As manhas de domingo eram sagradas para os brasileiros nos anos 80 e 90. A cada duas semanas, eram transmitidos pela TV Globo o campeonato mundial de Formula Um. Nele tivemos como campeões o simpático Emerson Fittipaldi por duas vezes (1972 e 1974), o antipático Nelson Piquet foi tricampeão nos anos de 1981, 1983 e 1987; e para muitos, o maior piloto de F1 do nosso país tupiniquim e um dos melhores de todos os tempos, Ayrton Senna. Ele também levou o campeonato em três oportunidades (1988, 1990 e 1991). O trágico acidente no autódromo de Imola (Itália) em 01 de maio de 1994, quando dirigia o carro da Williams. Equipe que se transferiu após os anos de gloria na McLaren. O legado deixado pelo piloto é grandioso. Já foi visto e revisto por series e documentários como “Senna” de 2010, comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2015/05/simplesmente-senna.html
Agora a o canal das redes sociais Netflix nos traz a minissérie “Senna (2024)”. Produzida pela brasileira Gullane e tendo como showrunner Vicente Amorim, que dividiu a direção dos seis episódios que compõem a minissérie com Julia Rezende. Para encarnar nosso Ayrton temos Gabriel Leone, que abraçou o papel de corpo e alma. No primeiro episódio, vemos sua paixão pela velocidade desde criança. O pequeno kart montado pelo pai Miltão, feito pelo veterano Marcos Ricca, ao lado deles a mãe protetora Neide (Susana Ribeiro) e a irmã mais velha Viviane. Aqui os dois são vividos por Antônio Menqui e Sophia Turini respectivamente, quando crianças.
Os primeiros campeonatos de kart no interior de São Paulo, acompanhado de perto por Miltão. Ayrton fica entusiasmado com o convite para disputar a Formula Ford na Inglaterra por um ano. Promete ao pai que retornará para terminar a faculdade e trabalhar na funilaria da família. Ao mesmo tempo, se casa com sua namorada de escola Lilian Vasconcelos (Alice Wegmann). Como era provável, Ayrton se destaca. Seu estilo arrojado e comprometimento o fazem disputar o titulo da categoria. O inevitável ocorre, mas a promessa foi feita ao pai e o compromisso com Lilian, o fazem deixar as pistas. De volta ao Brasil, Ayrton bastante desanimado, recebe o telefonema de Keith Sutton (Joe Hurst), fotojornalista que o acompanhou na Formula Ford. Ele lhe diz que há propostas para disputar a Formula 2000 e seguir com seus sonhos para ser piloto de F1.
Mesmo se sentindo preso ao que prometeu, resolve seguir com seu sonho. Com a desaprovação de Miltão e o fim do relacionamento com Lilian. Retornando à Europa, quebra recordes na Formula 2000 e um salto para a Formula 3 com direito a uma disputa acirrada com o piloto inglês Martin Brundle. E o começo da sua jornada na F1 ao pilotar para a equipe Toleman. Além da origem do apelido “Rei da Chuva” com a impactante corrida em Monaco em 1984. Onde por pouco não ganhou a prova, chegando em 2ª Lugar. Onde o favorecido foi o piloto francês Alain Prost, interpretado por Matt Mella. O inicio de uma rivalidade nas pistas que marcou a carreira de ambos. Assim temos o mote para “Senna”.
Amorim o aproxima do grande público. Dando mais detalhes sobre sua personalidade perseverante e resiliente. Algo que já vimos nas suas atividades dentro e fora das pistas. Ayrton sempre deixou bem claro que não importa os obstáculos à sua frente. Mantendo firme e com fé em Deus, podemos passar por cima deles. Vemos inclusive a relação com a rainha dos baixinhos Xuxa, aqui feita por Pamela Tomé. Sua semelhança física é espantosa, além do ótimo trabalho da atriz ao interpreta-la. A reprodução daqueles tempos é primorosa e as sequencias nas pistas são de tirar o folego.
A amizade com Ron Dennis (Patrick Kennedy) é o apoio que Ayrton precisava, já que ele lutava pelos direitos dos pilotos nas pistas. O grande vilão da vez é o presidente da FIA Jean-Marie Balestre (Arnauld Viard). A minissérie exibe como ele “ajudou” Prost na prova em Mônaco e na luta pelo campeonato de 1989, ganho pelo francês chamado de “Professor”. Kaya Scodelario (a Teresa Agnes da franquia “Maze Runner”) é Laura Harrison, personagem fictícia criada para representar os jornalistas que acompanharam Ayrton no decorrer da sua carreira. Ela possui descendência brasileira a ouvimos fazer um português de improviso. Destaque para Gabriel Louchard como o narrador esportivo Galvão Bueno. Ele faz um trabalho excepcional ao não reproduzir trejeitos e o modo de falar característicos do personagem, dá sua própria identidade ao papel.
Comentários
Postar um comentário