A arte dos efeitos visuais ganhou novos parâmetros quando o Criador George Lucas resolveu montar sua própria equipe para nos trazer os inovadores efeitos no primeiro filme da saga Star Wars, “Uma Nova Esperança” em 1977. Na época, não havia a tecnologia necessária para trazer o que Lucas idealizou. Assim reuniu profissionais que pudessem fazê-lo. Entre eles, John Dysktra, Richard Edlund, Phil Tippett e Dennis Muren. Na época, jovens que amavam o cinema e que na juventude construíam seus próprios cenários, naves e monstros. Daí o mote para o documentário “Light and Magic”, onde George ao lado deles criou a Industrial Light & Magic. Empresa que inovou os efeitos especiais que levou a categoria a outro nível. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2022/08/o-documentario-light-magic-essencia-do.html
Agora em 2025, temos sua segunda temporada. Dirigido por Joe Johnston, que fez parte da primeira equipe da ILM e aproveita para nos brindar com um relato emocionado de quem fez parte da história e aqueles que permanecem até hoje. Como John Knoll, que trabalhou em “Jurassic Park: Parque dos Dinossauros (1993)” ao lado de Muren e Tippett. Foi incumbido pelo próprio Lucas a ficar responsável pelos efeitos de “Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma (1999)”. Após trabalhar incansavelmente nas edições especiais da Trilogia Clássica, onde o próprio relata que Lucas nunca ficou satisfeito com a edição final. Solicitando a criação de novos de acordo com sua visão. Foi o momento que George disse a John, “Que eles já estão prontos para realizar ‘A Ameaça Fantasma’”.
Knoll comenta que todos se perguntavam quando iriam realizar um filme da saga. Mesmo sem o roteiro concluído, George lhe diz que produziriam um personagem totalmente virtual. Sem que pareça artificial e interaja com os atores. Assim surge Jar Jar Binks, o primeiro personagem criado por captura de movimentos. John com Rob Coleman e equipe conseguiram reproduzir os movimentos de seu interprete, Ahmed Best. A frase dita por George marcou Rob: “A ILM foi criada para fazer o impossível”. Após dias e dias de muito trabalho, Jar Jar se tornou realidade. A expectativa era enorme, já que foi anunciada uma nova trilogia, que conta como o jovem jedi Anakin Skywalker se torna o lorde negro da Força Darth Vader. Tanto do público quanto do pessoal da ILM.
Rob e John exemplificam como estavam preocupados em causar uma boa impressão aos fãs da saga. Mas que foram tranquilizados pelo próprio Criador, que lhes disse “a única pessoa que vocês têm que agradar sou eu”. Isso se tornou a marca registrada de Lucas. Apesar de todo seu respeito pelos fãs, ele nunca foi de fazer o tal “fan service” nos filmes da saga. Com os efeitos de acordo com sua visão, o “Episódio I: A Ameaça Fantasma” é lançado. George sempre teve a visão a frente de como o cinema podia ser melhorado tecnicamente. Para poder realizar a Prelogia, fez questão que fosse toda filmada digitalmente. Um pequeno detalhe: não havia equipamento disponível na época. Assim optou por câmeras usadas em seriados televisivos, já faziam uso desse recurso. E em parceria com a Sony, a ILM desenvolveu a primeira câmera digital.
Somada às críticas à produção de “A Ameaça Fantasma”. Especialmente as direcionadas para Jar Jar. Afetando o emocional de Ahmed. Relata que chegou a pensar em se suicidar, mas que se convenceu do contrário. Tanto ele quanto Rob, lembraram da frase dita por George: “Espere que o tempo mostrará a importância do trabalho de vocês”. Rob e Ahmed são reverenciados por todos. Isso é exemplificado na convenção “Star Wars Celebration”. Ao mesmo tempo, eles trouxeram uma inovação que foi desenvolvida pela Weta Digital que nos trouxe Gollum, feito pelo ator especialista em captura de movimento Andy Serkis. “Light and Magic” apresenta também firmas que rivalizam com a ILM. Além da citada, temos a Digital Domain de James Cameron. Uma história de bastidores, Cameron queria inicialmente que a ILM realizasse os efeitos de “Avatar (2009)”.
A produtora Janet Lewin comenta que sua antecessora recusou o convite por achar que não era possível realizar o que Cameron idealizou. LEDO ENGANO: A Weta Digital conseguiu e abocanhou todos os prêmios da categoria naquele ano. Impulsionando a ILM aprimorar o efeito. Exemplificado com a franquia “Piratas do Caribe”. A perfeição para conceber o pirata amaldiçoado Davy Jones (feito por Bill Nighy) é de encher os olhos. E a solicitação do mago Steven Spielberg para que a ILM consiga produzir tornados para o thriller de ação “Twister (1996)”. É prontamente atendido e ciente que só a empresa de seu velho amigo George Lucas conseguiria realizar a tarefa.
Johnston encerra esta temporada com ar de despedida. O prédio que foi sede da Lucasfilm em San Rafael (Califórnia) fechou em definitivo. Oficializando sua mudança para a instalação em Presidio (San Francisco, Califórnia). A oficina onde as maquetes, naves e alienígenas criadas para o universo Star Wars, já tinha encerrado suas atividades. E quem fazia parte dela, foi dispensado. Isso por causa da visão de George, com o digital substituindo o efeito prático. Isso é muito bem exemplificado com os bastidores das produções de “Episódio II: Ataque dos Clones (2022)” e “Episódio III: A Vingança dos Sith (2005)”. Com o designer Doug Chiang se esforçando ao máximo para trazer a visão de Lucas e ao mesmo tempo, seu entusiasmo ao estar no emprego dos seus sonhos.
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