Em cartaz na sua cidade, temos o filme “O Mestre (The Master, 2012)” de Paul Thomas Anderson, seu primeiro trabalho desde “Sangue Negro (2007)”, que contava a história de um barão do petróleo no começo do século XX em sua ascensão e queda e deu a Daniel Day-Lewis a sua segunda estatueta do Oscar de Melhor Ator daquele ano. Agora o foco é a Cientologia, religião criada pelo escritor L. Ron Hubbard que tem como base a psicoterapia com toques de hinduísmo, budismo e cristianismo.
Junto a isso, temos a história de Freddie Quell (Joaquin Phoenix de “Johnny & June, 2005”) um marinheiro que tenta reconstruir sua vida após o fim da Segunda Guerra Mundial. Traumatizado por ela e um amor do passado, se sente perdido e vira um bêbado. Assim só se mete em confusões e pula de emprego em emprego. Até que um dia resolve fugir de tudo e de todos ao embarcar em um navio. Nesse momento sua vida sofre uma virada. Conhece Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffman, Oscar de Melhor Ator por “Capote, 2005”), uma figura de muito carisma e líder de uma seita religiosa conhecida como A Causa. No começo, arredio Freddie aos poucos se rende as palavras de Dodd, acaba se influenciando por elas e se tornando seu discípulo.
“O
Mestre” não tenta desvendar os mistérios e as controvérsias que giram
em torno da Cientologia, apenas mostra como a religião pode influenciar uma
pessoa fragilizada e atormentada pelos fantasmas de um passado traumatizante. Anderson faz um trabalho onde vemos
como uma história que parece simples à primeira vista tem uma complexidade que
espanta a todos os presentes.
Isso se deve a ótima performance de seus atores. Phoenix, recuperado do surto psicótico que teve há alguns anos atrás, consegue transmitir toda a dor e fragilidade de Quell que chega a assustar. Quanto a Hoffman, o mestre do título, com uma interpretação que deixaria Edir Macedo no chinelo. Sem deixar de mencionar de Amy Adams (“As Curvas da Vida, 2012”) como a esposa de Dodd, Mary Sue, que nos traz toda a força de sua personagem.
Com
isso, eles merecem suas indicações ao Oscar deste ano para Melhor Ator, Ator
Coadjuvante e Atriz Coadjuvante respectivamente. “O Mestre” vale a ida ao
cinema, não só pela simplicidade na sua história como também pela sua
espetacular fotografia, feita por Mihai
Malaimareh Jr.. Juntamente com a bela trilha musical composta pelo
guitarrista do Radiohead, Johnny
Greenwood. Parceiro musical de Anderson
em “Sangue Negro”.
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