Há cinquenta anos, um fenômeno acontecia nas salas de cinema na terra do tio Sam. Um filme feito em pleno mar nas mais adversas condições, criou o termo que se tornou a marca registrada no entretenimento cinematográfico, “Blockbuster”. Traduzindo “arrasa-quarteirão”, quando um filme leva multidões que chegam a virar as esquinas do torno das salas. Assim temos o suspense com ares de aventura “Tubarão (Jaws, 1975)”. Dirigido pelo mago Steven Spielberg, que se baseou no best seller homônimo escrito por Peter Benchley. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2015/08/tubarao-por-peter-benchley.html. Voltando ao filme, em 2025 é celebrado os 50 anos de seu lançamento.
Assim temos o documentário “Tubarão aos 50: A História Definitiva (Jaws at 50: The Definitive Inside Story, 2025)”. Dirigido por Laurent Bouzereau, que realizou “A Música de John Williams (2024)”, nos traz os bastidores da produção da película que fez história na sétima arte. Desde sua concepção até o caótico set de filmagem. Que relatam o atraso e o estouro do orçamento. Que levaram o então jovem cineasta à exaustão física e emocional ao seu final. O próprio relata que teve medo de ser o fim de sua breve carreira. Contando com depoimentos atuais e da época, Spielberg comenta que estava avido por um novo projeto.
Já que havia feito o thriller “Encurralado (1971)” e o road movie “A Louca Escapada (1973)”, foi ao escritório de David Brown e Richard Zanuck. Lá viu numa pilha de roteiros a serem avaliados, o de “Tubarão”. A dupla de produtores tinha conseguido os direitos de filmagens e estavam na sua pré-produção. Entra em contato com eles, diz estar interessado em dirigi-lo. Mas respondem que já contrataram alguém. Mesmo assim, ele se manteve interesse. Passado certo tempo, eles retornam sua ligação, informando o diretor contratado foi dispensado e ele ainda queria faze-lo. Na hora, responde positivamente.
Dai é o começo da história. Em meio a isso, Benchley preparava a adaptação do seu livro. Sua esposa Wendy e familiares contam como ele o escreveu. Apesar de ter nascido em Nova York, foi criado e cresceu numa cidade litorânea como a fictícia Amity. Por isso, ele ficou fascinado por tubarões. Pesquisando a respeito e se tornou uma autoridade no assunto. E o ao ver o documentário “Água Azul, Morto Branco (1971)” sobre tubarões brancos, inspirou Peter a escrever o livro. Daí o estúdio correu para dar inicio às filmagens.
O desenhista de produção Joe Alves foi chamado para dar vida ao grande tubarão branco. E teve toda autonomia para contratar sua equipe. Entre eles Robert “Bob” Mattey. Um especialista em efeitos visuais mecânicos, este é o pai do “Tubarão”. Entre seus trabalhos mais conhecidos, temos o clássico “20 Mil Légolas Submarinas” de 1954. Enquanto isso, Spielberg já no set, percebe que não seria tão fácil como imaginava. Para manter sua visão, optou por conduzir a produção em alto-mar. E a escolha para filmar em terra firme, a cidade escolhida foi Martha’s Vineyard (Massachusetts). Eles destacam a participação da população local em pequenos papeis. Estes retribuem o carinho até hoje.
O roteiro enfrentava problemas, já que Benchley não tinha experiência no assunto. Por isso, foi chamado Howard Sackler para ajudá-lo, e Carl Gottieb para lapida-lo. este um velho amigo de Spielberg. Enquanto isso, a produção sofria com atrasos devido as condições do tempo e do mar. Mas todos relatam sua resiliência e convicção que iam conseguir terminar o filme. Ele comenta, quando sozinho, exibia toda sua insegurança. Chegando a ligar para a mãe. O medo de ser despedido e não conseguir mais fazer o que tanto ama.
Diz que isso lhe trouxe problemas emocionais, como ataques de pânico. Daí vemos o grande cineasta que ele é. Todos comentam como a antológica cena de abertura foi feita. Seu feeling em não trazer de cara, a ameaça que estava por vir. A câmera no fundo do mar, é a criatura. E o ataque à jovem, não a vemos. Apesar que nos desenhos iniciais, Benchley sugeriu que ela aparecesse. Steven foi contra e a filmou como a bem conhecemos. Ele completa que se inspirou no mestre do suspense Alfred Hitchcock. Deixando para o segundo ato, sua aparição por completo. Além de sua sensibilidade com os atores, lhe dando a liberdade artística para desenvolverem seus personagens.
Como o monólogo do veterano Robert Shaw. A cena em que Quint (Shaw), Hooper (Richard Dreyfuss) e Brody (Roy Scheider) conversam no barco Orca sobre suas cicatrizes e sua experiência como marinheiro no USS Indianapolis. Foi feito de improviso, após pesquisarem sobre a embarcação que levou partes da bomba atômica de Hiroshima (Japão) até as Filipinas. Foi afundado por submarinos da marinha japonesa e sua tripulação atacada por tubarões. Quint foi um dos sobreviventes. O primeiro rascunho foi escrito por Sackler e revisado por John Milius. Shaw não gostou. Pediu a Spielberg se podia fazer ao seu modo, já que era escritor. Assim temos o mítico monologo que marca o filme até hoje. Para saber mais sobre o filme, comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2018/08/o-verdadeiro-tubarao-da-setima-arte.html
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