Dando
continuidade a analise sobre os filmes de guerra na tela grande iniciada no
ultimo post. Aqui vamos mais a fundo sobre o tema que fascina a todos e quem
faz também. Desde que o cinema é cinema, o tema “guerra” sempre chamou
atenção do grande público. Nem que seja meramente citado em filmes recentes
como “Wolverine Imortal (2013)” até aqueles que descrevem o horror
vivido por quem estava em pleno campo de batalha como em “O Mais Longos dos Dias
(1962)” até “O Grande Herói (2013)”.
Vamos discutir alguns deles citados no post anterior. Os produtores de Hollywood aproveitaram melhor o tema no final dos anos 50 e na década de 60. Em especial, a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Após o fim dela, tivemos filmes clássicos como “A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, 1957)” dirigido por David Lean (“Lawrence da Arabia, 1962”) e estrelado por William Holden, Alec Guiness & Jack Hawkins.
PONTE DO RIO KWAI
Baseado
no romance escrito por Pierre Boulle, que conta a história de um grupo de
prisioneiros ingleses em um campo de concentração dominado por japoneses, que
são encarregados de construir uma ponte em plena selva para atravessar o rio
Kwai (Tailândia) por trem. Para admirar o campo, temos o coronel Saito (Sessue Hayakawa). “A Ponte do Rio Kwai” ganhou sete estatuetas do Oscar incluindo
Melhor Filme, Diretor (Lean) e Ator (Guiness).
Nos
anos 60, tivemos “O Mais Longo dos Dias (The Longest
Day, 1962)”, que conta com detalhes a invasão dos Estados Unidos junto
às forças aliadas nas praias da Normandia, que ficou conhecida como o “Dia D (06.06.1944 às 00:15hs)”. O inicio
do fim do domínio nazista pela Europa e consequentemente da Segunda Guerra.
Contando com um elenco estelar, onde temos o eterno cowboy John Wayne, Henry Fonda,
Richard Burton, Mel Ferrer, Peter Lawford
e um ator escocês que no mesmo ano se tornaria o agente secreto com licença para matar no cinema, Sean Connery.
Dirigido por Ken Annakin,
responsável pelas filmagens com atores ingleses; Andrew Marton, responsável pelos americanos; Bernhard Wicki, pelos alemães e o produtor Darryl F. Zanuck, que os auxiliou e não foi creditado por isso. O
filme ganhou os Oscars de Melhor Fotografia e Efeitos Especiais. Destacando que
“O Mais Longo dos Dias” foi filmado
em preto & branco. Apesar de já haver o recurso de filmar em cores, o fator
PB deu mais realismo e impacto as sequências.
O MAIS LONGO DOS DIAS
Em
1963, tivemos “Fugindo do Inferno (The Great
Escape, 1963)”. Baseado em uma historia real, onde prisioneiros de
guerras, soldados aliados, estavam presos em um campo de concentração nazista
onde tentam escapar de lá. O campo em questão é Stalag Luft III, considerado um
dos mais seguros e com capacidade para 250 pessoas.
Com os míticos Steven McQueen,
James Garner, Donald Pleasence, Charles
Bronson, James Coburn & Richard Attenborough (o John Hammond da saga
Jurassic Park de Steven Spielberg), contam esta história fascinante dos tempos
de Guerra. O filme é marcado pela sequencia antológica da perseguição de moto
com Steven McQueen. "Fugindo do Inferno" foi dirigido por John Sturges.
FUGINDO DO INFERNO
Já nos anos 70, foram feitos filmes como forma de reflexão e/ou biográficos.
Como “Patton: Rebelde ou Herói? (Patton,
1970)” com George C. Scott em
uma atuação arrasadora, que inclusive lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator daquele
ano. Como o mitológico general americano em suas ações na Segunda Guerra, que
foram confundidas como atos de puro brilhantismo estratégico e rebeldes. O
filme foi dirigido por Franklin J.
Schaffner de “Papillon (1973)”. Onde também foi ganhador do Oscar de Melhor
Diretor e outras cinco estatuetas.
PATTON
Em 1977, ano de “Guerra nas Estrelas” e “Contatos Imediatos de Terceiro
Grau”, tivemos “Uma Ponte Longe Demais
(A Bridge Too Far, 1977)”. Dirigido por Richard Attenborough com uma história que se baseia numa ação
militar “Operação Market Garden”. Onde os aliados em uma tentativa desesperada
tentam dominar várias “pontes” nos Paises Baixos dominados pelos alemães na
Segunda Guerra. Com um elenco recheado de estrelas como sir Laurence Olivier, Dirk Bogarde, Michael
Caine, Gene Hackman, Sean Connery, Ryan O’Neal, James Caan, Robert Redford,
Maximilian Schell, dentre outros.
UMA PONTE LONGE
DEMAIS
Mais
tarde, surgiram “O Franco Atirador (The Deer
Hunter, 1978)” e “Apocalypse Now (1979)”. Que
vislumbravam a guerra que todo americano não gosta de lembrar. A do Vietnã. O
primeiro conta a história de um grupo de amigos, que fazem parte Robert De Niro e Christopher Walken (ganhador do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante da
época), que lutar no Vietnã e quando retornam para casa, são atormentados pelas
lembranças dos horrores vividos na guerra. Dirigido por Michael Cimino (“O Portal do
Paraíso, 1980”).
O FRANCO ATIRADOR
Sua
principal sequencia é quando De Niro
& Walken estão presos em uma prisão vietnamita, onde são obrigados a
fazer “roleta russa” para entreter os
soldados inimigos. “Roleta Russa” é o
ato de colocar uma bala no tambor do revolver que é fechado e girado. Logo
após, ele é colocado na cabeça e dar o tiro. Um jogo de azar. Se o tambor
estiver vazio, passa para o próximo jogador tentar a sorte. A película levou
também para os Oscars de Melhor Filme, Diretor (Cimino) e mais duas estatuetas.
Já o
segundo, foi dirigido pelo poderoso cineasta Francis Ford Coppola. Onde adapta o romance escrito por Joseph
Conrad, “O Coração das Trevas” e o
levou para o meio das selvas do Vietnã para contar sua própria versão da guerra.
Onde temos o capitão Benjamin Willard (Martin
Sheen) com a missão de assassinar o coronel Kurtz (Marlon Brando) que supostamente enlouqueceu em meio à luta e
cometendo verdadeiras barbáries contra os inimigos e em seus próprios
comandados.
“Apocalypse Now” conta com a
participação de Robert Duvall e Dennis Hooper. O filme é marcado pela sequencia onde o personagem vivido por Duvall resolve
surfar em uma lagoa meio ao bombardeio de Napalm, feitos pelos helicópteros americanos
na selva vietnamita. Ao som de "Cavalgada das Valquírias" de Vagner. Resultando numa das sequencias mais antológicas da sétima arte.
APOCALYPSE NOW
Os anos 80 foram marcados pelos filmes do cineasta Oliver Stone sobre sua experiência na
Guerra do Vietnã em “Platoon (1986)”,
onde conta a própria história no personagem encarnado por Charlie Sheen (sim, ele é um dos dois homens & meio) e a influência
de seus comandantes de campo, os sargentos feitos por Tom Berenger & Willem Dafoe. Stone
no dá um retrato único da convivência dos soldados em meio ao calor e as chuvas
constantes no local bem como o conflito interno do porquê está lá dando sua
vida para uma batalha que já se mostra perdida.
PLATOON
Em
1989, ele trouxe para telona “Nascido em 4 de Julho (Born in 4th of July, 1989)”. A
história do soldado Ron Kovic que ficou paraplégico ao levar um tiro acidental
na coluna. Dando uma visão do ideal americano de justiça e liberdade, que levou
jovens como ele e Kovic na época para uma luta que se mostraria mais vergonhosa
do que gloriosa. Para fazer Ron, Stone
chamou Tom Cruise, que nos traz uma
performance primorosa que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator
daquele ano.
NASCIDO EM 4 DE JULHO
Conhecida como a Trilogia do Vietnã, Stone encerrou com o drama “Entre
o Céu & a Terra (Heaven and Earth, 1993)”, onde o soldado Steve Butler
(Tommy Lee Jones, o K da franquia MiB –
Homens de Preto) resolver levar uma mulher vietnamita que conheceu em uma vila, para casa e viverem juntos.
ENTRE O CÉU & A
TERRA
Em meio a isso, tivemos “Império do Sol (Empire of the Sun, 1987)” do mago Steven Spielberg. Que levou as telas à história de Jim Ballard em sua infância na China ocupada pelo Japão na Segunda Guerra Mundial. A película revelou o talento do então garoto Christian Bale para o mundo.
IMPÉRIO DO SOL
Nos anos 90, Spielberg nos
trouxe “A Lista de Schindler (The
Schindler’s List, 1993)”. A história real do empresário Oskar Schindler que
ajudou a libertar seus operários judeus do Holocausto da Segunda Guerra.
Estrelado pelo cavaleiro jedi Liam Neeson como Schindler, o Gandhi Ben Kingsley
e um Ralph Fiennes em começo de carreira, é um sádico oficial nazista.
A LISTA DE SCHINDLER
Em 1998, o mesmo Spielberg revolucionou
o jeito de fazer filmes de guerra com “O
Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, 1998)”. Tendo como plano de
fundo o “Dia D” em uma sequencia de abertura arrasadora. Onde temos uma
sensação mais real e presencial no campo de batalha. E sem a utilização de
efeitos visuais digitais. Onde o camaleão Tom Hanks faz o capitão John Miller e
tem a missão de resgatar o soldado James Ryan (o Jason Bourne Matt Damon). Já que
seus três irmãos foram mortos em batalha.
O RESGATE DO SOLDADO
RYAN
A partir daí, seguindo-se uma linha de filmagem para películas do
tema. Com Spielberg junto a Tom Hanks produzindo duas series de TV
de muito sucesso sobre a Segunda Guerra Mundial. A primeira foi “Band of Brothers (2001)” que retrata a
luta dos soldados americanos ao lado dos aliados em meio ao território inimigo.
Já “The Pacific (2010)”, mostra o
trabalho da marinha americana no Oceano Pacifico após o “Dia D”.
BAND OF BROTHERS
THE PACIFIC
Outros
cineastas influenciados por Spielberg foram o mito Clint Eastwood com “A Conquista da Honra (Flag of Our Fathers, 2006)” e “Carta
de Iwo Jima (Letters From Iwo Jima,
2006)”, onde cada um retrata a visão americana e japonesa respectivamente,
sobre a invasão ao arquipélago de Iwo Jima. E Michael Bay com o sem fim “Pearl Harbor (2001)”. Mostra a
entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra com o ataque japonês à base
americana de Pearl Harbor.
A CONQUISTA DA HONRA
CARTAS DE IWO JIMA
PEARL HARBOR
Indo mais a frente, em especial após os eventos ocorridos em 11 de
setembro de 2001, o ataque terrorista às Torres Gêmeas em Nova York. Onde temos
filmes com o tema de ”Guerra contra o Terrorismo”. Como “Falcão Negro em Perigo (Black Hawk Down, 2001)” de Ridley Scott (“Gladiador, 2000”) onde a
queda de dois helicópteros Black Hawk na Somália. Em meio a uma guerra civil, onde
o governo americano mandou sua força de elite para estabelecer a ordem no país.
O melhor exemplo com essa temática, temos “Zona Verde (Green Zone, 2010)”, “Guerra ao Terror (The Hunt Locker, 2008)” e “A Hora Mais Escura (Dark Thirty Zero, 2012)”, os dois últimos foram
dirigidos por Kathryn Bigelow. Sendo
ela, a primeira mulher a ganhar o Oscar de Melhor Direção do ano por “Guerra ao Terror”. “Guerra ao Terror” conta o
cotidiano de soldados americanos em território iraquiano. Eles tem que proteger
a população local de atentados feitos por radicais e desarmar bombas caseiros ao
redor da cidade. Tem no seu elenco o gavião arqueiro Jeremy Irvine e o falcão Anthony Mackie.
GUERRA AO TERROR
Em “A Hora Mais Escura”,
vemos a caçada imposta ao terrorista Osama Bin Laden, que orquestrou o atentado
de 11 de setembro. Com a agente Maya (Jessica
Chastain de “Os Infratores, 2012”) fazendo de tudo para encontra-lo. O
filme se baseia em relatos da operação sobre a caçada à Bin Laden. E consequentemente
sua morte pelas forças militares americanas. O destaque fica para as cenas de tortura imposta pelos agentes aos
informantes poderiam saber a real localização de Bin Laden. Como na riqueza de detalhes da operação.
A HORA MAIS ESCURA
Já em “Zona Verde”, o ano é 2003. Vemos o exercito americano em Bagdá à procura de armas de destruição em massa. Dirigido por Paul Greengrass (“Capitão Philips, 2013”) e estrelado por Matt Damon. Que faz o subtenente Miller, em suas missões desconfia da confiabilidade das informações. “Zona Verde” retrata como a real verdade dos fatos pode ter várias variáveis e justificadas por uma mentira para ludibriar o grande público. Não é nenhuma lista definitiva e / ou melhores do gênero. Só alguns que marcaram este que vos escreve sobre um tema, ao mesmo tempo, fascinante e triste na história da humanidade.
ZONA VERDE
Comentários
Postar um comentário