Está em cartaz o documentário “Raul – O Início, O Fim & O Meio (2012)” dirigido por Walter Carvalho com a colaboração de Leandro Gudel e Evaldo Mocarzel, que tentam entender a figura deste mito, não só do rock brasileiro, mas da música popular brasileira num todo. Conhecido como Raul “Raulzito” Seixas (1945 - 1989).
O documentário começa no melhor estilo “Sem Destino (Easy Rider, 1969)”, clássico filme da geração rock’n’roll dos anos 60. Com o cover oficial de Raul, Roberto Seixas pilotando sua harley-davidson pelas estradas Brasil afora intercalando com imagens do clássico do cinema. De repente, a tela fica escura e só ouvimos a voz de Raul falando sobre a vida e já de cara temos um medley de seus maiores sucessos.
A partir daí temos o relato de amigos de infância e familiares falando de como Raul se influenciou pelo rock através de Elvis Presley e seus filmes. Usando seus trejeitos, pegos nos filmes, o uso da lapela da camisa para cima e o olhar meio de lado para fazer cara de mal, sem esquecer o topete.
A partir daí temos o relato de amigos de infância e familiares falando de como Raul se influenciou pelo rock através de Elvis Presley e seus filmes. Usando seus trejeitos, pegos nos filmes, o uso da lapela da camisa para cima e o olhar meio de lado para fazer cara de mal, sem esquecer o topete.
Intercalado com imagens da época e depoimentos de Raul de como começou na música e de seus parceiros. E a primeira vez que é usado artisticamente o apelido que ele ficou conhecido até hoje, Raulzito. Com seu primeiro grupo de rock, Os Panteras em 1968.
Mostra também seu começo como produtor musical na CBS e sua insatisfação com a função, pois queria de qualquer modo exibir seus dotes como artista. Conseguindo finalmente fazê-lo com o álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez (1971)” feito em parceria com Eddy Star, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada.
Neste momento, sua carreira musical deslancha com os clássicos álbuns “Krig-Ha Bandolo (1973)”, “Gîtâ (1974)”, “Novo Aeon (1975)” e “Eu Nasci Há Dez Mil Atrás (1976)”. A formação da parceira com Paulo Coelho é o depoimento mais esperado do filme. Onde Coelho falando que a relação entre eles era como um casamento, com seus altos e baixos. Que introduziu as drogas para Raulzito e se sente culpado pelo fim do primeiro casamento dele com Edith.
A relação com familiares de Raulzito é o momento mais emotivo da película. Onde Edith se recusa a relatar sua vida com ele, pois considera um capítulo a ser esquecida da sua vida e manda uma carta via Skype lida pela filha que ela teve com Raul. Esta por sinal não tem qualquer tipo de lembrança dele. O depoimento das ex-esposas Glória e Kika Seixas são fortes e contundentes. Assim como de suas outras companheiras, Tania Menna Barreto e Lena Coutinho.
Vemos também o final de sua carreira, com o ostracismo vivido por ele no início dos anos 80. Onde as gravadoras não queriam trabalhar com ele e consequentemente seu declínio físico devido ao abuso de bebidas alcóolicas. Seu ressurgimento com shows ao lado de Marcelo Nova, recém-saído do Camisa de Vênus em 1988. Até o fatídico dia 21 de agosto de 1989.
O filme não tenta desmistificar o mito Raulzito e sim mostra como foi sua vida, tanto artística como pessoal, como elas se misturam em suas canções. E que no fundo, ele era um ser humano como nós. Mas com um dom de inspirar a todos como sua poesia e atitude.
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