A pandemia do novo coronavírus fez que o mundo do entretenimento se reinventasse. Sem poder trazer o grande público para as arenas e palcos ao redor do globo, artistas tiveram que abrirem suas casas e se apresentarem. Seja na sua sala de estar ou seus quartos. O tempo enclausurado fez com que músicos produzissem em estúdio, novos trabalhos para ocupar o tempo. Já que estavam impossibilitados de viajar pelo mundo e tocar nas mais diversas praças.
Um
exemplo é o grupo de Las Vegas (Nevada, EUA), The Killers. Que no auge da pandemia, tiveram que adiar os planos
de uma turnê mundial e retardar o lançamento do álbum “Imploding The Mirage” programado para maio de 2020 e saindo em
agosto do mesmo ano. Para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2020/08/the-killers-retornam-com-imploding.html.
Agora com a situação de normalizando mundo afora, tudo relacionado às artes
está sendo retomado. Salas de cinema, exposições e parques sendo abertos com
limite de pessoas e normas de higiene.
Assim, o carismático vocalista Brandon Flowers ao lado do descontraído batera Ronnie Vannucci Jr. aproveitam para soltar o novo álbum do Killers, “Pressure Machine (2021)”. Lançado em agosto deste ano e chegando em nossa terra brasilis. Contando com o retorno do guitarrista Dave Keuning e a saída de Mark Stoermer (contrabaxo), que preferiu cumprir as normas de distanciamento social impostas pela Covid 19. Aqui eles repetem a parceria com os produtores de “Imploding The Mirage” Shawn Everret & Jonathan Rado.
“Pressure Machine” relatam o cotidiano das pessoas que vivem do sudoeste norte-americano. No condado em torno de Nephi, cidade de natal de Brandon. Aqui ele se inspirou o que viveu ao lado dos pais. Lembrando quando o pai acordava às três horas da manhã para trabalhar e fazia tudo para não acordar ninguém. A mãe relembra: “Era como se fosse um ratinho”. Garantindo que não ouvia nada. Flowers comentou sobre o isolamento: “Tudo parou de funcionar. Foi a primeira vez em muito tempo que me deparei com o silêncio. E desse silêncio, esse disco começou a florescer, cheio de canções que de outra forma seriam muito baixas e abafadas pelo barulho de discos típicos do The Killers”.
As
canções de “Pressure Machine” refletem sobre o dia a dia em Nephi e as
lembranças de Brandon a respeito. Amigos
de infância, pessoas que conheceu e o marcaram, comentou: “Muitas lembranças de meu tempo em Nephi são ternas. Eu tenho mais
compreensão agora do que quando começamos a banda. E espero que eu seja capaz
de fazer justiça a essas histórias e vidas nesta pequena cidade em que cresci”.
Assim o álbum ganha um tom mais reflexivo e intimista ao contrario da
sonoridade característica da banda.
Flowers traz a dor, o vazio e a solidão de
morar em uma cidade com mais doze mil quilômetros quadrados que fica num espaço
sem fim, com nada a sua vista. É o que discute a faixa de abertura “West
Hills”. A tragédia se faz presente em “Quiet Town”, relata a
morte de um jovem casal atropelado por um trem que cruza Nephi. As acústicas “Terrible
Thing” e “Cody”, que trazem como referencia “Nebraska (1982)” do Boss Bruce Springsteen. Delicadas e letras
dolorosas, na ultima Dave faz um
solo inspirado e emotivo. Em “Sleepwalker”, um leve ar de
otimismo. “Runaway Horses”, lindo dueto com Phoebe Bridgers, no melhor estilo voz & violão. “In
The Car Outside” e “In Another Life”, canções padrão Killers.
Em “Desperate
Things”, temos um policial que se apaixona por uma mulher que sofre
maus tratos do marido violento. E por isso, o mata. Brandon interpreta sua letra como um contador de historia no melhor
estilo The Boss Springsteen. A faixa título “Pressure Machine” e “The
Getting By” encerram a jornada de Flowers
sobre Nephi. Entre momentos pessoais e de seus moradores, é uma reflexão sobre
a aridez de uma vida e as poucas alternativas que apresentam “naquele momento”. Sendo você determinante para a própria história e
ainda consegue abrir o leque musical do grupo.
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