No final dos anos 80,
mais precisamente em 1988, os Estados Unidos foram abalados com uma história,
no mínimo, assustadora. Um industrial vindo de uma família abastada que lucrou com
a guerra civil americana com a venda de munição e consolidou sua fortuna
através da indústria química.
Estamos falando de John
Du Pont, magnata que apoiava e nutria uma paixão por esportes, em especial,
pela luta greco-romana. Onde abriu um centro de treinamento, no local que dá
nome à película, “Foxcacher: A História
que Abalou o Mundo (Foxcatcher, 2014)”. Conhecido também pela sua
excentricidade, Du Pont cometeu um ato de loucura e assassina um dos lutadores
do centro, o medalhista olímpico Mark Schultz.
Este é o mote do mais
recente trabalho de Bennett Miller
(“Capote, 2005” e “Moneyball: O Homem que Mudou o Jogo, 2011”) com o comediante Steve Carell encarnando Du Pont e o
novo galã do cinema atual Channing Tatum é Schultz. E junto a eles temos o incrível Hulk Mark Ruffalo como irmão de Mark, o também medalhista David
Schultz. Sendo também seu treinador.
O filme foca na relação
de Du Pont e Mark. Em uma iniciativa própria, ele decide abrir o centro de treinamento na propriedade
da família e procura a ajuda de Mark, campeão em 1984 e desde então em
decadência, para seleção de candidatos e assim conquistar a medalha de ouro nos próximos jogos olímpicos de Seul. Enxergando no convite de Du Pont, uma chance de se reerguer no esporte.
Aos poucos, a relação
entre eles se mostra opressiva. Onde Mark vê seus ideais sendo esmagados pela
personalidade de DuPont, que tem o desejo pessoal de firmar no esporte como um
grande empreendedor.
Da amizade para um
doentio jogo psicológico entre eles. Com a troca de olhares e ofensas que chega
a um nível inimaginável. Mesmo com Dave tentando apaziguar a situação. Assim
rola trama de “Foxcatcher”, onde o
diretor Bennett Miller tenta mostrar
até onde a obsessão norte-americana pode chegar. O sucesso a qualquer preço.
Não importando o quanto pode prejudicar o individuo. Ao mesmo tempo, certo
narcisismo dos envolvidos com cada passo conquistado.
A interpretação do trio
é o que mais impressiona. Com Carell,
apesar da pesada maquiagem, encarna seu DuPont de modo convincente. Dando a
noção exata de como seu personagem era uma pessoa dotada de certos desvios
psicóticos. Já Tatum, fora a desenvoltura física como lutador, seu desempenho
dramática exibe toda a truculência e o sentimento de raiva de Mark pelo momento
vivido. Ruffalo,
competente como sempre, o ponto de referencia e equilíbrio do irmão, destacando
também sua boa forma física.
“Foxcatcher” conta com a participação mais que especial de uma das
damas do cinema mundial, Vanessa
Redgrave. Como Jean, a matriarca da Dinastia DuPont, uma forte influencia
na vida do filho John. E a sempre bela Sienna Miller como Nancy, a esposa de
David.
A película conseguiu quatro indicações ao Oscar deste ano para Melhor Diretor (Bennett Miller), Melhor Ator (Steve Carell), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo) e Melhor Maquiagem.
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