando, são mais de 1.770 quilômetros da trilha percorrida.
Em meio a flashbacks durante o percurso de Cheryl. É neles que vemos sua vida
tortuosa, no uso de drogas pesadas e bebendo até não aguentar mais. E transando
loucamente com qualquer um que troque olhares com ela.
A cada
percalço imposta pela natureza, ela recorta da mãe Barbara “Bobbi” Greyr (Laura Dern de “A Culpa é das
Estrelas, 2014”). Indo da infância até quando se forma na faculdade. Uma
relação marcada pelo grande amor entre elas. Em meio a isso, temos momentos de
pura graça. Onde Cheryl não acostuma à vida selvagem, se assusta com qualquer
barulho na escuridão da floresta, compra artigos em excesso e errados para
acampar e expressa sua felicidade ao encontrar outra pessoa fazendo o mesmo que
ela.
Assim Reese Whiterspoon volta a fazer um
grande trabalho em cena. Desde “Johnny
& June” têm feito filmes de pouca expressão e com raros acertos, como “Água para Elefantes (2011)”. Merecendo
sua indicação para o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama e mais recentemente
para o Oscar deste ano. Junto a Laura
Dern, que faz sua mãe Bobbi, indicada para o Oscar de Melhor Atriz
Coadjuvante. O diretor Vallé mostra
os altos e baixos da personagem junto ao bom roteiro escrito de Hornby, onde se vê Cheryl superando os
próprios limites (físicos e psicológicos) para atingir seu objetivo final em se
tornar um ser humano melhor e livre de seus demônios pessoais.
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