Temos em cartaz em nossas salas de cinema, o que deve ser o grande ganhador do Oscar deste ano e talvez a maior surpresa do último ano. “O Artista (The Artist, 2011)” dirigido pelo francês Michel Hazanavicius conta a história de uma época clássica do cinema em que tudo o que víamos na tela grande eram apenas gestos e expressões faciais que nos passavam alegria e tristeza. Mais tarde, isso mudaria totalmente com a adição do som e da fala nos filmes. E como os atores da época se adaptaram a esta nova realidade.
Este é o mote para a história de um astro fictício do cinema mudo chamado George Valentin, interpretado por Jean Dujardin, vivendo o auge de sua carreira. E não se preocupando com o seu futuro artístico. Daí surge Peppy Miller, feita por Bérénice Bejo, no começo uma fã de Valentin, mais tarde sendo descoberta e se tornando uma atriz de sucesso do “novo” cinema. Ao mesmo tempo, o produtor de seu estúdio o alerta sobre esta transformação na sétima arte e que não produzirá mais filmes mudos e sim sonoros, por ser o que está atraindo o público agora. O seu elenco conta também com a participação dos veteranos, John Goodman (“O Grande Lebowski, 1998”), Malcolm McDowell (“Laranja Mecânica, 1971”) e Penelope Ann Miller (“O Pagamento Final, 1993”).
Não se importando com isso, Valentin larga o estúdio e produz um filme por conta própria. Isso ocorre com a ascensão artística de Peppy e a consequente decadência de Valentin. “O Artista” não é um filme mudo em sua essência e sim com uma bela trilha musical composta por Ludovic Bource, que inclusive foi indicada ao Oscar de Melhor Trilha Sonora Musical deste ano. Como também de caras e bocas e gestos que mostram felicidade e tristeza de um modo que nos leva a uma era esquecida nos dias de hoje.
O melhor exemplo disso é a participação do cão terrier Uggie (parceiro de Valentin em seus filmes) em um dos melhores momentos da película. Ele foi filmado a cores e depois convertido para preto-e-branco digitalmente, para melhor controle dos contrastes na imagem. O filme traz várias referências de filmes como “Cidadão Kane (1939)” e “Cantando na Chuva (1952)”. “O Artista” nos faz lembrar também como era fazer cinema naqueles tempos e relembrando artistas como Charles Chaplin e Buster Keaton.
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